Por: Adriana Meyge

Sete anos após chegar ao país, a empresa de call center italiana Almaviva contratou o BNP Paribas para buscar um fundo de investimento interessado em comprar uma fatia minoritária de sua subsidiária brasileira. Segundo Marco Tripi, executivo-chefe e filho do fundador da companhia, a sociedade daria fôlego para a empresa ter um plano ainda mais ambicioso do que o atual, de faturar R$ 1,1 bilhão no Brasil em 2016.

No ano fiscal terminado em setembro, a Almaviva do Brasil faturou R$ 442 milhões, em alta de 58% sobre o ano anterior. Para o exercício fiscal iniciado em outubro, a meta é chegar a R$ 650 milhões, com lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de R$ 102 milhões.

Nos últimos seis meses, a companhia abriu duas centrais de atendimento no Brasil – em Guarulhos (SP) e Aracaju. No próximo ano, terá mais três, em Maceió, Teresina e Brasília. Segundo Tripi, a empresa vai investir cerca de R$ 70 milhões no país neste exercício fiscal. A empresa terá no total nove bases no país. Há mais duas em Minas e duas em São Paulo. A Almaviva tem ainda um escritório administrativo na capital paulista.

O plano de expansão para os próximos três anos prevê que a companhia passe da quinta à terceira posição no ranking do setor no Brasil, desbancando, assim, a AeC e a Brasil Telecom Call Center. O mercado é liderado pela Contax e pela Atento. A Almaviva tem 20 mil funcionários no país e deve dobrar o quadro de pessoas até 2016, segundo Tripi.

Na semana passada, o presidente da empresa mineira AeC, Alexandre Moreira, disse ao Valor que a companhia também negocia a venda de uma fatia da empresa, para grupos estrangeiros. A AeC tem 26 mil funcionários e já anunciou que projeta faturamento de R$ 850 milhões em 2014.

A Almaviva também estuda abrir operações na Colômbia, nos Estados Unidos, na Turquia e na África do Sul. Segundo Tripi, esses países são atrativos devido a características como grandes dimensões e estabilidade econômica. O escritório brasileiro seria responsável por liderar a abertura nos EUA e na Colômbia.

O grupo foi fundado há mais de 30 anos em Roma e fatura por ano cerca de € 700 milhões. Na Itália, é líder do setor. A Almaviva também está na Tunísia e tem uma pequena presença na China. O Brasil, segundo Tripi, é prioridade para a companhia, pois é a operação que mais cresce, enquanto a Itália está estagnada. Segundo o empresário, o grupo é hoje o 15º maior do mundo em atendimento ao cliente e, com o plano para 2016, a ambição é ser o 5º da lista.

O Brasil é a maior operação da Almaviva em serviços de CRM (gestão de relacionamento com o cliente). Tripi chama seu serviço de “contact center 3.0″, por causa das tecnologias que vende junto com o serviço de call center, como os softwares que traduzem voz em texto, reconhecem o tom da voz do cliente e que são capazes de identificar eventuais lacunas na formação de um operador.

Na Itália, a empresa também presta serviços de tecnologia da informação, principalmente para a administração pública, na gestão de ferrovias, por exemplo. Tripi diz que pode trazer essa área para o país no futuro.

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