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O que faço se treino um novato e ele não aprende?

por: Afonso Bazolli
fonte: Valor Econômico
30 de maio de 2016 - 18:02

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Por: Karin Parodi

Trabalho há cerca de quatro anos em um grande grupo empresarial. Durante esse período, pude conhecer a fundo a cultura organizacional e os processos internos. Oito meses atrás, porém, um novo funcionário foi contratado para atuar na minha equipe. Por ser um dos mais experientes do setor, fui designado para treinar e explicar o funcionamento das coisas para essa pessoa. O problema é que todo o tempo e energia que dedico a essa tarefa parecem ser em vão. O funcionário sempre responde positivamente ao que ensino, mas na prática é como se eu não tivesse falado nada. Meu chefe, ciente da situação, apenas diz que é preciso tentar amenizar o problema, pois não é um bom momento para buscar outro profissional. Meu ânimo e minha paciência, porém, já estão se esgotando. O que devo fazer?

Supervisor de vendas, 32 anos

Resposta:

Duas situações se sobrepõem em sua história: seu chefe tem um problema e seu chefe é um problema. Ele tem um problema porque contratou uma pessoa não adequada à posição, que tende a ter baixa performance – além disso, está demorando para tomar providências a respeito, prejudicando a equipe. E ele é um problema porque talvez não entenda a relevância de fazer boas contratações, contando mais com sorte do que com expertise – além disso, está demorando para tomar providências a respeito, prejudicando a equipe.

Todo gestor precisa responder às circunstâncias de modo ágil, sem recorrer a desculpas para não fazer o que deve fazer. Da mesma maneira, precisa participar ativamente dos processos seletivos para sua equipe, e não delegar toda a responsabilidade ao RH. Isso garante que as contratações sejam estruturadas e feitas levando em conta análises comportamentais e técnicas.

Um processo seletivo bem conduzido relaciona a definição do cargo e do perfil desejado com as estratégias e objetivos atuais e futuros da empresa. As atividades a serem exercidas devem ser descritas minuciosamente, assim como os conhecimentos e as habilidades desejáveis para o profissional a ser contratado.

Na entrevista, deve-se fazer a checagem das competências que o candidato diz ter desenvolvido e se elas são transferíveis à posição em questão. Bons entrevistadores sabem distinguir o joio do trigo ao ouvir as experiências de carreira do entrevistado. Nas palavras ditas e nas não ditas, conseguem perceber se seu comportamento é compatível com os valores, cultura e objetivos da organização.

As mais diversas ferramentas de avaliação são bem-vindas e, quando bem usadas, podem contribuir com informações importantes para a decisão de contratar ou não um profissional. Avaliações de perfil trazem à tona, por exemplo, traços de personalidade, interesses, valores e motivadores. Para algumas situações, aplicam-se testes de raciocínio lógico e de capacidade analítica.

As referências de ex-chefes, colegas e subordinados também têm muito a revelar sobre conduta, performance e habilidades do profissional no dia a dia. Essas informações são bastante valiosas se forem captadas com discernimento. Nem falei de novidades como o uso de ‘big data analytics’ no recrutamento e seleção de pessoas, que só comprovam a importância que as organizações dão a esses processos.

O bom processo seletivo, portanto, é trabalhoso, exige compromisso e, embora não seja infalível, ainda é a melhor proteção da empresa contra desperdício de recursos em geral – basta pensar nos custos de contratação e demissão, ou nos níveis baixos de produtividade e performance.

Quanto ao seu caso, de maneira bem pragmática, recomendo-lhe fazer uma pergunta direta ao seu chefe: “Se você soubesse todos os detalhes do perfil e da forma de atuar dessa pessoa, você a contrataria hoje?” Caso a resposta seja “não”, ele deve pensar seriamente no desligamento desse profissional, tendo a consciência de que os resultados da empresa, e também os dele, serão afetados em caso contrário.

Se o seu chefe insistir em manter essa pessoa, você pode sugerir outra para treiná-lo, liberando-se do problema. Uma coisa é certa: a resolução, seja qual for, cabe a seu chefe, não a você.

Excluí a possiblidade de que você tenha deixado a desejar no papel de “professor”, pecando na comunicação, sendo apressado ou impaciente. Mas, para não haver dúvidas, vale a pena você fazer uma reflexão sobre isso e talvez pedir feedback a outros que já tenham recebido suas orientações. Aprender sobre si é sempre boa ideia.

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