Jovem desistiu de zootecnia em MG e voltou a SP para tentar letras.

Ela trabalhou em telemarketing para pagar o cursinho.

Por: Ana Carolina Moreno

Ao ver seu nome no fim da lista em ordem alfabética de mais de 10 mil aprovados na Fuvest 2013, Verônica Rodrigues Souza abriu o enorme sorriso de quem finalmente vai conseguir realizar um sonho. Aos 21 anos, ela diz se sentir atrasada, mas afirma que valeu a pena trabalhar durante um ano em uma empresa de telemarketing para pagar o cursinho pré-vestibular que lhe garantiu uma vaga entre os calouros de letras da Universidade de São Paulo.

Essa é a segunda graduação da jovem, que em 2010 foi aprovada no curso de zootecnia na Universidade Federal de Lavras (Ufla) e, mesmo sem ter muita certeza de que queria seguir a carreira, decidiu sair de São Paulo e tentar a nova vida. “Eu gosto de veterinária, não queria fazer cursinho e meus pais me pressionaram”, contou ela.

Um ano e meio depois, ela percebeu que não seria feliz e retornou à casa dos pais, obstinada a mudar de profissão. “Mas minha mãe disse que eu é que teria que pagar o cursinho.”

Em 2012, Verônica passou as manhãs no cursinho Objetivo e, das 14h às 21h, trabalhou como atendente de telemarketing. “Só conseguia estudar de fim de semana, ia das 8h às 18h sem parar”, lembra ela. “Eu sinto que estou um pouco atrasada [na idade para entrar na faculdade], mas, por ser um curso bom, e na USP, vale a pena.”

Momentos antes da divulgação da lista de aprovados, a jovem projetou o que seria a sua carreira ideal. “Ser professora é um dos meus objetivos, mas se eu tivesse livros para traduzir, acho que me realizaria”, disse a nova caloura de letras da USP antes de encontrar seu nome na lista e contar a notícia para a mãe, entre lágrimas.

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