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25 de junho de 2013 - 17:12

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Levantamento da PwC e da Fundação Getúlio Vargas revela barreiras enfrentadas pelos profissionais mais velhos nas seleções , o que não acontece com os mais jovens

Por: Camila Pati

No papel, as empresas até reconhecem a importância de ter profissionais mais experientes nas equipes. Mas, na prática, continuam dando preferência aos candidatos mais novos nos processos seletivos.

Para 58% das empresas brasileiras, a idade do candidato é um fator relevante na seleção para uma vaga de emprego. O dado é de uma pesquisa realizada com 108 empresas brasileiras pela consultoria PwC (PricewaterhouseCoopers) e a Fundação Getúlio Vargas.

“Apesar de a gente perceber que algumas empresas estão com uma postura mais consciente, em linhas gerais não há uma tomada de consciência para o fato de que em 2040, 57% da força de trabalho no país será composta por pessoas de mais de 45 anos”, diz João Lins, sócio da PwC Brasil e um dos responsáveis pelo levantamento.

A vantagem dos mais jovens se deve menos ao mérito de quem está em começo de carreira e mais ao preconceito dos recrutadores (e das empresas) em relação aos profissionais com mais de 45 anos, 50 anos. “Preconceito talvez seja uma palavra forte, mas está claro que é uma percepção formada a partir de uma visão limitada da realidade”, diz Lins.

Confira então quais as barreiras apontadas pelas empresas, de acordo com a pesquisa, que desestimulam a contratação dos mais experientes:

1 – Eles são mais flexíveis

Na opinião de 96% dos entrevistados os profissionais mais velhos são menos flexíveis e adaptáveis às mudanças do que os mais jovens. No entanto, conforme destaca Lins, profissionais hoje na faixa dos 40 anos passaram por muitas mudanças ao longo da carreira. “A dinâmica de mudanças foi intensa nos últimos 20, 25 anos”, diz Lins.

2 – Têm familiaridade com novas tecnologias

A facilidade dos mais jovens ao trabalhar com novas tecnologias é também um fator que alavanca as chances das novas gerações no mercado de trabalho. Segundo a pesquisa, 80% dos entrevistados dizem acreditar que os mais velhos têm dificuldade em relação ao isso.

Mas, para Lins a familiaridade com as tecnologias está mais relacionada com o ambiente de trabalho ou educacional do que com a data de nascimento. “As diferenças não são provocadas pela idade”, diz Lins.

3 – Tendem a ser mais atualizados

A percepção de 69% dos entrevistados é de que os mais jovens são mais atualizados em relação às exigências do mercado do que os mais velhos. “Toda generalização inspira cuidados”, lembra Lins.

4 – Acomodação

A proximidade com a aposentadoria desestimula a contratação dos profissionais mais experientes. Para 63% das companhias os profissionais mais velhos são mais acomodados.

Na opinião de Lins, a falta de oportunidade pode explicar essa percepção de acomodação. “Ao criar oportunidades que considerem este período de vida do profissional, as empresas podem chegar à conclusão de que muitas vezes a acomodação vem do tédio em fazer a mesma coisa”, diz.

5 – Reconhecimento da liderança

A dificuldade em lidar com chefes mais novos é também um dos empecilhos citados pelas empresas na hora de contratar e reter funcionários mais velhos. Esta razão foi citada por 56% dos entrevistados.

Na opinião de Lins, um desenho adequado de equipes multigeracionais poderia resolver o problema. “Falta um modelo que aproveite melhor o potencial do profissional mais velho”, diz Lins.

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Comentários (4)
  1. Todos os itens apresentados sofreram ressalvas do João Lins, em minha opinião antes de colocarem a idade como um empecilho, os recrutadores devem identificar primeiro o que eles precisam do profissional em questão e acredito que todos os pontos levantados como taxativos ao profissional mais experiente, podem ser esclarecidos com uma entrevista inicial ou até mesmo pelo currículo do candidato. O que o profissional construiu em sua carreira, houve evolução na carreira ? Para debater cada item individualmente eu me estenderia demais no comentário o que não é a intenção deste espaço.

    Carlos Eduardo Rodrigues Leite em 26 de junho de 2013 - 20:08
  2. Até acredito que o mais jovem possa se sair melhor em entrevistas de empregos mas, na hora em que realmente houver na empresa a necessidade do equilíbrio, calma e tranquilidade com experiência, lá estaremos nós os mais “ velhos“ avaliando, conduzindo e recobrando a calma perdida!
    Quem não tem um velho , vai comprar um!

    Cezar Marques em 26 de junho de 2013 - 14:06
  3. “Caro João, muito bom o seu levantamento. Faço parte dessa grande parcela acima dos 45 anos e venho sofrendo com essa realidade. Você tentou amenizar, eu sei, quando se referiu a força da palavra preconceito, mas o mesmo existe e bastante, agora quando fala da visão limitada do futuro ou porque não falta de visão, você resume tudo…sem contar os seus comentários a respeito de cada item, expressam os verdadeiros sentimentos de quem tem visão”. Roberto Carneiro.

    Roberto Carneiro em 26 de junho de 2013 - 11:11
    • Roberto, compartilho com você a mesma realidade, tenho 43 anos, fui dispensado recentemente porque estava atingindo uma idade considerada “avançada” pela empresa na qual prestei serviços por mai de 05 anos. Realmente é injusta a posição que algumas empresas assumem com relação ao que passaram dos 40 anos, eu tive entrevistas nas quais fui chamado pela qualificações profissionais, mas veja só a recrutadora uma pessoa que não devia passar dos 30 anos de idade e que deve estar no mercado não mais que 05 anos, sutilmente me chamou de velho, poxa! se me chamaram não viram a minha idade? fui apenas um número no processo seletivo? Isso realmente chateia. Mas vamos em frente, pois os “velhinhos” tem mais experiência e garra para enfrentar o mercado de trabalho. Abraços

      Oswaldo Silva em 04 de julho de 2013 - 16:24

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