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Depois da crise, ING quer voltar a ser ‘banco puro’

por: Afonso Bazolli
em: Notícias
fonte: Valor Econômico
01 de julho de 2014 - 18:03

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Por: Talita Moreira

Quando as ações da seguradora NN Group começarem a ser negociadas na Euronext Amsterdam, no início de julho, o holandês ING terá dado um dos últimos passos em seu processo para voltar a ser um “banco puro”.

A oferta inicial de ações abrirá uma porta para o ING começar a sair da companhia de seguros europeia. Até 2016, o banco precisa se desfazer completamente de seus investimentos em seguradoras, incluindo a participação de 10% que ainda tem no capital da brasileira SulAmérica.

A venda desses ativos faz parte da reestruturação em que o ING mergulhou após a crise financeira de 2008. O banco, que tinha investimentos em ativos hipotecários nos Estados Unidos, precisou ser socorrido em € 10 bilhões pelo governo americano para sobreviver.

Desde então, o ING colocou em marcha um plano para voltar a ser o que Ralph Hamers, presidente da instituição, chama de “banco puro”. Isso significa voltar ao modelo tradicional de captar recursos de um lado para emprestá-los de outro. “Queremos atender nossos clientes com nosso próprio capital”, afirma o executivo. “Não queremos mais gerar capital com a negociação de ativos no mercado.”

Em visita ao Brasil, Hamers deu entrevista ao Valor ontem à tarde, três dias depois de ter assistido à goleada da seleção holandesa sobre a Espanha em Salvador.

Voltar a atuar como banco puro não é só questão de escolha, mas de necessidade. A venda de ativos ajusta o ING à nova realidade regulatória e levanta recursos para quitar o financiamento público. Em maio de 2015, vence a última parcela – de cerca de € 1 bilhão – a ser paga ao governo holandês.

No próximo ano, a instituição também planeja voltar a pagar dividendos. A remuneração aos acionistas está suspensa desde que tomou recursos do governo.

A estratégia do ING combina as operações de varejo que tem na Europa e na Ásia (via participação em bancos locais) com negócios de atacado oferecidos por meio de agências em pouco mais de 40 países. No varejo, a instituição tem na Europa uma crescente operação de banco virtual, sem agências.

“Voltamos a ser um banco tradicional, o que está ok”, diz Hamers. Segundo ele, a ideia é que as operações de atacado contribuam com funding enquanto a instituição avança no crédito ao consumidor e a pequenas e médias empresas.

A rede de escritórios que o banco tem ao redor do mundo ajuda nesse sentido. A ideia é que a presença em mercados menos maduros impulsione o crescimento do grupo, cuja meta é aumentar seu balanço entre 3% e 5% ao ano.

É aí que entra o mercado brasileiro, no qual o banco atua por meio de um escritório de representação. O foco são financiamentos a negociações de commodities, empréstimos sindicalizados e operações estruturadas envolvendo sobretudo os setores de petróleo e gás, energia e alimentos e bebidas.

Encaixa-se nessa estratégia o empréstimo sindicalizado de US$ 440 milhões tomado pela sucroalcooleira Biosev, concluído ontem. O ING foi o coordenador líder da operação.

“Nossa franquia brasileira é crucial”, diz Hamers. “O Brasil produz certas commodities que são importantes globalmente. Oferecemos a nossos clientes [serviços para] todas as etapas, desde a produção aqui até a exportação à Ásia.”

Segundo Hamers, os negócios no país dobraram nos últimos 18 meses. A receita com intermediação financeira da filial brasileira foi de R$ 397,6 milhões em 2013. Apesar disso, não está nos planos atuais do ING solicitar ao Banco Central uma licença para atuar como banco completo no país.

Sobre a fatia que ainda detém na SulAmérica, Hamers diz que ela poderá ser vendida gradualmente no mercado ou em transação privada. Segundo ele, não está definido.

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