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O que faço se meu chefe fala muito e realiza pouco?

por: Afonso Bazolli
em: Gestão
fonte: Valor Econômico
06 de janeiro de 2015 - 18:02

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Por: Marco Tulio Zanini

Trabalho há dois anos no departamento de RH de uma empresa de médio porte. Há cerca de seis meses, recebemos na equipe um novo profissional para coordenar nossa área – ou seja, tornou-se meu chefe direto. Trata-se de uma pessoa simpática, comunicativa e agregadora. No entanto, percebo que ele tem certa tendência em exagerar as coisas. Nas conversas com nosso diretor, e também com os de outras áreas, ele aumenta expectativas, supervaloriza os projetos, sua própria atuação, e promete mais do que temos condições de entregar. Ao que parece, sua preocupação maior está em passar a imagem de que ele é competente, não importando os resultados. Quando acontece de alguém cobrá-lo, ele facilmente arruma uma justificativa para ampliar os prazos ou mudar o que havia dito. Como boa parte das tarefas é difícil de ser mensurada, fica tudo por isso mesmo. Sinto-me incomodado com esse estilo de trabalhar, pois acho desonesto e pouco produtivo. O que devo fazer?

Analista, 27 anos

Resposta:

Lendo a sua questão, lembrei-me de uma velha máxima, uma oração, que pede a Deus para nos dar coragem para mudar o que pode ser mudado, forças para aceitar com serenidade o que não pode ser mudado e sabedoria para distinguir uma coisa da outra.

Pessoas nos incomodam em todos as instâncias da vida e podemos lutar contra tudo e contra todos que nos irritam, contrariam ou produzem desconfiança. É importante lembrar, no entanto, que esses sentimentos falam mais de quem os sente do que dos outros.

Um bom lugar para começar é pela reflexão sobre você mesmo: por que esse indivíduo provoca sentimentos tão fortes em você? Por que isso foi mobilizador o suficiente para que você escrevesse essa carta? Todos a sua volta compartilham da mesma impressão a respeito dessa pessoa? Acreditar que está certo no julgamento sobre os outros é uma das formas mais comuns de autoengano. Esse é um tema bíblico: não julgue para não ser julgado.

Uma coisa é avaliar uma ação específica e emitir um feedback sobre ela. Nesses casos, muitas vezes conseguimos alguma objetividade, pois é possível avaliar uma tomada de decisão de acordo com determinados parâmetros. É possível também dizer que um comportamento específico é inadequado e apresentar as razões disso.

É válido dizer, inclusive, que um determinado comportamento pode prejudicá-lo, mas não é possível afirmar que a motivação do outro é desonesta sem emitir um juízo para o qual não temos outra base senão a nossa desconfiança ou especulação.

Para afirmar que alguém está sendo desonesto, é preciso mais que isso. São necessárias evidências e provas. Seis meses podem ser pouco para avaliar a forma de operar a produtividade de um novo membro na empresa. É necessário esperar pelos resultados para avaliar de maneira objetiva.

A relação com os diferentes é sempre difícil e, nesse sentido, somos bastante narcisistas. Preferimos aquilo que é espelho, ou a nossa própria imagem refletida, e tendemos a não gostar daquilo que é diferente de nós. Esse tipo de situação que você coloca não demanda uma ação específica, só o tempo e os resultados podem falar. Mas demanda de você foco no desenvolvimento de algumas virtudes pessoais, como a tolerância e a paciência.

É uma oportunidade para refletir sobre si mesmo, o que o incomoda e como lidar com esses desafios de forma madura e equilibrada. É isso que se chama de resiliência: sua capacidade de enfrentar situações adversas sem perder o foco no que importa, que é como você pode se organizar para entregar o máximo de valor.

Você esta colhendo impressões e não podemos desconsiderá-las, mas a avaliação a respeito do seu chefe me parece prematura. Pode ser que ele seja do tipo que se articula muito bem politicamente e tenha aprendido a sobreviver dessa forma no seu “aquário organizacional”. A cultura brasileira, caracterizada por relacionamento intensivo, personalismo e hierarquia, muitas vezes estimula o surgimento desse perfil. Geralmente, são pessoas que possuem pouco conhecimento específico sobre o seu trabalho e se sentem inseguras quanto a sua capacidade de entrega.

Ainda que o estilo não lhe agrade, ter um chefe simpático e agregador pode ser importante para que você possa mostrar o seu trabalho e se tornar relevante.

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