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Bancos têm perda de rentabilidade no Brasil

por: Afonso Bazolli
em: Notícias
fonte: Valor Econômico
16 de fevereiro de 2014 - 14:03

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Por: Karin Sato

O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) dos bancos brasileiros caiu pela metade de 2010 a 2013, passando de pouco mais de 20% para um pouco acima de 10% em média, segundo dados da agência de classificação de risco Fitch Ratings. Em teleconferência sobre as instituições financeiras latino-americanas realizada nesta quarta-feira, o diretor sênior Rene Medrano disse que os indicadores de rentabilidade dos bancos brasileiros estão em queda contínua e figuram entre os mais baixos da América Latina.

A análise da Fitch engloba 49 bancos brasileiros sob sua cobertura, incluindo os de grande porte, como Banco do Brasil e Itaú Unibanco, e especializados como Banco Fator, Cacique e Bonsucesso.

O ROE é uma medida de rentabilidade calculada pela relação entre o lucro líquido obtido no período e o patrimônio. O ROE dos bancos brasileiros em 2013 só não foi inferior ao das instituições da Costa Rica, ficando próximo dos indicadores vistos no Equador, em Panamá e em El Salvador. Por sua vez, o ROE dos bancos da Argentina se aproxima dos 40%, enquanto o das instituições peruanas está perto de 30%.

Um outro indicador utilizado pela agência, o retorno sobre os ativos (ROA), ficou em cerca de 1% em 2013 no caso dos bancos brasileiros – o percentual mais baixo da América Latina. A exemplo do ROE, o ROA dos bancos brasileiros também tem registrado declínio contínuo nos últimos anos. Em 2010, estava em 2%.

Em relatório publicado no mês passado, a Fitch diz que um crescimento mais baixo do crédito, em razão do ambiente macroeconômico, deve pressionar a rentabilidade dos bancos em 2014.

A agência lembra ainda que as margens das instituições no país têm sido pressionadas pela mudança do mix da carteira de crédito promovida pelos bancos, que passaram a dar preferência a linhas de empréstimos que embutem menor risco de calote. Em contrapartida, essas linhas contam com spreads menores.

Segundo a Fitch, os bancos que conseguirem melhorar a eficiência operacional por meio da redução de custos, apesar da pressão inflacionária, e ampliar sua receita de serviços e tarifas serão mais bem-sucedidos na manutenção dos atuais níveis de margem.

Durante a teleconferência, Medrano e Alejandro Garcia, também diretor sênior da Fitch, avaliaram ainda que a tendência para a qualidade do crédito nos bancos brasileiros ainda é incerta, apesar da redução recente da inadimplência do sistema financeiro.

Em sua visão, será necessário monitorar o desempenho da economia e o avanço do crédito nos bancos públicos, que devem afetar o índice de calotes no país. “A tendência de melhora da inadimplência não é definitiva”, disse Garcia.

Segundo os últimos dados do Banco Central (BC), a inadimplência estava em 3,1% em novembro, ante 3,2% em outubro e 3,7% no início do ano passado. Considerando apenas os recursos de livre aplicação pelos bancos, a taxa era de 4,8% – também abaixo dos 5,0% do mês anterior e 5,7% de janeiro.

Para a Fitch, o rápido crescimento do crédito nos bancos públicos observado nos semestres recentes pode resultar em maiores desafios quanto à qualidade dos ativos para essas instituições, na comparação com os privados.

Embora a perspectiva da Fitch para os ratings individuais dos bancos brasileiros continue estável na maioria dos casos, o setor bancário tem perspectiva negativa, por conta do ambiente econômico em 2014. A agência também leva em conta os desafios para gerenciar o crescimento vigoroso do crédito visto nos anos anteriores.

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