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Mitos e verdades sobre crédito e consumo no Brasil

por: Angelica Balthasar
em: Crédito
fonte: Consumidor Moderno
27 de novembro de 2012 - 18:02

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Por: Paula Furlan

O novo cenário do crédito no Brasil, que teve significativas mudanças com a entrada de mais de 35 milhões de pessoas nos últimos cinco anos, é mostrado em detalhes na nova pesquisa da Boa Vista Serviços, administradora do SCPC. Trata-se do primeiro levantamento de amplitude nacional sobre o comportamento do consumidor nesse novo quadro de expansão do crédito que elevou a relação crédito/PIB de 24% para 50% em cerca de 10 anos.

O estudo desmitificou alguns fatos sobre o consumidor de baixa renda, faixa que está em alta no mercado e hoje é um público cobiçado pelas marcas e empresas. Alguns mitos desfeitos ou confirmados são:

O consumidor de baixa renda não poupa – VERDADE

Pela pesquisa, 39% dos brasileiros afirmam ter o costume de poupar. Mas, ao cruzar as repostas com a classe social dos entrevistados, observa-se que o percentual de poupadores é significativamente menor entre os de renda mais baixa.

O consumidor de baixa renda não paga suas contas em dia – PARCIALMENTE VERDADE

Nos últimos anos o governo brasileiro tem promovido uma política econômica de estímulo o consumo. Um dos principais instrumentos para isso foi a expansão do acesso ao crédito, chegando às classes com menor renda. Aproximadamente 70% das famílias das classes C, D/E possuem conta-corrente há menos de dez anos. Ou seja, dez anos atrás a maioria das pessoas das classes média e baixa não contava com esse que pode ser considerado uma das principais portas para o crédito. Uma consequência dessa expansão foi o maior nível de endividamento do consumidor brasileiro. E são exatamente as classes C, D/E que estão em uma situação mais delicada. A pesquisa revela que apenas 40% das famílias dessas classes declararam não possuir dívidas. E das famílias que possuem dívidas cerca de 45% reconhecem que é difícil quitá-las com a renda mensal de hoje.

Naturalmente, o maior nível de endividamento significa que há uma maior dificuldade no pagamento das despesas fixas mensais. Essa dificuldade é efetivamente validada por números que evidenciam o fato de que as famílias das classes C, D/E tendem a ter mais contas de serviço (água, luz, etc.) em atraso: 19% (D/E), 15% (C), 10% (B) e 2% (A). Outra maneira de observar a dificuldade no pagamento de contas é avaliar o comportamento da inadimplência, retratado a partir do percentual de pessoas cujo nome tem restrições no mercado. Conforme demonstrado na tabela 1.3, os resultados encontram-se em linha com o cenário traçado até então: as classes C, D/E possuem os maiores níveis de inadimplência.

O consumidor de baixa renda não faz planejamento financeiro – VERDADE

Quando questionadas a respeito do assunto, 38% das famílias declaram não realizar qualquer tipo de controle das suas receitas e despesas – resultado preocupante, pois tal mínimo controle deveria ser disseminado para todos. Ao avaliar o resultado por classe social, observa-se que, conforme o poder aquisitivo das famílias diminui, há um menor controle sobre o orçamento. Nota-se, ainda, que os resultados para as classes A e B são bem semelhantes: respectivamente, 69% e 68% dos entrevistados controlam suas contas. O índice da classe C cai para 58%. O pior resultado advém das classes D/E – apenas metade das famílias afirma fazer controle de suas finanças.

As mulheres estão à frente do orçamento doméstico – MITO

Hoje, na maioria das famílias, a mulher não se limita às responsabilidades domésticas. A mulher foi para o mercado de trabalho. O que se observa então é a divisão de tarefas entre o casal – a mulher e o homem passaram a ter juntos a tarefa de cuidar da casa, da família e do trabalho. Com isso, o papel da mulher no meio familiar foi alterado. Mas será que ela é a responsável pela organização das finanças da casa? O estudo indica que, dos 45% dos entrevistados que responderam ser responsáveis por gerenciar os gastos da família, prevalece o equilíbrio entre os sexos: 52% são homens e 48%, mulheres. Entre os 19% de entrevistados que responderam que o cônjuge é o responsável, 61% são mulheres. Ou seja, nesses casos a responsabilidade é do marido. Entre os que afirmaram que os parentes são os responsáveis, os resultados apontam uma direção diferente: em 13% dos casos a mãe é a  responsável e em 9%, o pai. Dessa forma, a conclusão é que o papel de gerenciar as finanças da casa é dividido entre o homem e a mulher.

O nome é o maior patrimônio da pessoa – VERDADE

Em um cenário de expansão do crédito, como é o caso hoje no País, mais e mais consumidores antecipam compras de bens e serviços. Apesar dessa vantagem, nem todos podem aproveitar o momento. Algumas pessoas têm seu pedido de crédito negado e sabem os desdobramentos que isso pode representar. Por isso, há uma evidente preocupação entre os consumidores em manter o requisito essencial para o acesso à maioria das linhas de crédito: o nome limpo. Essa preocupação se reflete na opinião dos consumidores. Há uma relação entre o nível de renda e a importância de ter o nome limpo. As classes D/E são as que mais dão importância à situação do seu nome. Isso pode ser explicado pelo fato de as classes com menor renda dependerem mais do crédito como uma forma para adequar o fluxo de renda com os gastos previstos.

O consumidor de baixa renda não se protege contra fraude – VERDADE

Apesar das diversas conotações que o termo pode assumir, em se tratando de consumidor, fraude tem relação com o uso indevido dos seus documentos. No entanto, a pesquisa mostra que menos da metade dos consumidores, em todas as classes, se preocupa com isso.

Outros dados

A maioria dos brasileiros (65%) utiliza o dinheiro como principal forma de pagamento na compra de produtos ou serviços. Em segundo lugar aparece o cartão de crédito, com 21%, seguido do cartão de débito (10%) e do cheque (1%).

O uso do dinheiro é mais comum entre pessoas de renda familiar mais baixa: 79% das pessoas das classes D/E, contra 33% entre as da classe A. Já a utilização do cartão de crédito se dá em sentido contrário: enquanto 44% das pessoas da classe A o utilizam como principal forma de pagamento, nas classes D/E esse número é de 14%.

Com entrevistas por todo o território brasileiro, a pesquisa constatou, ao revisitar percepções tradicionais sobre o mercado de crédito, que é verdadeira a afirmação de que o consumidor olha primeiro as parcelas e depois os juros: 30% dão prioridade ao valor das parcelas quando vão fazer um financiamento e 15% olham em primeiro lugar o número de prestações. Os juros são a preocupação de apenas 22%. A pesquisa está disponível na íntegra em http://www.boavistaservicos.com.br/imprensa/releases/pesquisa-mercados-2012-endividamento-e-inadimplencia

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