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25 de junho de 2025 - 17:01

Quando-usar-onde-ou-aonde-professor-de-portugues-explica-televendas-cobranca-3

Dando continuidade às crônicas metalinguísticas, o professor Diogo Arrais mostra a forma correta de usar os pronomes onde aonde

Fazer referência apenas a lugar: uma orientação que vem há tempos. Vem há tempos, com a pretérita referência do haver, descolada da má companhia do “atrás”.

Cuidadosos jamais deixariam amigo “onde” distante da ideia de lugar. O problema, apesar disso, está em incomodar-se com as incorreções. E foi assim na vida de João, infelizmente.

Onde ou aonde: entenda os usos com esta crônica

A melancolia iniciou-se quando ele, João, entrou em um táxi:

- Esta é uma situação aonde fico chateado. O senhor se atrasou demais! – vociferou o motorista.

João notara, de imediato, o pronome maldito, incorreto aos moldes do padrão. Pediu a palavra, mas o motorista foi rápido:

– Endereço? Rua do Cais?

– Do Cais e do caos. – afirmou João.

– Sim, seu João. Esta cidade é caótica, mas o senhor não disse a profissão onde o senhor gosta.

A paciência foi ao fim. João balançou os braços:

– Sou bancário e bibliófilo. Amante dos pronomes.

O motorista diz, sorrindo:

– Amante de quê?

João insiste:

– Dos pronomes, ué!

O taxista, demonstrando interesse, complementa:

– Ah, sim! Eu, tu, ele, vós…

Bastou aquela pitada gramatical, para João emocionar-se:

– Quer dizer, então, que o senhor admira os pronominais?

O diálogo escorre firme, enquanto o calor fluminense dá o tom ao papo:

– Sou fã deles. Lembro até aquele poema de Andrade sobre o “me dá um cigarro…”

– Que maravilha! O modernismo é algo fantástico! Admiro aqueles que se esbaldam na literatura. – quase assim versifica o passageiro bibliófilo.

– Estudei muito a nossa Língua, seu João. Estudei no Dom Pedro II. Recordo cada regra ali aplicada.

– Muito bem! Permite-me uma pergunta?

– Claro, seu João!

– Por que, diante de um saber tão apurado, o amigo usou, de forma tão deselegante, o pronome relativo nas duas sentenças iniciais deste educativo papo?

– De propósito, meu caro! Assim que verbalizei as sentenças, reconheci as afinidades e pude reconhecer que o senhor sofre do mesmo mal.

– Que mal?

– O vício gramatical.

Bem perto do endereço, aquelas almas abraçam-se. O motorista nega-se a cobrar e corrige-se, para a surpresa naquele dia tórrido:

– Este é o carro em que reconheço amigos de livros e de almas.

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