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Varejo com crédito fraco no fim de ano

por: Afonso Bazolli
em: Crédito
fonte: Brasil Econômico
01 de dezembro de 2013 - 17:40

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Apesar da queda da inadimplência, com renda apertada e nível de endividamento das famílias alto, estatísticas mostram piora no risco de novos tomadores de empréstimo

Por: Léa de Luca e Renata Batista

O fim de ano vai passar em branco no setor de crédito ao consumo. A avaliação é de analistas que enxergam no cenário de juros altos, insegurança e aumento do desemprego espaço apenas para as tradicionais ações de recuperação de inadimplentes com o dinheiro do 13Q salário. O aumento no nível de risco dos tomadores — 32% das consultas são de clientes considerados de alto risco — indica que a trajetória de melhora dos índices de inadimplência verificada no primeiro semestre pode perder força sem que o nível de endividamento das famílias tenha retornado a níveis mais confortáveis. Com isso, o crédito novo vai continuar travado.

O endividamento total das famílias brasileiras em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) ainda está abaixo da média mundial. A análise do crédito tomado apenas para o consumo, porém, aponta para um índice de 19% do PIB, maior que o dos Estados Unidos (17%) e Itália (16%), por exemplo. Só o crédito imobiliário continua abaixo e vai continuar crescendo. O espaço para concessão de crédito ao consumo está se esgotando.

“Acabou aquela fase de concessão de crédito a mar aberto, sem olhar a quem. Começou a fase do zelo máximo pela qualidade, e da busca pela rentabilidade das carteiras, o que inclui melhorar a eficiência das ações de cobrança”, afirma Vander Nogata, chefe da unidade de negócios de informações sobre consumidores da Serasa Experian.

Para o gerente sênior de risco e fraude da Lojas Renner, Carlos Medina, o setor vive um desafio, com 20% do orçamento das famílias brasileiras comprometido com o pagamento de dívidas. “O bolo diminuiu. Está mais difícil ganhar dinheiro com crédito. Precisamos encontrar soluções simples, de baixo custo. Precisamos investir em relacionamento”, afirma.

No segmento de automóveis, a avaliação não é diferente. “O que as montadoras e os bancos podiam fazer para reaquecer o mercado já está sendo feito com ofertas e taxas subsidiadas. Não existem estratégias adicionais. A reação da economia terá que vir de outros setores”, diz o presidente da Associação Nacionais das Empresas Financeiras de Montadoras (Anef) e presidente do Banco Volkswagen, Décio Carbonari.

Em agosto, as consultas ao Serasa pelo setor de automóveis, motos e peças caiu 5,7%, a maior queda entre todos os setores pesquisados.

No Citi, a situação não é diferente. Para o chefe de políticas de crédito ao consumo da instituição, Roberto Jabali, o mercado de crédito ao consumo no Brasil está saturado. “O cenário está mais competitivo, todos disputam os mesmos clientes. Precisamos ser mais assertivos, identificar quais clientes realmente queremos, e correr atrás”, afirma.

Segundo ele, o país está em um momento em que as variáveis estão relativamente boas – inadimplência caiu, o emprego e a massa salarial estão altos -, mas fatores, como dólar e juros, estão voláteis, e podem afetar a inflação, que afeta a capacidade de pagamento.

“O comércio vai bem em relação ao PIB, mas no crédito será fraco” , avalia o chefe da divisão econômica da CNC, Carlos Tadeu de Freitas Gomes.

Para ele, apenas o setor de alimentos — no qual a demanda de crédito é menor — deve ter desempenho melhor neste fim de ano, mas puxado pela melhora na renda e não pelo crédito. “A renda melhora com a diminuição da pressão sobre os preços, mas com taxa de juros altas ninguém vai apostar em crédito para alavancar vendas, nem prazo mais longo”, diz.

Apesar do discurso conservador, a expectativa para o 2014 é de aumento da inadimplência. “O grande desafio dos três últimos meses do ano será a recuperação de crédito. O cliente paga para poder comprar mais e os bons clientes estão mais conscientes, mais seletivos” , afirma o gerente da Renner.

A situação só não é pior porque em 2011 as financeiras já haviam feito um ajuste nas políticas de crédito, que ficaram mais conservadoras. Os novos contratos refletem essas mudanças. “Na cobrança, quem chega primeiro bebe água limpa”, resume o executivo do Citi.

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