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Quantos erros são necessários para um acerto?

por: Afonso Bazolli
em: Gestão
fonte: Exame
07 de maio de 2024 - 17:00

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Confira três passos para realmente aprender com seus erros e seguir em frente

Quero propor uma conta matemática. Liste todas as ideias de trabalho que você já teve e tente lembrar quantas delas não deram certo, falharam miseravelmente ou simplesmente nem conseguiram ser implementadas direito. Subtraindo os erros do total de novas ideias propostas ao longo da sua carreira, qual seria o resultado de acertos?

No caso, ele queria saber quantos dos seus projetos resultaram em artigos publicados em revistas científicas. E o resultado da eficiência da sua “fábrica de ideias” foi: de todas as ideias de projetos iniciadas, 25% acabaram com uma (ou mais) publicação. E aí, o que achou do desempenho?

Na minha opinião, o que chama a atenção nesse, digamos, experimento não é nem a porcentagem, mas a conclusão compartilhada pelo especialista. Para ele, aqueles 75% que não geraram um artigo publicado não representam uma perda de tempo ou um sinal de fracasso.

Na verdade, pensar e testar ideias que não funcionaram foi parte fundamental do processo para chegar àquelas que deram certo.

Essa constatação pode soar apenas como uma frase motivacional sem muito valor, então acho que vale explicar o porquê da importância do erro: não é ele, em si, que ajuda a melhorar o seu desempenho, mas o caminho que você percorre até descobrir que, bem, aquela ideia tinha algumas (ou muitas) falhas.

O que quero dizer é que a riqueza está no processo de aprendizado que vai colocar em cheque a sua teoria, ajudar a testar o que, até então, estava só na imaginação, apontar para novas direções e mostrar a necessidade de corrigir rotas.

Assim, aos poucos, as lições que tiramos dos erros nos ajudarão a chegar naquele “momento Eureka” — o começo de um grande acerto!

Foi um pouco sobre isso também que Viih Tube falou no Reset, evento recente feito pelo Grupo Cia de Talentos e a startup Bettha.com. Para a influencer, não deveríamos nos cobrar tanto para não errar, e sim melhorar a cada erro.

Não se trata de um descaso com as consequências de ações ou decisões equivocadas, nem um convite à irresponsabilidade. A ideia de forma alguma é sair por aí errando deliberadamente, sem se importar com nada nem ninguém.

Tanto no caso da “fábrica de ideias” de Kirwan, quanto no bate-papo com a Viih Tube, a mensagem que fica é a de desenvolvimento. Transformar uma falha em um processo rumo ao acerto.

E sabe como você pode começar a fazer isso? Na minha longa estrada profissional, essas são algumas dicas que me ajudaram a amadurecer, melhorar e seguir adiante após uma falha:

Compartilhe sua experiência: a tendência é tentar esconder o erro a sete chaves. Sentimos medo, vergonha, insegurança, mas sabe aquela máxima da sala de aula de que a dúvida de um aluno pode ser a de muitos? Isso também vale para os erros. Em vez de guardar só para você, por que não compartilhar com outras pessoas para ajudá-las a evitar a mesma situação e também ouvir a percepção delas sobre a sua ideia que não vingou.

Escute a opinião de outros profissionais: compartilhar é importante porque nos leva para esse segundo ponto, o da escuta. Eu sei que ouvir feedbacks nem sempre é fácil, mas garanto que é um exercício fundamental para o amadurecimento. Além de ser uma ótima maneira de obter insights sobre o processo que você acabou de passar. Pode ser que outro colega de trabalho, olhando a situação de fora, consiga perceber porque a sua ideia não foi para frente ou quais tipos de ajustes ajudariam a corrigir a rota.

Transforme seu olhar: depois que cometemos um erro, podemos nos sentir desmotivados, desencorajados e inseguros para seguir em frente, mas e se entendermos a falha como parte do processo para chegar no acerto? Ficar chateado com a situação faz parte, porém não deveria ser uma justificativa para você simplesmente desistir de um projeto ou de qualquer outro no futuro. Uma forma de mudar sua maneira de enxergar essa experiência é refletindo sobre porque, a princípio, aquela parecia uma boa ideia e porque ela não foi, de fato, na prática. Vale também analisar se, mudando alguns pontos, aquele projeto teria sido bem-sucedido, se dá para salvar algo daquilo que foi feito ou se a ideia deve ser completamente descartada, e como, no futuro, você pode fazer diferente para obter bons resultados.

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