Maiores instituições do país vão pedir ao Ministério da Fazenda para intermediar pleito junto ao Cade

Por: Gabriela Valente

Os maiores bancos do país querem que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) analise e aprove o projeto de compartilhamento de caixas eletrônicos pelas instituições. O pedido deve ser encaminhado ao Ministério da Fazenda, nos próximos dias, para que atue como intermediador nesse pleito. Seria o último passo para que clientes dos grandes bancos tenham um caixa único, de acordo com fontes a par das negociações.

A ideia é ter o aval do órgão antitruste para evitar questionamentos depois que os investimentos para transformar a maior parte dos terminais de autoatendimento em “Banco 24 Horas” forem realizados. Hoje, há cerca de cinco mil terminais em teste nesse projeto.

Os bancos estão de olho em diminuir os custos de operação e ganhar eficiência. Ao compartilhar o equipamento, as instituições conseguem aumentar a rede de atendimento, diminuir o custo com manutenção, transporte de numerário e segurança. Com a economia, as instituições poderão oferecer o serviço de graça.

Testes começaram em junho

Para o cliente, a vantagem é ver multiplicar rapidamente o número de caixas eletrônicos, já que no novo sistema o correntista não precisará procurar um terminal específico do banco do qual é cliente. E não terá de pagar tarifa para sacar no Banco 24 horas, como ocorre agora. No início, só operações básicas como saques e extratos serão permitidas.

A discussão sobre compartilhamento de terminais entre os principais bancos brasileiros surgiu em 2012, quando a presidente Dilma Rousseff recomendou às instituições públicas que liderassem uma queda do custo financeiro no país.

Para competir, as instituições privadas teriam de passar a tesoura nas despesas. Quando os custos caem, os bancos podem repassar parte desses ganhos aos clientes em forma de juros menores.

A ideia de ter apenas um caixa para várias instituições, entretanto, só ganhou corpo neste ano, quando os banqueiros de instituições públicas e privadas decidiram centralizar na TecBan (empresa formada pelos maiores bancos e responsável pelo Banco 24 Horas) as transações.

Primeiramente, foi preciso redesenhar o relacionamento dos bancos com a TecBan. Depois de todas as discussões, era necessário o aval de cada instituição. Por isso, os testes começaram a ser feitos apenas no mês passado.

— Somente a Caixa ficou com isso por meses para aprovar no conselho — disse uma fonte do setor.

Por outro lado, foi justamente a Caixa que estimulou a união dos bancos privados ao criar parcerias com o Banco do Brasil com o objetivo de reduzir os custos.

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