A CSU CardSystem, empresa brasileira especializada no processamento de transações com cartões de crédito, investiu R$ 10 milhões para entrar no mercado de serviços de centros de dados. Batizada de CSU.ITS, a nova unidade foi instalada no centro tecnológico da companhia na cidade de Barueri, interior de São Paulo. O aporte foi a primeira fase de um projeto de quatro anos, que prevê um investimento total de R$ 40 milhões.

A entrada no mercado de centros de dados faz parte do projeto de diversificação das atividades da CSU, que quer deixar de ser dependente das área de cartões e de call center, seus mercados mais tradicionais. No resultado do 3º trimestre, a companhia teve receita líquida de R$ 92,4 milhões, alta de 1,6% na comparação com o mesmo período do ano passado. Desse resultado, 47,4% vieram da área de cartões e o restante de call center.

Desde o começo do ano, a CSU já havia lançado dois outros produtos novos: o OPTe , um sistema de comércio eletrônico que tem características de programa de fidelidade para empresas, e o C360, um sistema de relacionamento com clientes que engloba canais como e-mail, mensagens de texto e redes sociais. “São áreas com perspectivas de crescimento acelerado nos próximos anos”, disse ao Valor, Marcos Ribeiro Leite, presidente da companhia. O executivo não revelou as expectativas de resultado com as novas operações nos próximos anos.

Segundo Leite, a área de centros de dados pode começar a trazer receita nos próximos 90 dias. “Temos participações de mercado importantes em todas as áreas em que atuamos. Com centro de dados, não acho que teremos uma operação desprezível”, disse.

Entre os serviços que serão oferecidos estão a hospedagem e o gerenciamento dos equipamentos e dos programas usados pelos clientes. O alvo são empresas de médio e grande porte de setores como finanças, concessionárias de serviços públicos e do comércio. De acordo com Leite, o esforço comercial para venda dos novos serviços começa na semana que vem para buscar oportunidades dentro da atual base de clientes. “A venda de pacotes para clientes será uma estratégia natural”, disse Leite.

No futuro, a CSU planeja entrar também na oferta de serviços sob o modelo de computação em nuvem, no qual os sistemas são oferecidos pela internet, sem a necessidade de instalação na máquina do usuário. A cobrança é feita de acordo com o uso. “Isso exige muito investimento”, disse Leite.

O mercado de serviços de centros de dados no Brasil tem recebido grandes investimentos nos últimos três anos, com a construção de novas estruturas e compra de participação de fundos em companhias já estabelecidas. A empresa de pesquisa IDC estima que o mercado terá uma receita de R$ 12,9 bilhões no ano que vem, chegando a R$ 20,8 bilhões em 2018. Nesse mercado, atuam gigantes como IBM e HP, e também empresas com atuação local, como a Tivit, a Ascenty e o UOL Host.

Para conquistar espaço, Leite afirma que a estratégia da CSU será ter preços que podem ser pelo menos 20% mais baixos que os dos concorrentes. A companhia também pretende usar como argumento a experiência que tem com o processamento de cartões de crédito, atividade que exige um alto grau de segurança e que precisa funcionar 24 horas, diz Leite.

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