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20 de maio de 2013 - 21:38

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O Brasil já se aproxima de padrões internacionais no que se refere ao crédito, e deveria aprender com lições recentes de outros países com endividamento excessivo

O crédito é uma das grandes alavancas da economia. A combinação de poupança prévia com o financiamento em diferentes prazos permite aos indivíduos e às empresas promover investimentos e antecipar o consumo para momentos que lhes sejam mais oportunos. Se bem gerenciado, o crédito pode, então, propiciar uma considerável melhora na qualidade de vida das pessoas, além de permitir que a produção se expanda mais rapidamente. É uma forma inteligente também de transferir recursos excedentes de uma parcela da sociedade para outra cujo poder de compra seria mais limitado se tivesse que pagar tudo à vista.

Devido à inflação crônica e à enorme goela do setor público (sorvedora de toda a poupança disponível), o crédito se manteve em patamares muito modestos no Brasil por longo período. Com a queda da inflação e das taxas de juros, assim como a redução relativa do endividamento público, o espaço para o crédito se multiplicou na economia do país, chegando a uma proporção de 50% do Produto Interno Bruto.

No caso das pessoas físicas, o financiamento para a compra de veículos — um tipo de empréstimo que as instituições financeiras estavam mais habituadas — foi o que se expandiu mais rapidamente, respondendo pela maior parte das carteiras de crédito. Mas outras formas de financiamento foram igualmente evoluindo, como o empréstimo consignado e o crédito para a compra de imóveis, ambos relacionados à geração de mais empregos formais na economia. O crédito habitacional possivelmente este ano passará a se constituir na principal fatia dos financiamentos às pessoas físicas, uma característica de economias mais avançadas.

Mas, se por um lado a economia brasileira vai se aproximando dos padrões internacionais no que se refere ao crédito, por outro é preciso aprender com a experiência recente de outros países e evitar que o endividamento das famílias ultrapasse um limite perigoso. O aumento da inadimplência mostra que, por falta de hábito, muitos indivíduos e famílias têm assumido riscos que superam sua real capacidade de pagamento. O consumo, turbinado pelo crédito e o aumento da massa salarial, foi a mola propulsora do forte crescimento da economia brasileira em 2010, e o governo espera repetir a dose agora em 2013 e 2014. Ainda que tenha havido algum amadurecimento de lá para cá no que tange ao uso do crédito, estimular a economia por essa via é certamente um caminho temerário. Consumidores e instituições financeiras ficarão mais expostos à possibilidade de calote , bem como a demanda poderá ser pressionada exatamente nos segmentos que têm puxado a alta de preços, e não se pode ignorar que a inflação se encontra em uma faixa bem desconfortável.

É míope querer que os bancos não sejam prudentes. Erro maior ainda empurrar os estatais nesta direção, e ainda por cima alavancando-os por meio de endividamento público. Um dia a conta será apresentada ao contribuinte.

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