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27 de maio de 2013 - 19:38

Envelhecimento-da-populacao-gera-novos-desafios-para-o-rh-televendas-cobranca

Em 2040, 57% da força de trabalho será composta por profissionais com mais de 45 anos

A população brasileira – e consequentemente a forca de trabalho – está cada vez mais velha. Esse fator, somado ao problema da escassez de profissionais qualificados, vai fazer muito profissional de RH redefinir o conceito de talento em sua empresa e rever as políticas e práticas de gestão. Mas nem todas as companhias estão atentas a essa realidade.

Um estudo realizado pela consultoria PwC e pela Fundação Getúlio Vargas apontou alguns dos principais desafios para a área de gestão de pessoas neste cenário. A pesquisa ressalta que a retenção dos profissionais mais experientes no mercado será necessária não apenas por questões relacionadas ao equilíbrio das contas da Previdência Social, mas como alternativa para a escassez de mão de obra especializada e sustentação do crescimento econômico.

O problema é que 63% das companhias sondadas nessa pesquisa não enxergam a força de trabalho mais velha como uma alternativa para a escassez de talentos. Essa visão, segundo o estudo, se reflete na ausência de práticas para atrair e reter profissionais mais experientes nas equipes, já que 56% das companhias não possuem campanhas específicas para contratação de trabalhadores nesta faixa de idade, e em 58% das firmas a idade ainda é um fator relevante para definição dos candidatos.

“No Brasil, se fala muito em Geração Y, mas não sobre o envelhecimento dessa geração”, diz Maria José Tonelli, uma das coordenadoras da pesquisa.

Para 94% das empresas, o lado mais positivo da contratação de tais profissionais é a transmissão de experiência e conhecimentos úteis para os mais jovens, mas para que isso se concretize no dia-a-dia corporativo, algumas práticas devem ser adotadas pelas equipes. Exemplos de tais medidas seriam atividades de treinamento e desenvolvimento envolvendo diferentes faixas etárias (inexistentes em 45% das empresas) e programas de mentoring (não adotados em 50% das organizações).

As pessoas com mais de 60 anos são reconhecidas como mais equilibradas emocionalmente por 96% dos líderes sondados, além de serem considerados os melhores em solucionar problemas por 86%.

Por outro lado, grande parte das empresas (63%) entende que os profissionais mais velhos já estão acomodados em decorrência da proximidade da aposentadoria. Essa visão pode estar equivocada, já que o estudo da PwC e da FGV cita uma pesquisa feita pela Assoiação Americana das Pessoas Aposentadas com o seguinte dado: 80% dos profissionais da geração Baby Boomer esperam e desejam se manter ativos na carreira durante a aposentadoria. Junto com a experiência e lealdade, esperam trabalhar em condições que lhes permita ter autonomia e flexibilidade, com jornadas de trabalho reduzidas e com a opção de home office.

Recomendações

Para as empresas que desejam revisar suas práticas de gestão para acompanhar essas mudanças, o estudo numera alguns pontos a serem observados. Um deles trata a integração dos profissionais mais velhos à força de trabalho. Para isso, é preciso trabalhar a cultura da companhia.

“Gerentes e empregados precisam ser educados sobre esses profissionais a fim de não alimentar estereótipos e preconceitos nocivos. Percepções inapropriadas – como a de que os mais velhos são menos produtivos, inflexíveis e inábeis para aprender novas tecnologias – têm tradicionalmente criado barreiras para a inclusão desses profissionais no mercado”, diz o estudo.

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Comentários (6)
  1. Excelente esse tema abordado. Sinto na pele, pois tenho 50 anos, com mais de 30 de profissionalismo na área. Quando faço entrevista e descobrem a idade, não existe o retorno. O máximo que ouço é que não estou no perfil da empresa. Oras, o que é um perfil para a empresa? Quer dizer que a bola de cristal existe? O que vejo realmente é o achismo, acho que não irá se adequar, acho que é velho, acho que não tem a mesma disposição de um jovem. Posso garantir que tenho muita disposição e muito mais do que muitos jovens. Me baseio por experiências próprias, com jovens aprendizes e até profissionais da área. Não vejo muito comprometimento nessa geração Y, claro não devemos generalizar. Mas e nós, os considerados velhos? Velho é um estado de espírito. Nas empresas onde passo, deixo um ótimo trabalho, com muita dedicação e dinamismo. O que as empresas deveriam fazer é mesclar o velho e o novo, afinal o que sabemos hoje, garanto que aprendemos com os mais velhos do passado, afinal essa é a Ciranda da Vida!!! Abraços

    Sidney Troyano em 17 de junho de 2013 - 10:18
  2. Olá Bom-dia! O tema abordado é muito bom, ultimamente tenho visto pessoas reclamando que não há um trabalho específico em relação a integração dos profissionais com mais 40 anos. Fico feliz em saber que algumas empresas sérias já estão revendo estas possibilidades de implantar essa nova cultura. Parabéns

    Ivani em 11 de junho de 2013 - 12:19
  3. Muito bem abordado este tema. O profissional com mais idade deveria sim ser encarado como alguem que deve e pode continuar a contribuir com sua experiencia para qualquer atividade profissional. Este profissional é dotado além do conhecimento; equilibrio, flexibilidade; condições tão necessarias para o sucesso de um bom desempenho de qualquer atividade.
    márcia gilardino

    márcia em 10 de junho de 2013 - 17:10
  4. A maior dificuldade de voltar ao trabalho é o preconceito de alguns e a arrogancia de outros.

    Pedro Sérgio Charota Gomes em 09 de junho de 2013 - 15:37
  5. Realmente a maior dificuldade com a idade é voltar para o mercado de trabalho, a experiência,a forma de encarar o trabalho e a visão que temos com o passar dos tempos.

    Sandra Regina Gatti em 03 de junho de 2013 - 18:56
  6. Olá Bom Dia !! Muito bom o tema abordado…gostaria de saber se vocês podem me ajudar, queria ter acesso a estes estudos da PwC e FGV, pois este é justamente o tema da minha dissertação de mestrado.

    Grande Abraço,

    Marco Antonio

    Marco Antonio Nogueira em 28 de maio de 2013 - 09:27

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