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10 de outubro de 2013 - 18:04

Custo-menor-do-credito-leva-disputa-de-bancos-para-prestacao-de-servicos-televendas-cobranca

Os grandes bancos brasileiros vão buscar mais receitas com prestação de serviços para proteger suas margens, apesar da alta na taxa básica de juros promovida pelo Banco Central na semana passada, segundo analistas e executivos.

As estratégias apontam para a diversificação como forma de melhorar margens deprimidas nos últimos trimestres por crescimento econômico lento, inadimplência elevada e pressão do governo para redução do chamado “spread”, ou a diferença entre o custo do dinheiro para um banco e o que ele cobra pelos empréstimos.

A avaliação é que as instituições financeiras estão motivadas a fazer esforços rumo à diversificação, já que não esperam uma retomada da Selic ao nível de dois dígitos já visto no País.

Produtos financeiros, como seguros e cartões, além de assessoria em mercado de capitais, são as frentes escolhidas pelas instituições financeiras para conquistar mais receitas.

Movimentos recentes, como a compra da Credicard pelo Itaú Unibanco, a abertura de capital da BB Seguridade e o interesse da Caixa e do Banco do Brasil em desenvolverem a área de banco de investimentos demonstram o apetite das instituições financeiras por estes mercados.

“Com menores taxas, é preciso encontrar outras formas de ganhar mais receita e gastar menos”, afirmou o diretor de controladoria do Itaú Unibanco, Rogério Calderón.

A alta de 0,5 ponto percentual da Selic na semana passada não deve afetar os planos. “Trata-se de uma estratégia que não muda por movimentos de curto prazo no mercado”, acrescentou.

Na mesma direção, o analista do BES Securities, Gustavo Schroden, acredita que a alta da Selic para 8% terá algum impacto positivo sobre a precificação das carteiras de crédito dos bancos, mas é insuficiente para mudar o apetite das instituições pelo segmento de serviços.

CARTÕES E SEGUROS

O Itaú deu um sinal claro de que sua principal aposta para obter mais receitas com serviços é o setor de cartões. O banco reforçou sua liderança em maio com a compra da Credicard, depois de ter fechado o capital de Redecard no fim do ano passado.

Na ocasião, o banco explicou que pretendia oferecer serviços mais competitivos no setor de meios de pagamento.

Na semana passada, a Redecard anunciou o lançamento de um produto de comércio eletrônico focado em empresas de menor porte, justamente com o objetivo de se diferenciar da rival Cielo sem ter que baixar preços.

A fatia do Itaú no mercado brasileiro de cartões é de aproximadamente 39%. A concorrente Cielo, que pertence ao BB e ao Bradesco, tem 54%. O Santander se posicionou neste setor em 2010, ao firmar acordo com a GetNet.

Enquanto isso, o Itaú também está de olho no mercado de seguros, segmento no qual está atrás do Bradesco e Banco do Brasil.

Segundo Calderón, o Itaú Unibanco considera a possibilidade de crescimento orgânico ou aquisições nesta área, que cresce à medida que a renda do brasileiro avança. Na área de seguros residenciais e veículos, o banco atua por meio da Porto Seguro, empresa onde tem fatia de 30%.

No Bradesco, o setor de seguros já representa 30% do resultado líquido. A estratégia da instituição nesta área é concentrar-se nos seguros de vida e de previdência, mais rentáveis, explorando a penetração ainda baixa do setor no Brasil.

ESTATAIS

Até os bancos estatais, que têm sido agressivos na oferta de crédito desde o ano passado, já começaram a demonstrar preocupação com a preservação dos resultados.

No primeiro trimestre, o Banco do Brasil, por exemplo, teve resultado inferior ao esperado pelo mercado, apesar de um crescimento de 25,7% na carteira de crédito que não minimizou impacto de queda de receitas.

Enquanto isso, a Caixa tem apresentado expansão do crédito muito acima dos concorrentes, mas este aumento veio acompanhado de maior inadimplência, que passou de 2,07% no primeiro trimestre de 2012 para 2,3% no mesmo intervalo deste ano.

Como alternativa para sustentar seus resultados, o BB avalia meios de fortalecer seu banco de investimentos, o que inclui possível aumento da participação no Banco Votorantim e aquisições no exterior.

Segundo o vice-presidente de atacado, negócios internacionais e private bank do BB, Paulo Rogério Caffarelli, entre os serviços com os quais o banco quer obter mais receitas estão as áreas de fusões e aquisições, pesquisa e corretagem.

A Caixa também pretende atuar com mais força nos setores que atraem seus concorrentes: seguros e cartões, segundo o diretor executivo de controladoria do banco, Paulo Henrique Bezerra.

Para cuidar da diversificação das receitas, a Caixa criou em abril uma vice-presidência para negócios emergentes, que ficará encarregada dos setores de cartões, seguros, veículos e agronegócio.

A Caixa, que hoje atende o mercado a partir de uma área interna de mercado de capitais, está esperando nos próximos meses a aprovação do Banco Central para criar seu próprio banco de investimentos.

Tanto BB quanto Caixa vão enfrentar no mercado de capitais grifes como Itaú BBA e Bradesco BBI, que têm as operações mais parrudas no setor. Ambos estão entre os cinco maiores bancos no ranking de emissão de ações e de títulos de dívida da Anbima.

O BTG Pactual é outro forte competidor no caminho dos bancos de investimentos estatais.

CONTROLE DE CUSTOS

Além da diversificação das receitas, o controle dos custos está presente na agenda de todos os grandes bancos. Segundo Caffarelli, do BB, a instituição tem feito um forte trabalho de revisão de processos dentro do banco, além de ter retomado conversas para compartilhamento de estruturas com outros bancos.

Um exemplo é o compartilhamento de rede de caixas eletrônicos, que ainda não se tornou realidade, mas deve voltar a ser debatido em breve.

“Os bancos vão ter que aprender a viver com juros baixos, terão de olhar para dentro de casa e buscar eficiência operacional”, disse.

O Itaú conta com um projeto de eficiência para reduzir gastos, e nos últimos dois anos conseguiu que as despesas crescessem em um ritmo inferior à inflação. “Isso deve acontecer de novo em 2013 e 2014″, declarou Calderón.

O tema foi destacado pelo Santander, quando questionado sobre os desafios gerados pelo atual cenário econômico. Por meio de nota, a instituição financeira disse que tem buscado melhorias nos processos de negócios e na área de tecnologia da informação.

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