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Empréstimo de nome leva brasileiros à inadimplência

por: Afonso Bazolli
em: Cobrança
fonte: Redação
04 de maio de 2016 - 18:07

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Apenas 11,2% receberam o valor integral da dívida e três em cada dez tiveram que economizar e cortar gastos para pagar as pendências de terceiros

Uma pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) traçou o perfil de consumidores que estão ou ficaram inadimplentes há no máximo doze meses por terem emprestado seu nome para outra pessoa fazer compras ou tomar empréstimos. Segundo a pesquisa, um em cada dez (11,2%) ficou com o nome sujo por essa razão, principalmente por emprestar o nome para amigos (26,6%) e irmãos (21,0%).

Apesar dessa prática não ser considerada adequada para as finanças, 39,6% dos entrevistados afirmaram que o principal motivo para tomarem essa atitude de emprestar seus dados, cartão ou cheque foi o de ajudar. Para o educador financeiro do SPC Brasil e do portal Meu Bolso Feliz, José Vignoli, devido a proximidade pessoal o consumidor fica sensibilizado, já que é muito mais difícil negar ajuda. “O problema é que decisões financeiras precisam ser tomadas de forma racional, e quando as emoções interferem, o julgamento do consumidor fica comprometido”, explica. “Por isso, o recomendável é pensar bastante, de preferência sem a presença da pessoa que fez o pedido, antes de tomar qualquer atitude”.

Ainda que metade (50,7%) soubesse o valor que seria gasto em seu nome por terceiros, é expressivo o percentual de consumidores que não tinham conhecimento (28,5%). Oito em cada dez (79,2%) ainda afirmam não saber o valor pago pela dívida realizada por outras pessoas.

O estudo também mostra que apenas 5,3% de quem usou o nome de outra pessoa para fazer compras e o deixaram sujo pagaram integralmente a dívida. Outros 64,1% ainda estão em negociação para o pagamento e dois em cada dez (19,9%) assumiram essa pendência. Entre esses entrevistados, 29,6% teve que economizar e cortar gastos para pagar as dívidas de terceiros. Segundo a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, o consumidor que ficou inadimplente acha que a dívida não é dele e muitas vezes adia ou renega o pagamento. “Porém, ainda que ele não tenha de fato contraído a dívida, tem responsabilidade em ter emprestado o nome e a única maneira de sair dessa situação pode ser ele mesmo pagando o valor da conta em atraso”, afirma.

Apenas 11% receberam o valor integral da dívida

Além de emprestar o nome para outra pessoa e ter que arcar com a dívida, a pesquisa identificou que quase metade (44,3%) não cobrou o dinheiro gasto da pessoa. Apenas 11,5% já receberam o valor integral da dívida e 12,1% um valor parcial, sendo que 76,4% não receberam nada. A principal justificativa de quem não pagou é que não possui dinheiro para pagar (40,3%) e outros 15,1% dizem que a pessoa alegou que irá pagar quando arrumar um emprego ou tiver um aumento do salário.

Em pelo menos 69,2% dos casos, o relacionamento entre o devedor e quem emprestou o nome ficou abalado.  82,0% dos entrevistados que emprestaram o nome e ficaram inadimplentes pretendem nunca mais emprestar seus dados, cartões e cheques a terceiros.

“Emprestar o nome para amigos ou conhecidos é uma atitude solidária, mas pode estragar planos importantes de médio e longo prazo, como comprar uma casa, um carro ou investir na educação e saúde. Ao tentar ajudar uma pessoa próxima, é preciso pensar bastante antes”, analisa Kawauti. “Os resultados da pesquisa indicam que, frequentemente, quem emprestou o nome acaba se responsabilizando por uma dívida que não fez, com graves desdobramentos como a restrição ao consumo, inadimplência e até mesmo a perda da amizade de quem pediu ajuda.”, conclui.

Metodologia

A pesquisa entrevistou 1.088 consumidores residentes em todas as regiões brasileiras, com idade igual ou superior a 18 anos, de ambos os sexos e de todas as classes sociais, atuais inadimplentes ou ex-inadimplentes há no máximo 12 meses. A margem de erro é de 3,0 pontos percentuais para uma confiança de 95%.

Acesse a íntegra da pesquisa em:

https://www.spcbrasil.org.br/imprensa/pesquisas

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