Por: Alina Selyukh

Numa eleição presidencial dominada por doações multimilionárias, a campanha do democrata Barack Obama está prestes a incorporar uma nova arma na busca por pequenos doadores, ao aceitar pela primeira vez na história contribuições via mensagem de texto de celular.

A campanha de Obama à reeleição anunciou que está finalizando os acordos com as operadoras Verizon Wireless, Sprint Nextel, U.S. Cellular e T-Mobile USA para começar a receber doações via SMS na semana que vem.

Nos próximos dias, aparecerão mensagens nos telões dos comícios, no final dos anúncios de TV e em panfletos com a seguinte orientação: “Para contribuir com 10 dólares para Obama pela América, envie a palavra GIVE (“dar”) para 62262″. Os números, no teclado alfanumérico, formam a palavra “Obama”.

A campanha do republicano Mitt Romney informou nesta quinta-feira que em breve irá também começar a receber doações por esse meio, provavelmente pelo número 466488 (que, no teclado alfanumérico, forma a expressão “Go Mitt”, ou “Vai Mitt”). Esse número já é usado para enviar mensagens a apoiadores do pré-candidato.

O acordo da campanha de Obama ainda não inclui a AT&T, segunda maior operadora do país, mas uma fonte disse que isso deve acontecer “no futuro próximo”.

Por lei, doações via SMS podem ser feitas anonimamente, mas com um teto de 10 dólares por mensagem, 50 dólares por mês e 200 dólares no total para cada candidato. Estrangeiros, menores de 18 anos e corporações não podem fazer doações.

Os Estados Unidos têm mais de 330 milhões de assinantes de serviços móveis de telefonia. Quase 90 por cento dos adultos do país possuem pelo menos uma linha de celular, e cerca de três quartos deles usam as mensagens de texto, segundo levantamento do Centro de Pesquisas Pew.

A doação eleitoral via SMS é semelhante à doação para fins beneficentes: o usuário envia uma palavra-chave para um número especial, confirma a sua intenção e autorização para doar, e a quantia é posteriormente incluída na fatura do celular.

As operadoras em geral ficam com uma comissão de 30 a 50 por cento do valor doado, mas a Comissão Eleitoral Federal autorizou descontos para campanhas políticas se os contratos forem negociados por empresas agregadoras (espécies de intermediárias) e se os descontos valerem para todos os políticos interessados.

Não ficou claro qual é o percentual que a campanha obamista está pagando às operadoras de telefonia celular.

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