Por: Estevão Taiar
O número de inadimplentes chegou em março a 60 milhões de brasileiros pela primeira vez desde o início da série histórica da Serasa Experian, em 2012. O número representa 41% dos brasileiros com 18 anos ou mais. Do total, 77,2% ganham até dois salários mínimos mensais e 37,2% vivem com menos de R$ 880. As dívidas em atraso equivalem a R$ 256 bilhões. Em dezembro, havia 57,9 milhões de inadimplentes registrados. Houve, portanto, um aumento 3,6%. O dado da Serasa é trimestral.
Por faixa de renda, o maior número de inadimplentes está entre aqueles que recebem entre R$ 880 e R$ 1.760, ou de um a dois mínimos, por mês, com 24,24 milhões. Em seguida, vêm os que recebem até R$ 880 ou um salário mínimo (22,56 milhões), entre R$ 1.760 e R$ 4.400, ou dois a cinco mínimos (7,02 milhões), entre R$ 4.400 e R$ 8.800, ou cinco a dez mínimos (2,94 milhões) e acima de R$ 8.800 (mais de dez salários mínimos, 3,3 milhões).
Segundo Luiz Rabi, economista da Serasa Experian, “a inadimplência tende a crescer mais no primeiro trimestre, pela concentração de despesas e gastos adicionais nessa época”. Os números, no entanto, surpreenderam.
“Em um trimestre, entraram mais de 2 milhões de novos nomes na lista. Os mais afetados são as pessoas que praticamente vivem daquilo que recebem e não conseguem realizar nenhum tipo de reserva ou poupança financeira. Quando perdem o emprego e são atingidas pela inflação, são as que mais sofrem”, afirma.
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É realmente um número assustador, tanto de pessoas inadimplentes quanto o volume em reais (R$ 256 bilhões). O período de início de ano, com as compras de Natal, início do período escolar, impostos e taxas que vencem neste período acaba por potencializar as dificuldades provenientes do momento de recessão que vivemos (mais de 10 milhões de desempregados).
O que era interessante sabermos, também, considerando o quantitativo de brasileiros que se enquadram em cada uma dessas faixas salariais, qual a faixa salarial que apresenta maior tendência a ficar na condição de devedor inadimplente?