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Em que devemos ser como as crianças?

por: Erdel Santos
em: Gestão
fonte: Redação
26 de junho de 2012 - 0:27

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Ouvi certa vez alguém dizer que devemos ter a simplicidade aparente de um bebê recém-nascido, mas a esperteza de um apostador experiente em Las Vegas.

Não sei se concordo em 100% com esse pensamento, principalmente quanto ao tipo de esperteza mencionada ao apostador de Las Vegas. Mas, observando costumes antepassados, tomando por base o reino animal, percebemos que eles já falaram a respeito da “prudência da pomba e astucia da serpente”…

Mas por que os bebes recém-nascidos? Por serem puros, débeis, saberem pouco sobre o futuro, mas muito sobre o que ocorre no momento e focarem suas energias a isso; a viverem o agora sem medo da dependência de “alguém” que cuide deles, apesar dos perigos.

Vejamos alguns pontos que podem servir de paralelo quanto à menção da criança infante:

  • Dependentes mas sempre disponíveis a aprenderem coisas novas com quem estão a sua volta;
  • Não rotulam a ninguém, qualquer colo é colo – exceto após convívio materno, ai sim, ninguém supera o colo da progenitora;
  • Não tem vaidade nem  problema em dependerem de outros para que esses tragam suprimentos garantindo seu sustento diário;
  • Muitas coisas os assustam, mas logo tudo passa e soltam um sorriso tão facilmente quanto o choro pelo medo injustificável por algo aparentemente simples;
  • Se estão sujos, se fizeram “sujeira na fralda”, simples – não ficam escondendo, até por que não podem fazer isso, o odor sobe no ar – eles se dispõe à “troca de fraudas” considerando o fato um erro de percurso mensurado e possível. E assim, tudo fica bem de novo;
  • Choram desmedidamente – i.e. sem parar -  apenas quando a necessidade os remete a subsistência – ou seja, apenas quando tem fome ou dores verdadeiras.

Agora, um paralelo profissional, ponto a ponto:

  • Dependentes mas sempre disponíveis a aprenderem coisas novas, com quem está a sua volta

Os bebes e profissionais mais qualificados, assumem que dependem de outros pra terem êxito nas suas tarefas cotidanas, sejam elas complexas ou mais corriqueiras.

Bons profissionais, sempre estão disponiveis a ajudar e a serem ajudados – e a aprenderem com os demais. Fixam o conhecimento, mesmo que não utilizem aquilo naquele momento, eles – assim como os bebes – “catalogam o aprendizado”.

  • Não rotulam a ninguém, qualquer colo é colo – exceto após convívio materno, ai sim, ninguém supera o colo da progenitora

Bebes não julgam ninguém. Verdade que após um tempo de convivio com a sua progenitora, tirar uma criança do colo da sua mãe e ir a um outro colo “estranho”, é uma tarefa dificil. Mas em geral, as criancas não rotulam que “Colo A” é bom e “Colo B” não é – tudo é colo, até que se prove ao contrário. Devemos ser assim como profissionais. Abstermos dos nossos pré julgamentos sem dados e fatos, muitas vezes. Achar que inicialmente “qualquer colo é colo”, até que se prove do contrário. Bons profissionais não rotulam as pessoas à primeira vista.

  • Não tem vaidade nem  problema em dependerem de outros para que esses tragam suprimentos garantindo seu sustento diário

Realmente a vaidade é um grande mal inibidor de grandes descobertas e aprendizados humanos. Se parássemos e investissemos mais tempo aprendendo com os outros que nos relacionamos, certamente a espécie humana seria mais evoluída e madura do que hoje somos. Me refiro ao aprendizado bilateralmente falando : aprender o que se fazer e o que NÃO ser feito. Temos esse potencial não explorado dentro de nós e em geral investimos mais vezes no que NÃO deveria ser feito. Assim, praticamos mais o que NÃO fazer do que o inverso: aquilo que deveriamos fazer, seguindo exemplos “bons”. Entretanto, pela nossa vaidade, e por acreditar no nosso conhecimento e auto-suficiência, não investimos nesse aprendizado. Vale aqui a avaliação ética, mas independente da ética social de uma cultura, o NÃO tem um poder atrativo bem maior que o SIM, o proibido e restrito parece interessar mais… Bons profissionais estão sempre prontos a aprenderem com os outros.

  • Muitas coisas os assustam, mas logo tudo passa e soltam um sorriso tão facilmente quanto o choro pelo medo injustificável por algo aparentemente simples;

Apesar do conhecimento de uma criança recém nascida ser débil, ela não demonstra preocupação absurda sobre o futuro, sobre incertezas, sobre crises de “IFs” incertos da existência humana… ela simplesmente vive. E vive, muito mais o presente e o que está à frente, do que o que está supostamente a alguns passos de sí. Nós também poderemos viver uma vida mais efetiva se focarmos muito mais no que está à nossa frente do que nas incertezas do futuro. Nosso medo, nos distancia dos nossos objetivos, nos amedronta, nos emudece quando devemos falar, nos “castra” quando deveríamos estar a ponto de ser produtivos em tudo que fizermos. Pressão, prazos curtos, gestões avassaladoras quanto a cobrança de resultados, parte de uma realidade costumeira e vivída para todo profissional contemporâneo. E isso independe do nível de responsabilidade e da posição do individuo. Devemos ver os perigos, nos amedrontarmos sim, mas observar que existem alternativas e soluções, para que possamos – como a criança – abrir sorrisos sinceros que facilitem o encontro com o nosso sucesso. Não é utopia. É olhar com contraste positivo a realidade presente e futura, na busca de uma aternativa possível e bem sucedida. Bons profissionais olham os ventos e a meteorologia antes de içar as velas mas não desistem de velejar.

  • Se estão sujos, se fizeram “sujeira na fralda”, simples – não ficam escondendo, até por que não podem fazer isso, o odor sobe no ar – eles se dispõe à “troca de fraudas” considerando o fato um erro de percurso mensurado e possível. E assim, tudo fica bem de novo;

Aqui está um grande problema da nossa época, onde a vaidade e orgulho inflamam e transabordam no EGO de toda a nossa sociedade, parecendo ingredientes necessários de um bolo sem o qual não pode ser formado. Como é patético observar na conhecida história da galinha e da águia, a águia pensando que era uma galinha… e como seria mais patético se fosse o contrário: a galinha pensando ser uma águia ? Primeiro ponto a ser observado é que haveriam questões improváveis de estrutura no corpo de ambos que impossibilitariam a “penosa” voar como aguia, caçar como aguia, atingir alturas e fazer manobras como águias, etc, etc. Ou seja, galinha é galinha e águia é águia. Por isso, nosso excesso de estima infla em cada um de nós, ao ponto de nos bastarmos, mesmo que não assumamos isso publicamente, pois prejudicaria a nossa imagem (imagem essa a qual queremos zelar). Vejam as crianças: se fazem “sujeira na fralda”, não escondem o que fizeram, muitas das vezes nos olham com olhar de quem sabe que sabemos o que fizeram e até nos “pedem sem palavras”, a troca da fralda – quem já tem a maravilhosa experiência de ser pai, sabe bem o que estou dizendo… O ponto aqui é assumir, reconhecer, perceber, se conscientizar sobre o óbvio: “…fiz sujeira na fralda!” Quantos executivos, pais, professores, juízes, políticos, governantes, donas de casa, religiosos, padres, pastores, pessoas comuns…quantos de nós não seriamos melhores se exercitássemos esse “reconhecimento da sujeira na fralda” que ocorre de vez enquando conosco? Por outro lado, infelizmente o que vemos é um show de slides, papelada, julgamentos, explicações, CPIs, debates, manifestações arastando a massa, para justificar que a “caquinha e o odor” que sai de nós, não está nas nossas fraldas… Isso me faz lembrar o que uma pessoas querida que me disse um dia: “para ser um homem honrado e forte, voce deve ter humildade para reconhecer o erro, quando cometer um, e força para pedir perdão e corrigi-lo.” Bons profissionais reconhecem quando cometem seus “atos falhos” e focam no aprendizado e solução imediata. Não escondem as “sujeiras na fralda”, nem tentam justificar o injustificável – (se assim o fizessem, o odor deixará a situação pior).

  • Choram desmedidamente – i.e. sem parar -  apenas quando a necessidade os remete a subsistência – ou seja, apenas quando tem fome ou dores verdadeiras.

Aqui está outra experiência que apenas os pais ou próximos a crianças pequenas podem dizer que têm conhecimento de causa. Tirando o muito comum nos dias de hoje, a famosa “manha da criança”, o choro extenso e forte (aquele que somente as mães tem sensibilidade de entender), retrata dores no bebê ou fome…não me perguntem como, não nasci no sexo feminino, portanto não saberei dizer a vocês o que ocorre para tal sintonia sublime entre a progenitora e seu filho. Em contraste a nós profissionais, como seriamos mais felizes também se, como dizia o grande filósofo da comédia “Mazaroppi”, em um de seus famosos filmes : “…guarda as lágrimas para chorar quando voce precisar…”  Desconheço ser humano que não murmure. Que não questione. Que não se insatisfaça mesmo rodeado de diversos atrativos favoráveis e cenários positivos, ainda assim haverá a tal da murmuração. Ou seja, nada nunca está bom. Permitam que eu narre uma  experiência que me incomodou e me fez refletir quanto a esse meu perfil de murmurador. Em uma de minhas viagens de trabalho, fiquei mal hospedado, houve confusão no hotel, não havia vagas, o vôo de ida e de volta atrasaram. O serviço de quarto, que eu geralmente peço enquanto estou trabalhando no quarto de hotel, simplesmente não existia, enfim…poderia narrar aqui uma longa lista de insatisfações. Quando da minha volta, dirigindo meu carro a noite para casa, parei em um semaforo e uma moça de uns 30 anos, se aproximou com uma flanela na mao e me abordou oferecendo-se para limpar o para brisas do meu carro. Como não tinha moedas no painel do veiculo, me recusei ao serviço oferecido. O que foi que eu ouvi ? “Ok senhor, mesmo assim muito obrigado” (ela me disse baixando a cabeça em sinal de submissão). Inevitável eu imaginar o seguinte: “Não dei nada a essa moça e ela me agradece? Eu que tanto recebo, estou a 3 dias murmurando por uma viagem supostamente mal sucedida!?” Somos serem murmuradores e isso definha a nossa alma aos poucos. Choramos por nada. Reclamamos por muito. Deixamos a visão do todo em nossa volta, diferente das crianças que usam suas lágrimas e choro mais forte para quando necessitam mesmo fazê-lo. Quanto a história da moça do semáforo… tive que voltar lá, gastar mais 20 minutos para chegar em casa e retribuir a ela uma pífia e pequena compensação financeira, pelo muito que ela me ensinou com um “…mesmo assim, muito obrigado…” Bons profissionais sempre observam oportunidades positivas, apesar das desventuras do ambiente e das situações – sem murmurações – guardam o choro para quando realmente ele se faz necessário. Sem a visão distorcida, transformam a crise em oportunidade de evolução, ganhos e aprendizado.

Por fim, alguém aconselhou um dia, que o “SUCESSO” pode estar mais ligado do que imaginamos, à nossa comparação com uma criança: “…aquele que se tornar humilde como uma criança, esse será considerado o MAIOR no Reino….” Mateus 18:4

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