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Com dez anos de empresa, devo pedir aumento?

por: Afonso Bazolli
em: Gestão
fonte: Valor Econômico
11 de janeiro de 2015 - 14:02

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Por: Karin Parodi

Trabalho há dez anos em uma empresa de médio porte, na qual entrei como diretora. Ocupo o mesmo cargo e exerço praticamente as mesmas funções até hoje, o que para mim não é um problema. Gosto do que faço e sempre entreguei os resultados. Tenho um bom salário, compatível com o mercado, mas durante todo esse tempo ele apenas foi corrigido. Ou seja, nunca ganhei um aumento real e comecei a me questionar se não é o momento de isso acontecer. Não gostaria de trocar de emprego nem de buscar “novos desafios” internamente para justificar esse acréscimo na remuneração. Mas, depois de uma década, acho que a companhia poderia fazer isso por mim. Além disso, tenho medo de ser vista como acomodada, e abordar esse assunto com meus superiores talvez ajudasse a afastar essa imagem. O que devo fazer?

Diretora, 52 anos

Resposta:

Li nesses dias uma frase do diretor de cinema Woody Allen que diz: “A melhor maneira de ser feliz é gostar de seus problemas”. Vi nela uma sabedoria simples e profunda e acho que cabe em seu caso. Você parece bem resolvida com suas escolhas, gosta do que faz e mostra-se satisfeita com a maioria de seus problemas profissionais. Na lógica de Allen, você se sente feliz em geral. Apenas um problema a incomoda: a aparente falta de reconhecimento do desempenho por meio da remuneração.

É importante ter isso em mente antes de começar nossa conversa. Fazer o que nos deixa felizes é fundamental para nossa autoestima e nosso posicionamento na sociedade. Não à toa, cada vez mais gestores se questionam sobre se fazem o que gostam. Uns não estão realizados com suas escolhas de carreira e de área de atuação. Outros implicam com a empresa, seja pelo clima e pela cultura organizacional, seja pelo estilo do líder, pelos colegas, pela imagem da marca à qual se associam. Há ainda os que sofrem com preocupações e dúvidas sobre o futuro do mercado onde se inserem, sobre suas perspectivas de crescimento.

É genuína sua satisfação com a carreira, a empresa em que trabalha, o setor de atividade? Você já fez uma análise fria dos fatores tangíveis e intangíveis em tudo isso? Ou é uma acomodação? Do mesmo modo, será que sua empresa está acomodada em relação a você, dando-a como garantida?

Percebo em você um medo de ter se acomodado e, ao mesmo tempo, um medo da acomodação da empresa. Depois de dez anos sem aumento real e sem mudança de funções, esse medo é perfeitamente compreensível. O fato de você bater metas não desautoriza a tese da acomodação: é o mínimo que se espera que aconteça. Você superou metas, entregou resultados acima do esperado, fez mudanças, gerou economias, aumentou a produtividade da sua área? Você desenvolveu a equipe, motivou-a a ir além, planejou a sucessão de posições?

Não identifiquei uma preocupação com um desempenho surpreendente, que é a base para o nosso crescimento. É a busca e a conquista de resultados surpreendentes que dão aos profissionais sustentação para almejarem aumento de salário, maiores responsabilidades ou um novo cargo. São elas que fazem com que eles se tornem recursos valorizados por uma empresa.

Nesses dez anos, não houve por parte da empresa uma conversa sobre sua carreira, objetivos pessoais, interesse em crescer – algo além do básico da avaliação de desempenho anual? O assunto nunca foi abordado? Você nunca cobrou isso? Por suas colocações, eu poderia deduzir que você tem uma imagem de acomodada na empresa, construída por você mesma ao longo do tempo.

Minha sugestão é a seguinte: antes de pedir qualquer coisa à empresa, saia da sua zona de conforto, busque desafios, supere expectativas, faça a diferença. Só assim você dará motivos suficientes para ser reconhecida financeiramente. Só assim você sinalizará para a empresa que não é acomodada.

Se você percorrer o caminho e a empresa não corresponder, a acomodada será ela. E, então, você terá de se mudar. Faça tudo isso sem deixar de gostar dos seus problemas, como aconselha o diretor de cinema. Afinal, é importante ser feliz.

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