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Liderar é um “dom” ou uma especialidade que se pode adquirir?

por: Alessandro Ichikawa
em: Gestão
fonte: Redação
21 de junho de 2012 - 0:38

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Li uma vez que o ser humano nasce com uma média de 900 habilidades. Isto mesmo, você e eu temos nada menos que 900 habilidades naturais que vão desde um simples caminhar, falar, costurar, até cantar, dançar ou pilotar um automóvel. A única diferença é o grau de habilidade de cada indivíduo.

Sem discutir empirismo ou inatismo, acredito que, diferente dos politicamente corretos, ser líder não se aprende. Precisamos antes de tudo “nascer” para liderar pessoas em sua mais abrangente definição.

Minha opinião é fundamentada em situações que vivemos todos os dias e estudamos na sala de aula ou assistimos nos cinemas. Vemos cases de pessoas que não tiveram oportunidade de se preparar intelectualmente para liderar pessoas e mesmo assim, movimentaram milhares, às vezes milhões de pessoas fazendo a sua verdade tornar-se a verdade da coletividade.

Discutimos cansativamente nos MBAs, cases de presidentes, CEOs, donos de empresas que vão totalmente contra ao modelo mental que constantemente somos bombardeados: “Não existe vitamina verbal mais potente que um elogio.” [Frederick Harris], “feedback negativo ‘no’ particular e feedback positivo ‘no’ coletivo”, “feedbacks devem ser sempre estruturados” e tantas outras frases de efeito que o dia-a-dia nos prova o contrário.

Lembro-me de uma conversa com uma colega sobre um ex-diretor com quem trabalhamos há alguns anos atrás e lembrávamos-nos de algumas passagens com ele. Uma delas era justamente sobre seus feedbacks que, eram sempre muito equilibrados, mas nos incomodavam tanto quanto verdadeiro “tapa na cara”. Sentíamos-nos mal com a sensação de o termos decepcionado e sempre ficava um sentimento claro do desafio de fazermos melhor. Ele nos provocava de uma forma sutil, porém eficaz.

Nesta mesma conversa, resgatamos passagens de nossas vidas como esportistas. Em uma delas, meu mestre um dia disse ao meu colega de treinos: “Você nunca será nada neste esporte. Desista“. Neste mesmo dia, minutos depois, ele falou: “Vou mostrar para o sensei do que eu sou capaz!”. Anos depois, ele se tornou campeão da modalidade e auxiliar do mesmo mestre que um dia o desencorajou, ou não?

Antes que meus amigos saiam desafiando suas equipes desta forma, alerto-lhes que se trata de outro contexto e que meu objetivo aqui é provocar uma análise e reflexão de todos sobre onde exatamente em nossas vidas perdemos a coragem e principalmente a vontade de sermos desafiados. Em que momento de nossas vidas perdemos a força de nos reinventarmos, de nos superarmos, de enfrentarmos as dificuldades sem vaidades ou outros sentimentos menores.

Quem teve oportunidade de praticar um esporte orientado, sabe que a maioria dos treinadores e técnicos esportivos não seguem a “cartilha” e curiosamente são estes mesmos técnicos que são atualmente palestrantes e orientadores de vários executivos. Dúvida? Peça então para sair 02!

Os “estudiosos” podem discordar dizendo que a habilidade pode ser aprimorada, aprendida, o que concordo, mas “ser” um líder sem ter nascido para isto, creio ser um desafio além da capacidade humana. Se liderar outras pessoas pudesse ser simplesmente aprendido, então jogar futebol como Pelé também deveria ser possível.

O ponto é que, independente do que eu ou você acreditamos, a maioria dos profissionais se depara em algum momento da carreira com o desafio de liderar alguém e se eu pudesse resumir em uma frase o que é liderar, eu diria que liderar é inspirar pessoas.

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Comentários (3)
  1. Tudo na vida é resultado de nossa vevência seja com a familia e/ou amigos. Somos resultado do que nos estimularam quando criança. Em casa aprendemos a magia do amor, valor do outro ser humano e o básico do comportamento, pois seremos modelados pele restante nossas vidas, na rua aprendemos fazer nossa escolhas sobre como seremos e quem será nosso espelho tanto do bem como do mal.

    Jubis Cezar em 02 de agosto de 2012 - 21:27
  2. Excelente matéria concordo plenamente. Acredito que tenho muitas qualidades e habilidades de um líder, atuo no segmento de cobrança onde já liderei equipes com mais de 200 pessoas e tive bons resultados. Já me deparei com equipes totalmente desmotivadas, onde consegui reverter os pensamentos negativos para pensamentos positivos, onde com essa mudança a equipe conseguiu atingir os resultados esperados pela empresa.
    Um líder deve desenvolver pessoas, e fazer com que elas trabalhem com prazer. Costumo dizer que um profissional não trabalha apenas para empresa, ele trabalha também pelo seu superior.
    Vejo muitas empresas contratando profissionais para cargos de gestão de pessoas, que não tem habilidade para liderar, com isso as empresas estão cada vez mais investindo em treinamentos, porem no meu ponto de vista um custo desnecessário, pois as pessoas fazem o treinamento mais não sabem colocar em prática ou coloca em prática apenas a teoria, mais como sabemos apenas teoria não dão resultado.
    Abraço, parabéns pela matéria.

    Reginaldo Lopes em 21 de junho de 2012 - 10:43
    • Reginaldo, grato pelo reconhecimento mas acredito que o maior valor de uma provocação com esta é sem dúvida trazer experiências como a sua para enriquecer ainda mais o tema. Minha vivência me trouxe uma visão clara de que, técnica se ensina mas características pessoais e morais cada um detém as suas. Estas características são muitas vezes rotuladas apenas de perfil. “ele não tem perfil para vendas.” ou “este não tem perfil para atendimento e relacionamento.” Aí volto a questionar se alguém “sem perfil” de liderança pode assumir este desafio no maior e amplo sentido desta palavra.

      Forte abraço.

      Ichikawa

      Alessandro Ichikawa em 21 de junho de 2012 - 12:25

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