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Profissionais devem dizer o que querem aprender

por: Afonso Bazolli
em: Gestão
fonte: Valor Econômico
01 de maio de 2019 - 18:00

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Por: Letícia Arcoverde

Investir em treinamento e desenvolvimento é uma prioridade que está sempre na ponta da língua de diretores de RH e gestores de empresas. Ter funcionários que se mantenham atualizados nos conhecimentos e técnicas necessários para gerar valor para o negócio é um objetivo que toda organização reconhece como fundamental. Falta, no entanto, passar o foco para os potenciais alunos e identificar o que eles querem aprender.

A opinião é do holandês Niels Floor, que se especializou em descobrir novas e mais eficientes maneiras de ensinar. Professor da Universidade de Ciências Aplicadas de Avans e fundador da empresa de design de aprendizado Shapers, baseada em Utrecht, na Holanda, Floor é responsável por desenhar modelos de aprendizagem para empresas, instituições de ensino e governos. Conhecida por “learning experience design” e apelidada pela sigla LXD, a disciplina é uma mistura de design, pedagogia e tecnologia. Floor esteve em São Paulo recentemente para participar de um evento organizado pela empresa de educação corporativa Affero Lab.

Para Floor, hoje as empresas já enxergam o ensino como uma necessidade para ter vantagem competitivas. “As companhias investem em seus funcionários porque sabem que profissionais mais bem desenvolvidos e com conhecimentos atualizados produzem mais”, explica. Mas muitas cometem o erro de traçar uma estratégia de treinamento tendo em mente apenas os objetivos da própria empresa, diz.

Tradicionalmente, na educação como um todo, o foco sempre foi o que os outros acham que as pessoas devem aprender, e não o que cada um escolhe aprender. Na opinião de Floor, no entanto, quando as pessoas têm a liberdade de escolher os seus próprios objetivos, elas se comprometem muito mais a eles. “Quando se obriga os funcionários a aprenderem determinadas coisas independentemente da vontade deles, o ensino acaba os desmotivando ainda mais”, diz.

Achar o equilíbrio entre as necessidades das organizações e os objetivos dos profissionais que fazem parte dela é a parte mais difícil e importante do trabalho realizado por Floor junto a empresas. Em todo projeto de LXD, o foco deve estar em quem vai aprender, pois as pessoas têm estilos de aprendizagem diferentes. “É essencial conhecer os aprendizes e tentar entender como eles gostariam de aprender. Isso envolve pesquisa, mas também exige um processo de cocriação junto a eles na hora de desenhar os processos de aprendizado”, diz Floor.

Quanto mais personalizado e quanto mais opções o processo envolver, melhor. “Pode haver limitações como tempo e dinheiro, mas aí você precisa ser criativo, e sempre ter em mente quem é o aluno e quais resultados ele deseja”, diz. Há crenças que Floor acha que são simplificadas demais, como identificar pessoas que aprendem bem com recursos visuais, e por isso todo o processo deve ter visual, ou achar que plataformas digitais de ensino são uma combinação melhor para os jovens, que estão mais acostumados à tecnologia. Fazer uma experiência completamente off-line para esse público, por exemplo, pode ser justamente o que vai tornar o aprendizado mais interessante. “Aprender sempre deve ser um processo que envolve desafio”, diz.

Para Floor, a tecnologia contribui para o ensino, mas é preciso manter em mente que ela é apenas um meio para alcançar um fim. “Muitas vezes as empresas escolhem a tecnologia que querem usar antes mesmo de identificarem seus objetivos”, diz. Ele considera o momento atual excelente para o ensino pela diversidade de possibilidades e opções. “É possível fazer tudo em uma sala de aula ou em uma plataforma on-line. A maioria das experiências de aprendizado acabam sendo algo no meio disso, para aproveitar o melhor dos dois mundos”, diz.

O aspecto social do processo de aprendizado é extremamente importante, lembra Floor, portanto a eficiência das experiências de ensino também vão variar de acordo com a cultura da empresa. “O melhor ambiente para aprender é em uma cultura de cooperação, onde as pessoas aprendem umas com as outras. Quanto mais níveis hierárquicos, mais difícil fica para elas compartilharem conhecimento”, diz. Ao buscar o melhor design para cada empresa, é preciso levar em conta as dinâmicas das equipes dentro da organização – até para garantir que o aprendizado seja usado na prática. “Quando desenho algo para uma empresa, levo em consideração não só o tempo de treinamento formal, mas como o processo de aprender vai continuar a acontecer antes e depois dele, no ambiente de trabalho, com colegas, ou até em casa”, diz.

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