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08 de setembro de 2024 - 12:00 - atualizado às 19:10

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Estudo mostra que empresas que investem mais em bem-estar têm trabalhadores mais saudáveis e engajados. Veja como é possível apostar nesse investimento com o seu time

Quando você pensa em saúde do funcionário, o que vem primeiro em sua mente? Após a ergonomia e segurança no trabalho, a saúde mental ganhou destaque com a pandemia, mas um estudo mostra que a saúde no ambiente trabalho é mais complexa do que parece e novos desafios apareceram no mercado.

Qualidade do sono, incentivo para exercícios físicos e ambiente de trabalho tóxico são alguns dos desafios dos profissionais atuais, segundo estudo “Pulso RH”, que ouviu cerca de 1000 profissionais entre gestores, empreendedores, RH e funcionários no Brasil.

Entre os principais dados, o estudo destaca que:

60% consideram o sono como regular, ruim ou péssimo;

51% não recebem incentivo dos empregadores para fazer exercícios físicos;

51% dos que recebem benefícios para se exercitar não os utilizam;

30% dos entrevistados sentiram que já tiveram sintomas de burnout, mesmo sem o diagnóstico oficial da condição.

Para 33% das pessoas sentiram que precisam provar seu valor no trabalho quase todos os dias.

A pesquisa foi realizada pela Alice, plano de saúde para empresas, em parceria com BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, Caju, Grupo Fleury, Gupy, O Futuro das Coisas e Zazos – todas as questões do formulário contaram com a expertise de médicos e psicólogos do time Alice.

Empresas que investem em bem-estar tem retorno

Empresas que se preocupam com o bem-estar físico e mental de seus colaboradores registram índices maiores de engajamento interno, segundo o estudo: 70% dos colaboradores, neste cenário, relatam estar com a saúde “boa” ou “ótima”.

Por outro lado, se a empresa não se preocupa com o bem-estar físico e mental do time, apenas 40% dos funcionários relatam estar com a saúde “boa” ou “ótima”.

“Mesmo não sendo uma obrigação das instituições, engajar os colaboradores a buscarem práticas saudáveis, criar uma cultura que estimule a equipe a utilizar os benefícios oferecidos e praticar exercícios físicos têm reflexos positivos no bem-estar e na retenção de talentos. Empresas têm o poder de serem catalisadores de transformação na saúde das pessoas que trabalham nelas”, afirma Sarita Vollnhofer, CHRO da Alice.

Tempo do trabalho x tempo acordado

Você sabia que o tempo que passamos no trabalho representa cerca de 40% do nosso tempo acordado (55% se descontarmos os finais de semana)? Além disso, você sabia que hábitos da vida laboral afetam direta e indiretamente a vida pessoal (e vice-versa), de modo que a cultura vivida no trabalho transborda para a vida pessoal?”.

Essa reflexão foi trazida por Arthur Geise, médico do time da Alice, que reforça que é fundamental que a empresa entenda que os comportamentos e a cultura vivenciados na empresa impactam na vida do trabalhador, incluindo os aspectos relacionados à saúde.

“Por isso, é tão importante medir o tamanho dessas influências e ajudar as empresas a tomar decisões de maneira intencional, promovendo a cultura e cuidado que ela planeja para o seu negócio. As empresas precisam pensar em saúde, mesmo que não sejam empresas de saúde, se elas querem manter os funcionários a longo prazo. É um investimento, mas tem retorno,” afirma o médico.

Apesar dos gastos com saúde, a maioria (51,3%) dos trabalhadores brasileiros nunca recebeu incentivo da empresa para praticar exercícios físicos, segundo a pesquisa.

“Quem mexe mais o corpo tem um monte de benefícios, como redução de risco de doenças cardiovasculares, melhora na saúde mental e um sono melhor,” afirma o médico.

Quando o assunto é o sono, chegamos em um fator que pode nortear a saúde mental de um funcionário. Se exercícios físicos regulares melhoram o sono, quem dorme bem também tende a ter um melhor controle da saúde mental. Segundo a pesquisa, na somatória, 71% dos entrevistados com possível histórico de exaustão relacionado ao trabalho não dormem nada bem.

Para a maioria, o sono poderia ser melhor:

Para 40,4% o sono é regular,

13,3% dizem que é ruim,

5,6%, péssimo.

Burnout chegou para muitos

Aproximadamente 30% da população sofre com a doença ocupacional, segundo a Associação Nacional de Medicina do Trabalho (Anamt). Essa média do cenário brasileiro está em linha com a média do estudo realizado pela Alice que mostra que cerca de 29,7% dos entrevistados sentiram que já tiveram sintomas de burnout, mesmo sem o diagnóstico oficial da condição.

Ambientes de trabalho insalubres aumentam o risco para a saúde mental no trabalho, segundo alerta da OMS (Organização Mundial da Saúde). Estão incluídos a discriminação e a desigualdade no trabalho, a carga de trabalho excessiva, bem como pouca autonomia e muita insegurança.

Sobre isso, 64% dos entrevistados dizem possuir segurança psicológica no trabalho, sentindo-se à vontade para expor ideias, dúvidas ou mesmo relatar erros cometidos.

Já para 36%, no entanto, isso não é uma realidade.

A exaustão emocional é um dos principais fatores relacionados ao burnout, podendo ser considerado um nível extremo de estresse. Trata-se, especificamente, de um esgotamento relacionado às atividades profissionais.

Em 2023, 31% das pessoas que responderam à pesquisa estavam em nível crítico de esgotamento emocional, se sentindo quase todos os dias ou todos os dias esgotadas ao final do expediente.

E 33% das pessoas sentem que precisam provar seu valor no trabalho quase todos os dias, fazendo que toda a energia que poderia ser canalizada para o alcance dos resultados organizacionais seja canalizada em tentativas de provar valor, que nem sempre podem estar relacionadas às metas.

Atenção para saúde ainda não é holística

A pesquisa também mostra que muitas companhias ainda não promovem uma saúde holística. Quase metade dos entrevistados (48%) afirmam que a empresa promove o bem-estar mental, mas os aspectos físico e nutricional são deixados de lado.

“Atualmente, é crucial que as empresas adotem uma abordagem holística em relação à saúde de seus colaboradores”, afirma Sarita. “A saúde mental e física estão intrinsecamente conectadas, demandando incentivos em ambos os aspectos para assegurar o pleno bem-estar das pessoas. Isso é fundamental para a produtividade e o êxito dos negócios”, acrescenta a CHRO.

Estudos como este são relevantes para apontar tendências e entender as necessidades dos colaboradores, afirma Sarita. “A pesquisa ajuda a mostrar que empresas que estimulam hábitos saudáveis geram um impacto relevante. A partir disso, é preciso entender como os dados se aplicam à realidade e particularidades de cada empregador para definir os próximos passos na promoção da saúde do time. Afinal, quando os colaboradores estão saudáveis, eles entregam mais resultados e são mais criativos e resilientes”, afirma a CHRO.

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