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23 de setembro de 2015 - 18:00

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Robert Mckee, um dos pais do storytelling, explica por que é tão importante para os executivos contarem histórias para suas plateias

Robert McKee não é ator nem diretor, mas possui 60 estatuetas do Oscar em seu currículo. Ok, não foi bem ele quem levou os prêmios, mas seus alunos. O norte-americano é considerado o maior especialista em storytelling do mundo e já deu aula para nomes conhecidos de Hollywood, como Peter Jackson e Paul Haggis, roteiristas de Senhor dos Aneis e Menina de Ouro, respectivamente. Além de ensinar técnicas de narrativa para o mundo do cinema, ele também ajuda empresas e executivos a conquistarem suas plateias, sejam elas compostas de funcionários, clientes ou investidores.

Segundo McKee, contar histórias é um jeito eficiente de se comunicar com as pessoas, porque é assim que a mente humana funciona. “A sua mente é uma máquina de fazer histórias. Quando você é criança, a coisa mais natural é contar histórias. É dessa maneira que a mente foi desenhada por milhões de anos para interpretar a realidade. Contar histórias é a única linguagem internacional e a maneira de fazer as pessoas entenderem seu ponto de vista”, afirmou em palestra no HSM ExpoManagement.

Ele afirma que vivemos em um mundo confuso, que faz cada vez menos sentido. Portanto, o que as pessoas querem ouvir de um líder executivo é um relato dinâmico, honesto e que tenha a ver com seus próprios objetivos. “Assim, elas entenderão o que você pensa e poderão se juntar a você. Elas te seguirão e te acompanharão em direção à sua meta. Histórias ‘empoderam’ a liderança.”

Muitas pessoas têm dificuldade para entender o que é exatamente uma história. Na definição de McKee, listas ou uma sequência de fatos cronológicos não são. É preciso haver uma sequência de eventos ligados por causa e efeito e a contraposição de valores, como sucesso e fracasso, para criar uma boa narrativa.

“No caso dos executivos, os dados são o conteúdo e a história é a forma. Eles andam juntos. Se você só apresentar números, ninguém vai te ouvir. Se tudo o que você tiver for histórias, provavelmente será enrolação e ninguém vai te escutar também. É preciso transformar em narrativa seu conhecimento e contá-lo com profundidade”. O segredo, portanto, não é excluir números ou fatos de exposições, mas sim apresentá-los de uma maneira mais agradável ao público. “As histórias captam a atenção das pessoas”.

A barreira dos executivos em relação ao jeito diferente de apresentar seus argumentos e suas posições tem muito a ver com sua educação. Na escola e nas universidades, eles são treinados para apresentar seus argumentos, a partir de lógicas dedutivas ou indutivas, escrever relatórios e tirar conclusões, excluindo a habilidade que cultivamos desde a infância de amarrar os fatos e contá-los em forma de história.

Sobre o uso do PowerPoint em apresentações, ele afirma que não é absolutamente contra a ferramenta. “É simplesmente um meio de ilustrar os argumentos. O problema com o PowerPoint é mais embaixo: é a lógica das empresas, como elas pensam e tentam convencer as pessoas usando apenas a lógica indutiva. É uma dissertação escolar com efeitos de Hollywood.”

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