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Celular não vai matar o cartão de plástico

por: Afonso Bazolli
fonte: Executivos Financeiros
24 de junho de 2013 - 18:40

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Para especialistas, modelo de m-payment ainda não podem substituir o cartão

Por: Camila de Lira

Nos devaneios de um admirável mundo novo, muitos já decretaram a morte do cartão de plástico. “Essa comum constatação de que o celular vai acabar com o cartão de crédito é uma grande falácia”, sentencia Márcio Parizotto, diretor da Bradesco Cartões de prontidão. “Primeiro, porque são coisas diferentes: celular é um canal. E, por ser um canal, facilita o uso de produtos existentes, com um valor implícito muito grande. O cartão, por sua vez,  é um produto, que, oportunamente, é operado por meio de um plástico. Não são cosias substituíveis entre si”, completa o executivo do Bradesco.

Por mais que aparente mudar a maneira com que os pagamentos são feitos, na infraestrutura básica, as operações com NFC e USSD ainda são transações que se valem da tecnologia do cartão.  Mesmo o produto da MFS, empresa de Marco Etchegoyen, tem a conta pré-paga como ponto principal, e não exatamente o celular. O aparelho móvel é apenas um meio para a pessoa acessar a conta, como explica o executivo.

Mesmo que os pagamentos sejam feitos via celular, os adquirentes e as bandeiras ainda serão necessárias. “Quando um cliente do Bradesco pega o celular e vai no estabelecimento fazer uma compra, a transação que orbita é a mesma que a feita por um pedaço de plástico. A transação vai ser capturada por um ponto de venda de um adquirente, os adquirentes vão continuar prestando esse papel de captura, adquirência e liquidação junto aos lojistas. Qualquer coisa diferente disso inviabilizaria o investimento para um sistema de escala com amplitude”, lembra Parizotto.

“Acho que [o celular] é o próximo complemento da evolução dos cartões. Hoje em dia, as tecnologias só se complementam, não há o aspecto predatório. Acho que complementa o sistema de pagamento”, diz Etchegoyen, da MFS. Fernando Teles, diretor de cartões do Itaú, também vê os celulares e smartphones com estes olhos. Para ele, o mobile payment virá para “complementar a experiência” dos clientes no momento do pagamento. Quando o cliente pode optar, por exemplo, pelo uso do número do celular no lugar do cartão, ele tem possibilidades de fazer compras remotas sem que seus dados sejam comprometidos, como ocorre com o celular.

Teles ainda lembra que, mesmo sem o celular, o cartão de crédito já está em um ponto bastante alto na evolução. “A tecnologia do cartão evoluiu tanto, que uma transação com cartões hoje é uma das coisas mais fáceis que tem, tirando o NFC, em que é só aproximar o celular, todas as outras [tecnologias] vão demandar uma interação. Não vão ser mais rápidas ou mais simples do que o cartão. Não tem nada mais rápido do que fazer uma transação com cartão de chip em um POS”, decreta Teles.

Etchegoyen crê que, a massificação do celular como pagamento não fará as pessoas pararem de  usar cartão ou dinheiro. “É como o cheque, muitas pessoas ainda utilizam o cheque”, diz o executivo da MFS. Marcelo Coelho, diretor da MercadoPago, vai além e lembra da história do dinheiro. “A moeda foi citada pela primeira vez por Homero, na época da Ilíada, na Grécia antiga. E a moeda ainda existe”, diz Coelho.

O executivo cita os trabalhos de David Evan ao dizer que, na história, todos os setores da economia tiveram entre sete e oito disrupções. Na indústria de meios de pagamento, diz Coelho, foram quatro disrupções: a moeda- que data da Grécia Antiga, o cheque – inventado na idade média,  o papel moeda – criado pelos norte-americanos, logo depois da independência e o cartão de plástico -  imortalizado por Frank MacNamara, fundador da bandeira Diners em 1950. “Qual é a próxima disrupção? Estou esperando para ver quem vai inventá-la. Não sabemos qual vai ser a quinta, mas acredito que não são estes modelos de mobile payment. Ou seja, o plástico não acaba tão cedo. Acho difícil que tudo seja substituído,  principalmente para o dinheiro e para a indústria de meio de pagamento, que se tornaram coisas tão obsoletas”, pontua Coelho

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