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Devo sair em busca de um trabalho mais prazeroso?

por: Afonso Bazolli
em: Gestão
fonte: Valor Econômico
01 de fevereiro de 2017 - 18:00

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Por: Gilberto Guimarães

Trabalho há dez anos em uma empresa de médio porte e lidero uma pequena equipe. Gosto do que faço, mas de uns meses para cá tenho me sentido desanimado. Dificilmente tenho a oportunidade de atuar em novos projetos e, geralmente, apenas repito as mesmas tarefas e funções. Como não vejo perspectivas de crescimento, comecei a pensar em me demitir ou procurar outro emprego. O problema é que meu setor está sentindo profundamente os efeitos da crise, com fechamento de vagas e congelamento de investimentos. É melhor ficar onde estou e ter um salário garantido ou tentar mudar em busca de mais satisfação?

Diretor, 39 anos

Resposta:

É normal que, de tempos em tempos, apareçam dúvidas ou mesmo uma insatisfação em relação à trajetória profissional. A impressão é que se está há muito tempo no mesmo lugar, fazendo as mesmas coisas.

Vale lembrar que carreira é apenas um dos caminhos para atingir o seu propósito de vida. A empresa e o emprego são os veículos desta “viagem”. O importante é ter um objetivo e se assegurar que está no caminho certo. Já o bom emprego é aquele que não só leva ao destino, mas onde se consegue trabalhar fazendo as coisas que mais se gosta, do jeito que se gosta e com quem se gosta.

Sair de um emprego sem ter outro em vista não faz sentido. É como descer de um ônibus para ficar na estrada pedindo carona, sem saber para onde ir. Pode-se acabar tendo que entrar no primeiro carro que parar, se é que algum vai parar. Não se deve fazer isso, muito menos na crise.

Estamos em um momento de grandes transformações. O que dava certo antes já não funciona mais. As empresas foram obrigadas a mudar e se tornarem mais flexíveis. Elas não podem mais prometer estabilidade nos empregos. O modelo anterior era caracterizado por fatores que privilegiavam a segurança e a antiguidade. O “tempo de casa” era fundamental na evolução dos salários e das promoções.

As crises e as reestruturações romperam esses compromissos. Agora, a empresa procura apenas tornar o trabalho o mais interessante e “atualizado” possível como forma de reter e recompensar o desempenho dos empregados.

Hoje, a única segurança do emprego que ainda existe é medida pelo seu valor para o mercado de trabalho, externo a sua empresa. Arelação entre empregador e empregado passa a ser fundada sobre a análise das opções possíveis para cada uma das partes, de acordo com os períodos e o estado do mercado de trabalho e da economia.

Podemos definir três tipos de trabalhadores que emergem desse novo modelo. O primeiro é composto de profissionais que dominam competências estratégicas e que dispõem de um “capital de conhecimento amplo e universal”. A carreira deles e a forma de remuneração são semelhantes às de profissionais liberais. Ou seja, têm contrato com objetivo específico e são também remunerados por uma participação nos resultados.

Uma segunda categoria é composta de indivíduos que dispõem apenas de um “capital de conhecimento específico”, relativo aos negócios de uma empresa ou setor, mas que não é facilmente utilizável pelo mercado externo de trabalho. Essa categoria representa a continuidade do modelo anterior de relações de trabalho.

A terceira categoria é constituída por indivíduos que só dispõem do seu “capital de experiência adquirida no dia a dia”. É a categoria mais frágil, associada ao antigo proletariado.

Todos estão sujeitos às incertezas de uma mudança tecnológica ou ruptura de mercado. Na turbulência, porém, essas três categorias vão estar em condições diferentes.

A primeira, de certa forma escapa da lógica das crises e reestruturações, pois pode encontrar facilmente novas oportunidades para aplicar seus conhecimentos. A segunda é a que mais perde no caso de crise – as vantagens obtidas por pertencer a um grande grupo não serão facilmente reencontradas em novos desafios em outras empresas. Para a terceira categoria de trabalhadores, os de baixa qualificação, a crise é apenas mais um fator de risco no percurso profissional.

Manter a empregabilidade é se desenvolver para fazer parte da categoria de profissionais que dominam competências estratégicas e dispõem de um “capital de conhecimento amplo e universal”.

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