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Regras podem diminuir o turnover

por: Afonso Bazolli
em: Gestão
fonte: Consumidor Moderno
04 de março de 2015 - 18:07

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As novas regras trabalhistas anunciadas pelo Governo Federal em relação ao seguro desemprego vão afetar diretamente trabalhadores de alguns setores da economia, principalmente os jovens em busca do primeiro emprego. Esse jovem, grande maioria no call center, pode ser difícil ficar empregado por mais de 18 meses. Por outro lado, para as empresas do setor, pode significar a diminuição do turnover, que tanto afeta o mercado.

De acordo com o advogado Fernando de Almeida Prado Sampaio, Mestre em direito pela PUC-SP e sócio do escritório BFAB Advogados, “no caso dos jovens, que são usualmente obrigados a aceitar empregos temporários e, e de certa forma, mais precários, será difícil se manterem empregados por mais de 18 meses. “Em um cenário de provável recessão econômica, com setores cortando mão de obra, as notícias não são boas para os jovens em busca de oportunidades no mercado de trabalho normal.

Em compensação, o setor de contact center, mesmo que crescendo em um ritmo um pouco mais lento que em anos anteriores, o número de vagas tende a crescer e as mudanças foram bem vistas pelo setor. “As novas regras do seguro desemprego poderão reduzir a entrada e saída de atendentes, o que poderá melhorar o atendimento aos clientes”, acredita Stan Braz, diretor executivo do Sintelmark. “Com mais tempo de trabalho, o colaborador entende melhor a empresa em que atua e possivelmente poderá atender com mais segurança seu cliente”.

Por outro lado, para Alexandre Azzoni, diretor da CallFlex, as novas regras, exatamente pelo setor contar com muitos jovens, não afetará o mercado de forma significativa. “O setor de call center passa, hoje, mais do que nunca, por seu principal desafio. A necessidade de maior eficiência deixou de ser apenas uma preocupação financeira e passou a ser uma questão de sobrevivência, então, com relação às novas regras, entendo que se trata apenas de um ajuste no formato atual”, acredita. “Como a maioria dos trabalhadores do setor tem este como seu primeiro emprego, não entendo que a mudança irão afetar de maneira significativa, como algo que beneficie o setor. Trata-se de uma mão-de-obra que, resguardadas as exceções, ainda não vem carregada do vício de passar apenas alguns meses no emprego tão somente para fazer uso do benefício público”.

Para um setor em que o turnover ainda é considerado alto, acredita-se que, com as novas medidas que aumentam os períodos de carência para obtenção de benefícios, como o seguro-desemprego que passou de seis meses para 18 meses de trabalho formal ininterrupto, a rotatividade deve, sim, diminuir. “Com as novas regras, a rotatividade vai diminuir”, sentencia Braz. “O que será positivo para o setor e para os próprios colaboradores, uma vez que permitirá que eles conheçam mais a empresa em que estão antes de tomar a decisão do desligamento. Para as empresas, isso poderá resultar em redução de custos com rescisões de contrato, despesas com recrutamento e seleção de pessoal, e treinamento.”

Não é o que pensa Azzoni, para quem “esse problema não é o principal do setor, mas, sim, o desafio de tornar o trabalho mais atraente e desafiador, que para a atual geração desta mão-de-obra, frente aos diversos estímulos que recebem de toda a forma de mídia, é algo não mais estimulante, mas condicional”.

E o que fazer, então, para segurar esse funcionário? Basicamente, “modernizar e democratizar as relações de trabalho e  abolir o atual sistema, que é de linha de produção”, afirma Braz. “Em seu lugar, devem-se adotar formas participativas de administração, com metas definidas e que o grupo desenvolva meios próprios para atingi-las”, acredita.

Além disso, é preciso estimular o funcionário e tornar o trabalho mais gratificante, e o uso da tecnologia pode ajudar. “A CallFlex vem trabalhando para facilitar as tarefas mais complexas do atendimento com o uso de tecnologia, possibilitando o uso de atendentes menos especializados e que, sabidamente, tem maior aderência ao seu emprego. Esta tecnologia permite que o tempo de treinamento seja bastante reduzido, colocando a mão-de-obra à frente de seu trabalho de forma mais rápida, gerando estímulo antes da desistência dos candidatos à posição que iriam ocupar, bem como diminuindo o estresse do dia-a-dia. Em 2015, teremos novidades exatamente no sentido de gerar outros estímulos para a manutenção desse funcionário em seu atual emprego”, completa Azzoni.

É claro que as mudanças criadas pelo Governo não visam a diminuição do turnover, mas sim a diminuição do número de concessões de benefícios, e assim, melhorar as contas públicas – cerca de 38% dos demitidos sem justa causa, em 2013, não teriam o benefício se as mudanças já estivesse em vigor.

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