Questões relacionadas a conflitos de prioridades e diferenças de estilo foram citadas para justificar o menor número de executivas no topo
Por: Camila Pati
Todo profissional que chega ao cargo de gerente executivo sabe que está no caminho do alto escalão corporativo. Mas, apenas 14% dos brasileiros que assumem o cargo são mulheres. O resultado disso é que, entre as 250 maiores empresas do país, apenas 9 são chefiadas por elas.
Para tentar desvendar os motivos por que a carreira das mulheres não decola na mesma velocidade que a dos homens, a Bain & Company entrevistou 514 profissionais, sendo 42% gerentes sêniors ou executivos. A eles foi perguntado a que atribuem o fato de haver poucas executivas no topo da hierarquia das empresas. Confira os resultados da pesquisa inédita divulgada hoje durante o Women’s Forum Brasil,em São Paulo.
1 – Conflito de prioridades
Grande parte dos entrevistados (45%) acredita que há poucas mulheres em cargos de chefia por conta de um conflito de prioridades no que diz respeito a trabalho e família. Dentro deste grupo, 52% dos entrevistados são homens.
As pessoas que citam conflitos de prioridades listam como um dos principais fatores que barram a ascensão profissional das mulheres o fato de elas abrirem mão de parte da progressão na carreira para obter um estilo de vida mais balanceado (66%).
A combinação entre compromissos profissionais e familiares, o que atrapalharia a carreira das mulheres, foi citada por 55% dos entrevistados. Outros 55% também disseram que as mulheres dão prioridade à família em detrimento do trabalho, enquanto 45% disseram que as mulheres são mais preparadas para cuidar da família do que os homens.
2 – Diferenças de estilo
Para 32% dos entrevistados, é a diferença o ‘x’ da questão. Com estilo de liderança distinto dos homens, as mulheres acabam ficando para trás, segundo os executivos que apontaram a diferença de estilo.
Entre os fatores relacionados ao jeito de chefiar uma equipe, 88% citaram que líderes homens estão mais propensos a indicar ou promover profissionais que tenham estilo semelhante ao seu. Para 70%, alguns chefes não valorizam as diferentes perspectivas que as mulheres trazem para as equipes.
E pouco mais da metade (57%) incluiu o fato de a mulher fazer menos marketing de suas experiências e habilidades do que seus colegas homens como aspecto a ser levado em conta na hora de explica a menor ascensão das mulheres.
O grupo dos executivos que atribuem a menor presença feminina nos cargos mais importantes à diferença de estilo é o que tem mais mulheres, 62%, entre os entrevistados.
3 – Ambiente corporativo
Os entrevistados incluídos neste grupo, 23% de acordo com a pesquisa, são os que tendem a dar menos relevância às barreiras que impedem as mulheres de chegarem aos cargos mais altos. Segundo o levantamento, metade deles citou que líderes homens tendem a indicar ou promover profissionais que tenham estilo mais parecido com o seu.
Para 37%, algumas posições e setores são mais adequados para homens e 35% disseram que há menos mulheres com experiência e background necessários. A Bain & Company ressalta que grande parte das pessoas que segue esta linha de pensamento é jovem.
“Interessante notar que muitos desses entrevistados, quando solicitados a citar espontaneamente quais outras grandes barreiras existem para a progressão das mulheres, mencionam a palavra preconceito”, destaca o relatório da pesquisa.
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Concordo que nós mulheres temos estilos diferentes de trabalho, guiamos e determinamos nossas prioridades sempre considerando os dois lados da moeda, profissional e pessoal e a nossa participação no mundo corporativo é diferenciada. Mas, podemos listar estas questões também como pontos positivos na atuação das mulheres no mundo corporativo, ao levarmos em consideração a vida pessoal e profissional, temos mais facilidade em analisar as situações e tomar decisões sob outra perspectiva e tentando balancear as duas áreas de nossa vida. O estilo diferente de trabalho, traz uma nova visão para o dia a dia e para a análise das questões profissionais sob um ângulo diferenciado, não somente considerando os aspectos objetivos, mas tentado entender a situação e qual a melhor solução a ser adotada. Com certeza, uma única questão persiste desde que atuo profissionalmente, há 30 anos, o preconceito, isto sim atrapalha a carreira das mulheres, pois não somos apenas avaliadas pelo que entregamos, mas também pelo fato de conseguirmos ou pelo menos tentarmos fazer com que nossa vida não seja resumida ou direcionada apenas ao crescimento e satisfação profissional, mas que também tenhamos a oportunidade (se quisermos) de sermos mães, esposas, filhas e “MULHERES”.
Bem, em várias multinacionais que trabalhei, poucas eram as mulheres gerentes ou diretoras. E não por falta de competência, mas por uma questão machista mesmo. Eu por exemplo, cansei de escrever os emails do meu gerente, que mal sabia escrever português. Na verdade, apesar de toda a revolução que as mulheres já fizeram, o mercado ainda é muito machista. Então não se trata da mulher colocar a família em primeiro lugar.
eu só sei que nós mulheres fazemos uma enorme diferença no mercado de trab.somos mais detalhistas em tudo que vamos fazer.
obrigado.