Hoje, 76% dos brasileiros já possuem um cartão, seja ele de crédito, de débito ou de alguma loja

Metade do volume financeiro gasto por mês no Brasil já é feita através de dinheiro de plástico, ou seja, os cartões. O dado foi observado pela primeira vez no último semestre, segundo levantamento feito pela Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) e divulgado durante o 8º Congresso de Meios Eletrônicos de Pagamento. Ao todo, esse mercado movimentou R$ 384 bilhões, nos seis primeiros meses do ano, e deve fechar 2013 com R$ 850 bilhões transacionados.

Hoje, 76% dos brasileiros já possuem um cartão, seja de crédito, débito ou de loja. São 20,4 milhões de pessoas, acima de 18 anos, que possuem algum tipo de meio eletrônico de pagamento em 11 capitais analisadas pelo estudo, que inclui apenas Recife e Salvador, entre as do Nordeste. Entretanto, apesar de ter tido apenas duas cidades pesquisadas, a região é apontada pela instituição como aquela que vem apresentando um dos maiores crescimentos no setor.

Nordeste

“O Nordeste é um mercado de grande espaço de crescimento. Se a gente olhar em vários setores da economia como um todo, no Nordeste, a taxa vem crescendo mais do que na média do País. O incremento de renda na região também vem crescendo mais do que na média nacional e, portanto, isso vem puxando esse indicador do setor de cartões pelos próprios fenômenos socioeconômicos que estão acontecendo nos estados nordestinos”, analisa o diretor da Abecs, Marcos Magalhães.

A posse de cartões permanece sendo mais expressiva entre a população das classes A e B (90%). A classe C possui 70% de seus integrantes com cartão e as classes D e E, 42%. Essa ampliação dos gastos dos brasileiros com cartões se justifica, principalmente, pela migração das transações com cheque compensados para os meios eletrônicos.

Enquanto que o número de transações destes passou de dois bilhões para 4,3 bilhões do primeiro semestre de 2008 para o mesmo período de 2013, o de cheques caiu de 701,7 milhões para 416,3 milhões, durante o mesmo intervalo.

Aceitação

A expansão da rede de aceitação foi outra alavanca para o faturamento com cartões. O número de terminais de captura (máquinas de cartão) cresceu 70% em seis anos, chegando a 4,2 milhões de unidades. O faturamento médio por máquina é hoje de R$ 15,3 mil por mês

Crescimento de 15%

De acordo com o presidente da Abecs, Marcelo Noronha, a expectativa é de que, no ano que vem, o setor possa alcançar a marca de R$ 1 trilhão em volume financeiro transacionado. De 2008 até os primeiros seis meses desse ano, o crescimento do faturamento dos plásticos foi de 21,3% em média. E a tendência é continuar o crescimento, em uma média anual de 15%.

Outro dado revelado pelo levantamento é que a taxa de desconto, que é cobrada dos estabelecimentos comerciais, foi reduzida de 2,96% para 2,77% de 2009 até o semestre passado nas transações com cartões de crédito. No débito, caiu de 1,60% para 1,56%.

Gasto médio

O tíquete médio do brasileiro ficou em R$ 118,46 nos últimos seis meses e a inadimplência, que é contada como o não pagamento em um prazo de mais de 90 dias após o vencimento da fatura, ficou em 7,5% — a menor já registrada pela série histórica do levantamento. “Isso ocorre, principalmente, pelo nível baixo de desemprego hoje existente no Brasil”, justifica o presidente da Abecs. (SS)

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