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Desemprego cria ambiente propício para o salto da inadimplência

por: Afonso Bazolli
em: Cobrança
fonte: Diário do Comércio
26 de julho de 2015 - 14:07

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Por: Fátima Bernardes

Segundo levantamento da Boa Vista SCPC, 34% dos consumidores estão endividados – para um terço deles, a causa da inadimplência foi o desemprego

Pagar as dívidas em atraso para voltar a comprar a prazo é o desejo de Marcos Roberto Pedroso, 41, técnico de segurança, e Angélica Rosa de Souza, 22, auxiliar de escritório. Eles perderam o emprego em 2014, atrasaram o pagamento das dívidas, e agora, novamente empregados, querem tirar o nome da lista de inadimplentes para voltar a consumir.

Na segunda-feira, eles estiveram no Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), da Boa Vista Serviços, para saber exatamente o valor da dívida. Marcos diz que tem débito de cerca de R$ 2.800 com bancos porque atrasou o pagamento do cartão de crédito. Angélica afirma que a sua dívida em atraso é da ordem de R$ 1.600.

“Fiquei sabendo que estava com dívida em atraso porque fui fazer uma compra com o cartão e vi que ele estava bloqueado. Fiquei desempregado de dezembro do ano passado até junho deste ano e não consegui pagar o cartão”, afirma Marcos.

Marcos é formado em Técnico de Segurança, mas conseguiu um emprego com carteira assinada na função de metalúrgico na Lorenzetti. “Estou ganhando R$ 300 a menos do que ganhava, mas aceitei. Agora vou procurar o banco para tentar parcelar a dívida, se der, em dez vezes, sem juros”, diz ele.

Angélica ficou sete meses desempregada, após pedir demissão em um supermercado, em São Paulo, que estava atrasando o pagamento do salário dos funcionários. Ela achou que ia encontrar outro emprego rapidamente, o que não aconteceu.

Agora está trabalhando como auxiliar de escritório e decidiu quitar os débitos para voltar a comprar. “O mercado de trabalho está muito difícil. E os preços de tudo estão subindo. Pagávamos R$ 200 de conta de luz por mês. Subiu para R$ 420”, diz. Assim como Marcos, ela quer renegociar com desconto o valor que está devendo para os bancos, pois considera as taxas de juros elevadas.

Marcos e Angélica são retratos fiéis do inadimplente brasileiro. A pesquisa Perfil do Consumidor Inadimplente, realizada no segundo trimestre deste ano pela Boa Vista SCPC, sinaliza que o desemprego é a principal causa da inadimplência.

Segundo o levantamento, que conta com respostas de 1.022 consumidores, 31% daqueles que tem dívidas em atraso atribuem a falta de pagamento ao desemprego – outros 28% remetem ao descontrole financeiro e 13% emprestaram seus nomes a terceiros e acabaram na lista de devedores que não pagam suas contas.

Quando o assunto é valor devido, eles também fazem parte da maioria. Cerca de 38% dos inadimplentes, segundo o levantamento, dizem ter entre R$ 500 e R$ 2.000 em dívidas para pagar. No entanto, aqui, a diferença não é tão grande – são 32% os que devem mais de R$ 2.000 e 30% os que não deixaram a bola de neve ultrapassar os R$ 500.

OTIMISMO DEMAIS

Ao que parece, não é só a conquista de um novo emprego – ainda que com remuneração menor – que traz um alívio quando o assunto é prognóstico. Neste segundo trimestre, 20 de cada 100 entrevistados consideraram pior a situação financeira agora do que no começo do ano – seis pessoas a menos do que o apurado nos primeiros três meses deste ano.

As dívidas diminuíram para 24% dos entrevistados, no entanto, para 26% o endividamento aumentou. Para o restante, os débitos ficaram no mesmo patamar que no trimestre passado. O otimismo está presente para 75% dos entrevistados, mesmo com o cenário econômico em franca desaceleração e com a pouca esperança de analistas econômicos de todo o tipo de vertente.

Talvez seja esse mesmo otimismo que faz com que 33% dos consultados considerem-se pouco endividados, ainda que 41% deles tenha um quarto da sua renda comprometida com dívidas.  Apenas 25% dos consultados consideram-se muito endividados – a mesma proporção dos que tem mais da metade da renda comprometida com parcelas a pagar.

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