Oct
15

Idade já não pesa como antes para arranjar emprego

por: Afonso Bazolli
em: Gestão
fonte: Correio Popular
14 de outubro de 2014 - 18:02

Idade-ja-nao-pesa-como-antes-para-arranjar-emprego-televendas-cobranca

Cias estão cada vez mais interessadas em quem tem bagagem e sabe transpor obstáculos

Por: Cecília Polycarpo

Perder o emprego deixou de ser motivo de desespero para profissionais com mais idade. A situação, à primeira vista delicada, pode ser uma oportunidade para traçar objetivos profissionais mais satisfatórios e para se atualizar. E as empresas estão cada vez mais interessadas na maturidade e no comprometimento de candidatos mais experientes.

Um dos motivos é a dificuldade em lidar com a impulsividade da geração Y (pessoas nascidas entre 1984 e 1990), que é menos fiel às companhias.

Além disso, profissionais mais velhos são mais seguros para assumir e correr riscos, resultado de maior bagagem e experiência com situações similares vividas anteriormente.

O diretor-executivo da Michael Page, Ricardo Basaglia, afirma que as empresas do Brasil ainda contratam menos gente de meia-idade em comparação com países das Europa e com os Estados Unidos, principalmente em carreiras técnicas. Mas esta cultura está mudando aos poucos.

“Como o mercado nacional cresceu rápido nos últimos três anos, os profissionais com mais experiência são necessários e valorizados”, explica.

Ainda de acordo com o diretor, a visão de que se o candidato com mais 40 anos ainda não conseguiu um cargo de gerência ele não é esforçado, caiu por terra.

Hoje, quando recrutadores avaliam um executivo com mais idade, o objetivo é alinhar a expectativa do candidato com a da empresa. Se a companhia está em fase de crescimento, é necessário que o postulante tenha ambição de galgar posições.

“E isso independe da idade. Mas se a corporação está em posição de estabilidade, sem perspectiva de crescer, é importante que o candidato também diga que busca estabilidade”, explica. Para entender qual é o momento da empresa, é imprescindível uma boa pesquisa.

O candidato deve ainda fazer uma autoanálise de pontos fortes e fracos. A ideia é buscar sanar deficiências com treinamentos e cursos de reciclagem. Boa parte dos profissionais mais velhos não fala uma segunda língua.

“Nunca é tarde para estudar inglês e espanhol. E as empresas valorizam o esforço”, diz Basaglia. É necessário que quem procura a recolocação entenda que o mercado vê o profissional como um produto – por isso, ressaltar pontos fortes no currículo e entrevista é tão importante.

Por fim, é necessário entender quais setores valorizam mais executivos ou técnicos com mais de 40 anos. Empresas de informática e tecnologia, por exemplo, tradicionalmente têm profissionais mais jovens em seus quadros. Mas companhias multinacionais sólidas costumam contratar pessoas de meia-idade, até mesmo para treinar os colaboradores mais novos.

Também há vagas no mercado para profissionais com mais de 60 anos. Eles têm experiência cultural, são bons ouvintes e têm habilidade para resolver problemas. Além disso, apresentam menor possibilidade de trocar de emprego. O trabalho desenvolvido por esses profissionais é realizado com muita qualidade, comprometimento e responsabilidade.

Os salários da turma madura chega a ser 40% mais alto do que de profissionais recém-formados para ocupar cargos de gerência.

“A verdade é que candidato tem que mostrar entusiasmo e energia. O brilho no olho sempre conta mais que a idade”, completa Basaglia.

Vaga à altura

O engenheiro elétrico de Campinas Rogério Ferro Rodrigues, de 50 anos, ocupa cargos de coordenação e diretoria há mais de dez anos. Mas depois de precisar sair da cidade por causa de um emprego em São José dos Campos, passou anos vendo a família apenas aos finais de semana.

“Era uma multinacional Suíça, tinha uma posição executiva. Mas quando saí da empresa, me organizei e tracei a meta de voltar a morar em Campinas, perto da minha família”, explica Rodrigues.

O engenheiro conta que não foi fácil achar uma vaga à altura de sua experiência. Segundo ele, a maioria das matrizes de empresas de porte tem sede em São Paulo.

Além disso, muitos executivos de alto escalão da Capital têm procurado oportunidades no Interior para fugir do estresse, o que torna a concorrência ainda mais acirrada.

Além disso, vagas para posições mais elevadas dentro de uma corporação costumam ficar mais “escondidas” e precisam de indicação.

Por isso, o networking é considerado um dos mais poderosos meios de recolocação e entrada no mercado de trabalho, segundo especialistas de RH. Redes sociais virtuais especializadas na troca de contatos profissionais (como o LinkedIn) também são ferramentas eficazes.

“Mas consegui uma oportunidade através de uma head hunter por aqui, de diretor-geral em uma multinacional americana de serviços para celular. Era exatamente o que eu queria”, conta o executivo, que está na empresa desde outubro.

CADASTRE-SE no Blog Televendas & Cobrança e receba semanalmente por e-mail nosso Newsletter com os principais artigos, vagas, notícias do mercado, além de concorrer a prêmios mensais. 

» Conheça os colaboradores que fazem o Blog Televendas e Cobrança.

Gostou deste artigo? Compartilhe!

1 Comentário
  1. Excelente matéria. Mas vejo que o mercado brasileiro e muito preconceituoso com os profissionais que já atingiram a meia idade.Justo quando estamos no auge da maturidade profissional,podendo múltiplicar experiências.As empresas nos desligam informando que não estamos atingindo o perfil desejado.Temos que nos diferenciarmos, pois o mercado esta cada vez mais competitivo e precoce.

    Cristiano Nardoni em 15 de outubro de 2014 - 11:38

Escreva um comentário:

[fechar]
Receba as nossas novidades por e-mail:
Cadastre-se agora e receba em seu e-mail:
  • Notícias e novidades do segmento de contact center;
  • Vagas em aberto das principais empresas de Atendimento ao Cliente;
  • Artigos exclusivos sobre Televendas & Cobrança assinados pelos principais executivos do mercado;
  • Promoções, Sorteios e muito mais.
Preencha o campo abaixo e fique por dentro das novidades: