Por: Geórgia Santos

Consumidor reclama de ligações inoportunas de telemarketing. O serviço de telefonia é usado pelas empresas como meio de vender produtos, mas em alguns momentos a situação fica complicada diante da insistência do vendedor. Rafael Júnior Xavier é uma das vítimas desse serviço: durante um mês chegou a receber de duas a três ligações por dia da mesma empresa de cartão de crédito que tentava comercializar o produto.

“Quando recebi a primeira ligação, ouvi tudo o que tinham para me oferecer, para não desrespeitar a atendente, pois entendo que é o trabalho dela, mas ao final não me interessei pela proposta. Entretanto, teve mais uma ligação, logo já disse que não podia atender, que já sabia das informações, que não desejava ter o cartão e pedi para que não me ligassem mais. Porém, não foi isso que aconteceu. O pessoal do telemarketing não parou de ligar, se tornando uma situação inoportuna”, explica.

Ainda segundo Rafael, em uma das ligações ficou bastante surpreso ao descobrir que a empresa tinha todos os seus dados pessoais, além do telefone, é claro, informações como CPF e RG, sendo que ele não havia sido repassado em nenhuma das ligações. “Neste dia fiquei muito nervoso, como poderiam ter informações como estas? Na mesma hora solicitei que retirassem todas essas informações do banco de dados, a atendente disse que não era possível, pedi cópia de gravações das conversas que tivemos e também número de protocolo, mas não repassaram”, afirma Rafael.

Diante desta situação, o consumidor conta que fez a reclamação de várias formas, por e-mail, telefone e até pelo site da empresa, e a situação somente foi resolvida dias depois dessa notificação. “Agora não estou mais recebendo as ligações, mas tive de tomar várias atitudes para que as ligações parassem, cheguei a pensar em procurar a Justiça”, enfatiza.

Por sua vez, a diretora do Procon, Eclair Gonçalves, explica que existe uma lei estadual que proíbe que as empresas de telemarketing realizem ligações inoportunas, isto é, aos fins de semana e em horário indevidos, das 21h às 8h. Portanto, se consumidor se sentir incomodado, deve fazer uso da legislação. Quanto ao caso de Rafael, a coordenadora disse que ele poderia procurar o Procon diante da insistência da empresa.

A diretora revela ainda que em outros estados, como em São Paulo, foi criada uma lista de telefones que não podem ser incomodados por empresas de telemarketing. “Essa questão não foi regulamentada em Minas, existe a intenção. Enquanto isso, temos apenas limitações de horários e restrição aos fins de semana”, finaliza Eclair.

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