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Fundo Cerberus, especializado em ativos de risco, chega ao Brasil

por: Afonso Bazolli
em: Cobrança
fonte: Valor Econômico
13 de maio de 2015 - 18:20

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Por: Graziella Valenti

Empresas com crises profundas e necessidade de capital. Essa é a especialidade da Cerberus Capital Management, empresa de investimentos que tem US$ 25 bilhões sob gestão. Não por acaso, o Brasil tornou-se alvo de prospecção. A RK Partners, de Ricardo Knoepfelmacher, fechou na semana passada uma parceria para buscar oportunidades para o fundo americano.

Fundada em 1992, a Cerberus ainda não fez aplicações no Brasil, a despeito de estar exposta a diversos outros países emergentes. E não possui escritório em nenhum outro país da América Latina.

“Acreditamos que haverá uma janela de oportunidade no Brasil de pelo menos três anos, para investimentos de risco, de companhias em crise. A recessão está gerando essa oportunidade, e criou situações em que empresas sólidas precisam de assistência financeira e operacional”, declarou Chip Smith, porta-voz do fundo.

A Cerberus prefere não falar em valor mínimo para investimentos. Também não há valor padrão ou máximo. Tudo depende do tamanho da oportunidade. “E a especialidade são casos complicados, para reestruturar a empresa”, disse Ricardo K ao Valor. O nome da companhia não deixa dúvidas sobre isso. Cerberus, na mitologia grega, é o cão de múltiplas cabeças que guarda a porta do inferno.

Nos EUA, a empresa tem um time com cerca de cem profissionais operacionais, vindos de indústrias e diversos setores, que atuam desde a avaliação inicial até a gestão.

A RK Partners não terá um fundo com recursos da Cerberus. O trabalho local será essencialmente de avaliação das oportunidades, já que o fundo não possui representantes no Brasil. A aplicação e a gestão serão feitas diretamente.

Em alguns casos, segundo K, a RK poderá ser contratada pela empresa investida para fazer a reorganização dos negócios.

Para atender à parceria, K montou um time exclusivo, com seis pessoas dedicadas à avaliação de alvos potenciais. O grupo trabalha de forma independente e separado da equipe focada na reorganização de ativos.

É vital que a Cerberus tenha o controle da gestão, o que pode ser maioria das ações ou a atuação como investidor de referência das pulverizadas. O objetivo é sempre ter o comando do conselho de administração e, portanto, da diretoria e das decisões estratégicas.

Os setores de infraestrutura, imobiliário, saúde, varejo e agrícola estão entre os inicialmente pesquisados. Mas não há restrições. “Há interesse por todos os setores. Por enquanto, é difícil estimar um prazo para as operações. Acreditamos que há várias oportunidades. Somos ágeis e estamos prontos para aproveitá-las”, afirmou Smith.

A Cerberus pode aceitar outros fundos para investimentos conjuntos, mas sempre será majoritária na composição. Nas empreitadas no Brasil, a RK terá o direito de co-investir. A Cerberus oferece soluções de financiamento, em casos de empréstimo já vencidos, e atua pesadamente nesse ramo

K disse que o fundo trabalha em projetos de longo prazo e houve afinidade nos objetivos. Além disso, assim como a RK, o foco não são apenas companhias que precisam reorganizar as finanças. “A crise, muitas vezes, é operacional. E a companhia precisa de uma revisão de processos ou de estratégia.”

Muitas vezes, os alvos não serão as empresas glamourosas do mercado. Ao contrário. “Os ativos baratos muitas vezes são os feios e obscuros”, disse Pedro Motoryn, diretor da RK, lembrando a definição do professor da Escola de Negócios de Columbia, Bruce Greenwald.

Segundo Motoryn, o processo de seleção avalia três pontos essenciais: valor de liquidação, para estimar ao piso do negócio; a existência de ativos sólidos que possam servir de lastro, inclusive para desalavancagem; e resiliência, resistência a ciclos econômicos.

Recentemente, a empresa de construção e incorporação Rossi informou que estava conversando com o fundo americano. Conforme o Valor apurou, a Gafisa também está sendo analisada. K não confirma e não fala de alvos potenciais, embora já existam avaliações em andamento. No início do mês, Gafisa e Tenda admitiram manter diálogo com interessados nas companhias – separadamente. O Valor apurou que, além da Cerberus, os interessados são essencialmente fundos de participações.

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