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Claro perde clientes de TV, de celular pré-pago e lucro cai 99%

por: Afonso Bazolli
em: Notícias
fonte: Valor Econômico
21 de julho de 2015 - 18:06

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Por: Ivone Santana e Tatiane Bortolozi

O grupo mexicano América Móvil, dono da Claro, Embratel e Net no Brasil, já sentiu os reflexos da desaceleração econômica brasileira nos resultados financeiros do segundo trimestre, o que se somou ao impacto da reestruturação societária que já vinha desde janeiro. A Claro Telecom Participações registrou queda de 99,2% no lucro pro forma, na comparação anual. Além disso, desconectou 112 mil acessos em TV paga e 804 mil usuários de celular pré-pago.

A perda de clientes ocorreu na tecnologia de TV via satélite, conhecida como DTH (direct to home), sob a marca Claro TV. “Devido à desaceleração econômica no Brasil, tivemos desconexão na plataforma de TV por satélite”, disse Daniel Hajj, executivo-chefe da América Móvil, durante teleconferência ontem sobre os resultados financeiros do grupo. O impacto, segundo Hajj, foi sobre os usuários de pacotes básicos, de baixa renda, localizados em áreas rurais e fora dos centros, que tiveram de deixar a base da operadora.

Segundo o executivo, o grupo do bilionário Carlos Slim está reduzindo os números, mas espera continuar a crescer em pacotes que envolvem dois ou mais serviços, conhecidos como “double play” e “triple play”. Entram nesses conceitos os serviços de telefonia fixa e móvel, internet e TV por assinatura, dependendo do que há disponível na rede do grupo da região. Hajj disse que cerca de 70% dos consumidores aderem a esses pacotes no mercado. Dessa forma, espera que a Net mantenha a expansão nas ofertas de serviços combinados. Além disso, o lançamento de um novo satélite da Embratel, semana passada, permitirá a entrada de mais canais de alta definição e capacidade em DTH.

Apesar das desconexões em satélite, a base total de clientes de TV do grupo cresceu 3,6% no Brasil, na comparação anual. A empresa não revela números por tecnologia, mas em maio a Embratel/Net, líder do segmento, registrava pouco mais de 10 milhões de acessos. Na sequência está a Sky, com 5,6 milhões de conexões em DTH; Vivo / GVT, com 1,7 milhão via DTH e cabo; e Oi, 1,2 milhão via DTH.

Na consolidação do grupo, Embratel e Net ficaram sob o guarda-chuva da Claro Participações. O resultado pro forma considera também em igual período de 2014 as empresas consolidadas.

Dessa forma, o lucro líquido da Claro Participações caiu 99,2% no segundo trimestre deste ano, para R$ 3,3 milhões. No acumulado de janeiro a junho, houve prejuízo de R$ 2,083 bilhões, revertendo lucro de R$ 751 milhões registrado um ano antes.

Mesmo assim, houve crescimento de outros indicadores. A receita líquida proforma atingiu R$ 8,4 bilhões no trimestre, avanço de 2,8%, e somou R$ 16,75 bilhões nos seis meses, alta de 3,6% na comparação anual. A receita total da América Móvil no Brasil somou R$ 9,09 bilhões no segundo trimestre, alta de 3,7% sobre um ano antes.

O lucro sobre juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) cresceu 12% no trimestre (para R$ 2,5 bilhões) e 9,5% de janeiro a junho (para R$ 4,5 bilhões).

A América Móvil pretende sustentar a margem Ebitda próxima a 27% no país durante os próximos trimestres. De abril a junho, o indicador atingiu 27,4%, alta de 1,9 ponto percentual em relação a um ano antes. A maior parte do avanço foi creditada à redução de custos de serviço, conforme as redes tornaram-se mais eficientes em termos de gestão de dados e conteúdo, após investimentos em infraestrutura nos últimos anos.

Entretanto, as receitas com telefonia móvel recuaram 1,1% de abril a junho, ante igual período de 2014, para R$ 3,06 bilhões. O faturamento em linhas fixas e outras receitas somou R$ 6,04 bilhões no Brasil no trimestre, alta de 6,3% na comparação anual.

Enquanto Carlos Garcia-Moreno, diretor de finanças e administração da América Móvil, atribuía os resultados negativos em parte ao ambiente macroeconômico e, consequentemente, ao aumento da competição, Hajj destacou os efeitos negativos da queda da taxa de interconexão, em ligações entre diferentes operadoras, por determinação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

Apesar do avanço de 2,4% no total de assinantes pré-pagos no trimestre, para 55,2 milhões, o grupo considera que foram feitas poucas recargas. A Claro somou mais de 71 milhões de acessos móveis em junho, alta de 3,5% comparado a um ano antes. A receita média por usuário caiu 12,6%, para R$ 13.

Para os analistas Andrew Campbell e Andrei Sabah do Credit Suisse, embora o grupo tenha sido exposto a uma competição mais forte no Brasil e México, houve crescimento de dados em dispositivos móveis e em TV. No México, espera-se que o órgão regulador libere o grupo para oferecer TV em curto prazo.

O grupo aguarda a aprovação dos reguladores para fazer a cisão do negócio de torres da Telesites no México. Em janeiro, a empresa já começou a operar separadamente como Opsimex.

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