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Precisamos de dirigentes mais cultos e comprometidos

por: Afonso Bazolli
em: Gestão
fonte: Valor Econômico
15 de julho de 2019 - 17:01

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Por: Stela Campos

Mais do que líderes capazes de gerir bem suas empresas enfrentando mudanças constantes em diferentes ambientes de negócios, o que o mundo precisa é que eles sejam mais cultos e comprometidos com a sociedade. Esses são os pré-requesitos para um “Cosmopolitan Manager” (administrador cosmopolita), título do novo livro do espanhol Santiago Iñiguez de Onzoño, presidente da Universidade IE, lançado pela editora Palgrave Mcmillan.

“A sociedade global provocou grandes mudanças na liderança”, disse em entrevista ao Valor. Independentemente do tamanho, ele diz que as companhias hoje têm um alcance muito mais internacional e, por isso, precisam de comandantes que tenham uma visão de mundo maior, baseada em tolerância e no entendimento de diferentes culturas. “Esses líderes devem estar abertos para aprofundar seu conhecimento sobre as pessoas”, afirma. Isso pode acontecer, por exemplo, por meio do estudo de ciências humanas e artes. “Eles devem ter uma curiosidade permanente para aprender, a mesma de quando eram jovens.”

O desafio das escolas de negócios e universidades, segundo Onzoño, é justamente desenvolver esse administrador cosmopolita. “O dirigente vai precisar voltar para a escola para atualizar suas competências, pelo menos a cada cinco anos”, diz. Onzoño foi reitor da IE Business School por 13 anos e, desde o ano passado, responde também pela presidência da Association to Advance Collegiate Schools of Business (AACSB), respeitada agência global de acreditação de instituições de ensino.

Para Onzoño, o gestor atual precisa ser mais crítico e “não aceitar fatos que parecem verdade, mas que são mentira”. Isso significa ficarem mais atentos às fontes das informações que acessam. Ele ressalta a importância da literatura no entendimento do que se passa em outras partes do mundo.

Administradores cosmopolitas, segundo Onzoño, são comprometidos com os deveres sociais. Isso significa respeitar os direitos humanos, cumprir leis, seguir a compliance, pagar impostos e ser cidadão. “Não dá para fugir dessas responsabilidades”, diz.

A diferença entre os melhores líderes e os demais é que os primeiros, segundo ele, não têm apenas as competências técnicas necessárias para a gestão da própria indústria. “Eles cultivam a virtude de ter a habilidade social”, diz. O que significa ser bom de networking e comunicação. “Não se trata de ter carisma, mas integridade.”

Observando a sociedade atual Onzoño diz que é possível afirmar que um dos maiores desafios é a desigualdade social. “Existem pessoas que estão infelizes porque percebem que não podem mais galgar posições na sociedade e que acabam escolhendo líderes populistas que se beneficiam desse sentimento.”

Os populistas, segundo Onzoño, acusam os “top managers” de serem da elite, assim como os acadêmicos e a mídia. “Em resposta a eles, precisamos ter administradores mais engajados”, diz. Os de grandes companhias, especialmente, precisam ocupar o papel de pensadores da sociedade. “Só assim vamos conseguir transformar este em um mundo melhor.”

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