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Natura cria IDH para mapear qualidade de vida de consultoras

por: Afonso Bazolli
em: Vendas
fonte: Valor Econômico
11 de setembro de 2016 - 14:07

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Por: Tatiane Bortoloz

A Natura criou o seu próprio Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) para mapear a qualidade de vida de sua rede de 1,3 milhão de consultoras pelo Brasil. A medição estimulou a fabricante de cosméticos a construir parcerias com empresas de educação e saúde, para elevar o impacto social do negócio. Benefícios como descontos em cursos e farmácias podem ajudar a empresa a atrair e manter mais pessoas em sua base.

É a primeira vez que o IDH, usado para medir as condições de trabalho, saúde e educação em países e municípios, é adaptado para calcular o impacto do negócio de uma empresa, segundo o economista Flávio Comim, ex-consultor do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) para a aplicação do IDH no Brasil, e responsável pelo estudo encomendado pela companhia.

“A Natura tinha um bom investimento em educação para o negócio, ensinando disciplinas como a gestão de estoques e a educação financeira, mas o IDH-CN mostrou que isso não era suficiente”, disse Cida Franco, diretora de relacionamento. O estudo também mudou a visão da empresa sobre as iniciativas de saúde. “Hoje, a Natura reconhece que pode trazer serviços de saúde que não são acessíveis sem um emprego formal. Antes, não se pensava nisso.”

Assim como para os países, o índice vai de 0 a 1 e, quanto mais perto de 1, melhor. A primeira medição foi feita em novembro de 2014, comparando um grupo iniciante e outro de consultoras há mais de um ano.

Em 2014, o IDH da Natura totalizou 0,55. Um ano depois, subiu 7%, para 0,597. A empresa promete fazer medições anuais.

O estudo avaliou três dimensões: trabalho, conhecimento e saúde, com duas importantes adaptações. A primeira foi para introduzir aspectos individuais na metodologia do IDH, já que a versão original engloba apenas dados e realidades de países. O segundo ajuste foi para adaptar a medição a uma realidade corporativa.

“O IDH Brasil é macro, o IDH da consultora Natura é micro. O IDH Brasil foca nos meios para o desenvolvimento, como a renda; e o IDH da Natura nos fins”, disse Angels Varea, sócia da Hmetrics, consultoria responsável pelo estudo. Enquanto o IDH agrega diversas bases de dados de organismos internacionais como Unesco, Banco Mundial e ONU, o indicador corporativo recolhe os dados diretamente das consultoras.

“Dentro de seu primeiro ano de Natura, parece haver um claro benefício nas relações de trabalho e de valorização profissional. Nos próximos cinco anos, esse efeito do IDH-Trabalho diminui, mas melhora o seu IDH-Conhecimento”, disse a pesquisadora.

O foco de intervenção da Natura está nas vertentes de saúde – a menor nota entre os três pilares avaliados – e em conhecimento. Em renda, o próprio negócio supre essa necessidade, disse Cida.

Uma das alianças em saúde é com a startup Saútil, que desenvolveu um aplicativo gratuito que mapeia o Sistema Único de Saúde (SUS) para o usuário consultar os postos de saúde existentes na cidade e os pontos de distribuição gratuita de remédios. A empresa de benefícios Vidalink vai oferecer descontos em farmácias conveniadas. Na rede particular Tem, as consultas e exames terão preços reduzidos e um cartão pré-pago. O serviço é testado em Porto Alegre e será estendido para todo o país em 2017.

Em educação, a empresa fez acordos com a Estácio, de Ensino Superior; o Prepara, de ensino profissionalizante; e a plataforma on-line Geekie Games, de ensino preparatório para o Enem.

Eduardo Pitombo, diretor da área de soluções corporativas da Estácio, disse que o convênio é um dos maiores da história da empresa de educação carioca. O acordo inclui todos os cursos presenciais e a distância, de graduação e pós-graduação, exceto os de nicho, como medicina e gastronomia. Três cursos a distância voltados para vendas (gestão comercial, marketing e processos gerenciais) terão uma oferta maior. Os descontos médios são de 30%, válidos para a consultora e um familiar direto, como marido ou filho.

Com o convênio, a Estácio poderá atingir um público potencial de 3 milhões de pessoas, contando a base da Natura e um familiar. Mesmo a adesão de um percentual pequeno é significativa e ajuda na lotação das salas. “Um modelo como esse tem impacto importante na continuidade no ensino superior em um momento de incertezas com o Fies”, disse Pitombo. “É um público que não tinha acesso ou estímulo ao ensino superior”.

Os benefícios funcionarão como uma barreira de saída. “Não existe contrapartida para os descontos, mas, ao sair da base, a consultora sabe que vai perdê-los”, disse Cida.

A Natura fechou o segundo trimestre com 1,3 milhão de consultoras no Brasil, praticamente estável em relação a um ano antes. A produtividade mostrou melhora no segundo trimestre pela primeira vez desde os primeiros três meses de 2014.

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