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Crédito agora chega pelo celular

por: Afonso Bazolli
em: Crédito
fonte: Valor Econômico
24 de junho de 2015 - 18:07

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Por: Felipe Marques

O cliente vai à concessionária e decide financiar um carro novo, mas quer aproveitar uma proposta feita pelo banco em que tem conta corrente e não a da fabricante do veículo. Sem sair da loja, saca o celular, consulta seu limite de crédito e a taxa de juros e manda para a instituição financeira uma foto da nota fiscal, tudo via smartphone. Em poucos minutos, a operação está fechada e o banco deposita o crédito na conta da concessionária.

Esse sistema, desenhado pelo Banco do Brasil (BB), é uma amostra de como as grandes instituições financeiras têm usado o celular como ferramenta para acelerar a concessão de crédito, e não apenas como canal para consultas de saldos, pagamentos de contas e transferências. Atualmente, embora os bancos ofereçam a contratação de algumas linhas pelo telefone móvel, em particular de crédito pessoal, o canal ainda é pouco utilizado para outras formas de financiamento – algo que as instituições têm trabalhado para mudar.

No BB, por exemplo, além do crédito para aquisição de veículos, o celular passou a ser usado para renovar operações de crédito consignado para servidores públicos. O Santander estuda abordagem semelhante para o crédito com desconto em folha. O Bradesco, por sua vez, desenvolveu sua própria versão da Siri – a ajudante digital dos celulares da Apple – para facilitar a interação do cliente com o canal móvel e tem trabalhado formas de combinar a oferta de crédito com as necessidades mostradas pelo cliente enquanto navega no aplicativo do banco. O Itaú Unibanco tem usado o celular para acelerar o processo de avaliação do perfil de risco de clientes em operações de crédito imobiliário, o que acelera a negociação dessa linha.

Desde que incorporou a renovação do consignado ao rol de opções de crédito no celular, em abril, o BB viu os volumes contratados na plataforma aumentarem. O banco espera encerrar o ano com R$ 1 bilhão contratado pelo canal, diz Edmar Casalatina, diretor de empréstimos e financiamentos da instituição. Até agora, foram contratados cerca de R$ 380 milhões, mais do que no ano passado inteiro. Além de renovar o consignado, o banco também oferece crédito direto ao consumidor (CDC) na plataforma e está finalizando a oferta de financiamento de veículos.

“Em veículos, o celular vai ajudar a compensar o fato de eu não atuar diretamente em concessionária. Hoje, eu já ofereço um simulador pelo celular, mas o cliente vai poder passar a contratar por ele também”, diz Casalatina, que prevê que a funcionalidade esteja disponível no início do segundo semestre.

O Bradesco espera dobrar o volume de crédito contratado via celular neste ano. “De janeiro a junho vamos chegar aos cerca de R$ 500 milhões contratados no ano passado”, afirma Luca Cavalcanti, diretor do Bradesco Dia & Noite, departamento que reúne os canais digitais do banco. O executivo atribui parte desse avanço à iniciativa, adotada desde o ano passado, de arcar com os custos de dados do cliente para navegar no banco pelo celular.

“O que vai ser disruptivo vai ser o cruzamento de informações entre diferentes canais do banco. Eu vou continuar no celular uma conversa com o cliente que começou na internet, que ele pode retomar de onde parou”, afirma Cavalcanti. O Bradesco também usou a mesma tecnologia da Siri para criar uma central de atendimento aos clientes que fornece de extratos bancários a contratação de crédito.

Dados do Banco Central (BC) mostram que o celular ainda é pouquíssimo usado na concessão de empréstimos. Em 2014, número mais recente da autoridade monetária, foram 3,6 milhões de operações de financiamento por esse canal, o equivalente a 0,5% de todo o crédito do sistema. Em 2013, foram fechadas 991 mil operações pelo canal móvel.

No BB e no Bradesco essa fatia é maior e está próxima de 2% neste ano. No caso do banco público, para fins de comparação, em abril do ano passado, a participação do celular no crédito era de apenas 0,5%.

Por outro lado, o BC calcula que a participação do celular como forma de iniciar uma transação bancária – transferências, consultas a saldos, pagamentos de contas – foi de 10% em 2014, tendo duplicado ao longo do ano passado. Ou seja, há espaço para levar o cliente que acessa o banco pelo celular a contratar crédito.

“O cliente hoje já transaciona muito no canal digital, o que vai nos abrindo a possibilidade de ofertas mais personalizadas. O aumento da contratação de crédito no celular é uma questão de hábito, assim como o pagamento de contas no celular também foi”, diz Cavalcanti, do Bradesco.

O Santander não divulga números da participação do celular na contratação de crédito, mas tem trabalhado em um sistema que permitirá aos clientes finalizar a contratação de crédito consignado pelo celular, no lugar de usar o caixa eletrônico. Atualmente, o banco disponibiliza a contratação de CDC pelo telefone móvel.

“Há um público que não tem computador em casa e não usa o internet banking, mas que tem um smartphone e pode interagir com o banco por ele”, afirma Massimo Campodonico, superintendente-executivo de canais de relacionamento do banco.

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