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RH ganha terreno no alto escalão

por: Afonso Bazolli
em: Gestão
fonte: Valor Econômico
02 de junho de 2015 - 18:00

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Por: Eduardo Belo

De patinho feio do mundo corporativo a um belo, estratégico e produtivo cisne, a área de recursos humanos vem ganhando importância na gestão dos negócios. A prova disso é que a discrepância de remuneração entre executivos da área de RH e de outros segmentos das companhias, que já foi de 30%, está caindo acentuadamente e próxima da equiparação, revela Renata Wright, gerente executiva da empresa de recrutamento Michael Page no Brasil. Embora não disponha de números recentes, Renata revela que está crescendo o número de executivos que optam por migrar para o RH espontaneamente. “As organizações estão sofrendo mudanças em relação aos negócios e ao mercado”, confirma Leyla Nascimento, presidente nacional da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH). “Os líderes em RH precisam entender a mecânica do negócio.”

De acordo com Renata, o desafio do RH é trabalhar questões mais qualitativas que quantitativas, engajar mais as pessoas. “Remuneração é importante, mas precisa trabalhar também aspectos subjetivos”, diz a executiva. E é esse trabalho mais estrutural que tem colocado a área de recursos humanos mais perto da alta direção, afirma. “Hoje o RH não é só executor, só operacionalizador. Ele tem de formular e aplicar. A proposta de benefícios tem de partir dele. O profissional tem de ter um perfil mais voltado para resultados.”

É consenso que os gestores de recursos humanos precisam deixar de se preocupar apenas com temas operacionais e se envolver mais nos aspectos estratégicos. Mesmo assim, pesquisa internacional realizada pela consultoria Hay Group com 1.400 companhias em 80 países – incluindo o Brasil – mostrou que dois terços dos profissionais de RH consideram que falharam nesse quesito.

“O gestor de RH tem de conhecer o negócio como qualquer outro executivo da organização”, afirma o consultor Adilson Souza, professor da Trevisan Escola de Negócios. “O RH que se diferencia é o que contribui com a estratégia da organização, e, para isso, precisa conhecer o negócio, tem de fazer uma imersão nas áreas.”

“O profissional de RH mais atualizado requer uma formação mais complexa. O perfil tem de ser mais generalista, mas com conhecimento dos temas afeitos à organização”, define Paulo Sardinha, presidente da ABRH Rio. “Inovação é fundamental para nove em dez gestores. Quem é na empresa que vai propiciar o clima para a empresa ser inovadora? Então o RH tem de entender de inovação e tem de ser também inovador.”

A área está sendo colocada em uma posição em que nunca esteve, que é de ser um “advisor”, diz Vanessa Fernandes, diretora da Hay Group. “O RH deixar de ser um provedor de processos e passar a ser um provedor de soluções, um parceiro do negócio. Essa é uma mudança de chave que está apenas começando.”

“Uma mudança é para quem o diretor ou a estrutura de RH se reporta, comenta Rodrigo Soares, diretor comercial da recrutadora Hays no Brasil – sem relação com a consultoria Hay Group. “É comum hoje o número 1 do RH se reportar diretamente ao CEO da empresa, diferentemente de dez anos atrás, quando quem lidava com o RH era o diretor financeiro ou administrativo.”

Para Soares, a produtividade hoje é palavra de ordem. “Quando se fala em produtividade, fala-se em otimização de recursos – incluindo os humanos. Quanto menos intermediários na comunicação, melhor, maior a eficiência. A comunicação tem papel relevante nessas estruturas em que a gestão de pessoal faz a diferença.”

A área de recursos humanos tem um papel fundamental no trabalho junto às pessoas, afirma Luiz Valente, diretor geral da recrutadora Talenses Executive. A área hoje se divide em um RH operacional, que cuida dos processos, como sempre foi, e um RH estratégico, em que está ligado à direção principal, é mais parceiro do negócio e menos prestador de serviço, por que tem olhos voltados para os resultados da empresa e fala a mesma língua da alta administração.

No novo perfil, o profissional de RH precisa ser aquele que “pensa fora da caixa”, tem habilidade em relacionamento, capacidade de aceitar “feedback” e se mostrar um grande agregador da empresa, define Peter Noronha, consultor da Asap Recruiters.

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