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Líder que motiva e chefe que amedronta: qual é o seu ou quem é você?

por: Afonso Bazolli
em: Gestão
fonte: Administradores.com
21 de outubro de 2018 - 14:02 - atualizado às 18:58

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O universo profissional está salpicado de maus chefes que se intitulam líderes. Como você pode mudar essa situação sendo um líder ou um liderado?

Por: Andréa Guedes

Wanessa, paulistana de 34 anos, foi gerente de vendas de uma grande empresa Multinacional de cosméticos. Mesmo com a forte concorrência e a crise, sempre superou suas metas e sua equipe liderava o ranking de melhores vendas. Na pesquisa de clima, era a gerente mais bem quista por todos, no entanto, não era feliz no trabalho. Por duas vezes adoeceu e o diagnóstico foi o mesmo: estresse, e o motivo? Seu gestor!

Embora ele entendesse muito da técnica de vendas e dos processos da empresa, ele não entendia de pessoas. Constantemente fazia assédio moral, não dava importância para as necessidades de cada um, não sabia quais eram as habilidades que tinham e o que deveria fazer para reter seus talentos (colaboradores).

Sempre fazia reuniões dizendo que precisavam sair da caixa, mas quando recebia ideias e sugestões relevantes, dizia que aquele não era o momento. Para ele, era uma questão de hierarquia: se ele era o líder, ocupava esse cargo por ser superior aos outros e, portanto, tinha a última palavra.

Antes de adoecer pela terceira vez, Wanessa se arrumou toda, se pintou com sua melhor maquiagem, passou seu perfume preferido (que já havia perdido a conta de quantos sua equipe tinha vendido dele) e pediu demissão, após 6 anos de empresa.

PESQUISAS DAS QUAIS SOMOS AGENTES PARTICIPANTES

A história da Wanessa se confunde com tantas outras que até mesmo presenciamos e faz parte de uma estatística nada animadora.

De acordo com Pesquisa realizada pela Etalent, com apoio da Catho, mostrou que apenas 39% dos profissionais brasileiros se declaram felizes em seu atual trabalho, os demais, estão insatisfeitos profissionalmente. A imensa maioria acumula frustrações, sentimento de impotência e mantem a auto estima baixa.

Esse número é maior entre as mulheres devido aos afazeres extras de cuidado com a casa e família, muitas vezes, sozinha.

Uma outra pesquisa (Panorama RH), da Cia Mercer, informa que 47% dos funcionários são retidos na empresa devido ao seu ambiente de trabalho contra 37% relacionado ao reconhecimento financeiro. Não é o salário que os retêm, e sim o quanto eles se sentem bem com o que fazem e com quem fazem.

Para terminar, 56% da perda de talento está relacionado com o superior imediato. Empresas perdem, geralmente para a própria concorrência, pessoas que são peça chave para o sucesso dos resultados.

O verdadeiro líder não pode ignorar pesquisas como essas e achar que isso nunca acontecerá com sua equipe, somente com a do vizinho. Não significa que há líderes que não sejam bons, conhecemos dezenas deles, mas pode significar que não conhecemos nossa equipe o quanto achamos que conhecemos.

CORRIGE SEM OFENDER E ORIENTA SEM HUMILHAR

O universo profissional está salpicado de maus chefes que se intitulam líderes. Que não façamos parte dessa estatística.

Ser líder é ter sensibilidade, é ultrapassar o óbvio. Quem pensa que tudo é muito óbvio, fica recluso. O óbvio nos aprisiona e nos limita, pois não conseguimos saber quais habilidades precisamos desenvolver.

Ser líder é ter virtude, você nasce com condições que facilitam mas se não executar, nada acontece. Quanto mais treino, mas forte nos tornamos.

Ser líder é ter insatisfação positiva. Cuidado com a satisfação por completo: Livro bom, filme bom, lugar bom. É necessário que tenhamos a insatisfação positiva para sairmos da zona de conforto.

Cada ser é único, com suas ambições, necessidades, habilidades e potenciais. Não podemos tratar a equipe como uma média: temos pessoas que entregam fora das expectativas e pessoas que entregam além das expectativas, na média, o resultado é bom, mas, e o desenvolvimento humano?

Uma má gestão pode causar danos emocionais (irreversíveis se não tratados) nas pessoas que a recebem. Em minhas pesquisas, conversei com profissionais de 5, 10, 15 anos de profissão e que ainda se sentem constrangidos ao lembrarem como foram coagidos por alguns gestores que tiveram e que por mais que tentem superar há sempre resquícios.

Elogie em voz alta e faça as críticas que tiver que fazer reservadamente, isso denota reconhecimento e respeito pelo outro!

LIDERAR É INSPIRAR, MOTIVAR: IDEIAS, PESSOAS E PROJETOS

Mário Sérgio Cortella (filósofo, escritor, palestrante e professor universitário) resume em 5 itens o que um gestor precisa fazer para ser um verdadeiro líder. Abaixo, discorro um pouco mais sobre o assunto.

Abrir a mente: O mundo e seus desejos estão mudando com uma velocidade incrível, o bom líder é aquele que identifica as mudanças e é flexível para fazer as devidas alterações. Ás vezes mudar não é fácil, mas como já sabemos, não há crescimento sem uma certa dor.

Elevar a equipe: Quando o Líder cresce, não cresce sozinho. Sua equipe cresce junto. O verdadeiro líder entende que não precisa saber de tudo, mas precisa saber identificar em sua equipe quais habilidades possuem. Um liderado ter mais conhecimento sobre um determinado assunto ou processo e ser reconhecido por isso, não é incapacidade da gestão, na verdade, é humildade. Reconheça sua equipe! Isso é trabalho em parceria. Isso é Inteligência Emocional.

Inovar a Obra: Ser capaz de reinventar os modos de fazer, atuar e perceber. Quantas vezes identificamos que não fomos bons líderes? Eu mesma, várias e isso só ajuda a saber o que tenho que melhorar e como devo fazer isso.

Recriar o espírito. Recriar = Recreio = trazer alegria para a convivência. Ser sério, não é sinônimo de ser triste. Há pessoas que tem um jeito mais informal de tratar os outros, mas em nenhum momento, significa falta de respeito ou compromisso.

Empreender o futuro: Líder não á acomodado, não espera. Lembra da “satisfação plena”? Pois bem, líder não a tem. Ele é proativo ao invés de reativo. Antecipa e não aguarda. Não deixa como está para ver como é que fica.

LUTANDO PARA TER, ESQUECEMOS QUEM SOMOS!

É certo que vivemos em “tempos críticos, difíceis de manejar”. A crise atual trouxe uma série de desligamentos e o medo constante de ser o próximo da lista.

Precisamos ter o dinheiro do aluguel, da comida, da luz e garantir que não percamos nossa dignidade. Por isso, muitas vezes, aguentar um gestor que na verdade é chefe e não líder é desanimador, mas calma! Não se deixe desestruturar.

Às vezes, essa insegurança faz a gente pensar que não há mais nada a ser feito, faz esquecer quem realmente somos.

Reconheça seu Próprio Potencial e faça dele sua motivação. Não terceirize sua felicidade. Não transfira todas as suas insatisfações para seu gestor, isso só vai fazer com que produza cada vez menos e com um grau de infelicidade maior.

Tente se moldar ao ambiente, se adaptar. Hoje em dia, a palavra de ordem é flexibilidade e adaptação, mas claro, sem fugir de sua essência.

Se tiver a oportunidade, mostre a ele o que está acontecendo. Tenha certeza que mais de 70% dos gestores acham que estão agindo corretamente e estão sendo bons líderes, de repente, esse é o caso do seu.

Um barco no porto está seguro, mas não foi para isso que ele foi feito. Sair da zona de conforto às vezes pode ser amedrontador, mas se faz necessário para que a inércia não domine.  A zona de conforto pode ser nosso maior inimigo e é o que causa mais danos a nossa personalidade. Saia dela, caso esteja!

Tenha objetivos concretos. Saiba onde e como quer chegar. Trace rotas, se planeje, tente ser mais otimista. Busque sempre motivos para fazer seu dia a dia mais leve, afinal, caso você não tenha um Plano B, terá que conviver com seu trabalho, então não torne disso um pesadelo.

BASTA QUERER

Lembram da Wanessa do início da nossa história? Ela foi trabalhar na empresa concorrente e hoje, após 2 anos de ter pedido aquela demissão se tornou gerente nacional na área de vendas. Seus resultados continuam sendo batidos, e sua equipe, mesmo tendo triplicado de tamanho, continua trabalhando em parceria.

E o antigo “chefe” dela? Bem, esse foi desligado após 1 ano pelo seu novo gestor e hoje faz parte da equipe de vendas da Wanessa e apresenta melhoras expressivas de comportamento.

O primeiro passo foi entender onde estava errado e o porquê, e quem forneceu essas informações valiosas foi ela mesma, a diferença é que agora ele estava aberto a escutá-las. Sim, é possível um chefe transformar-se em um líder, basta querer!

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