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Como ‘exorcizar’ os males do PowerPoint e ganhar milhões

por: Afonso Bazolli
em: Notícias
fonte: Valor Econômico
21 de setembro de 2014 - 14:02

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Por: João Luiz Rosa

O terror começa quando as luzes se apagam e o projetor é ligado. Tem início, então, uma sucessão aparentemente interminável de slides, com longos textos que o palestrante faz questão de repetir em voz alta – como se ninguém mais na sala soubesse ler – e imagens animadas que saltam gratuitamente a cada mudança de tela. A maldição do PowerPoint atacou mais uma vez.

Eduardo Adas e Rogerio Chequer conhecem bem essas situações – e como elas podem surtir efeito contrário ao desejado – a ponto de criarem um negócio para evitá-las. Há onze anos, depois de receberem sucessivos elogios dos clientes às suas palestras, os dois consultores decidiram fundar uma companhia para ensinar como fazer uma apresentação de negócios.

A Soap State of the Art Presentations deu tão certo que a própria Microsoft, a criadora do PowerPoint, tornou-se cliente no Brasil, ao lado de outras marcas conhecidas, como Ipiranga, Telefônica, Pão de Açúcar e Nivea. A Soap já tem clientes em 12 países, com escritórios em Portugal e na Espanha. No ano passado, a receita da empresa foi de R$ 13 milhões.

“Sempre repetimos: culpar o PowerPoint por uma apresentação ruim é o mesmo que ficar com raiva da TV depois de ver um filme chato”, diz Chequer. A boa apresentação, ensina, depende do roteiro certo e do treinamento adequado de quem vai falar à plateia. “É uma falácia achar que a apresentação é o PowerPoint. O programa é só uma camada”, afirma.

O software de apresentação vai completar 24 anos em maio. Não há dados oficiais sobre o número de usuários. As estimativas variam entre 300 milhões e 500 milhões de pessoas no mundo e há cálculos de que 30 milhões de apresentações são feitas todos os dias. Frequentemente, o software rouba a atenção de maneira indevida. Quando os cientistas do Cern, o Centro Europeu para Organização Nuclear, apresentaram o bóson de higgs, a chamada “partícula de Deus”, a letra usada na apresentação em PowerPoint foi ridicularizada por ser considerada infantil.

O PowerPoint tornou-se tão popular que recentemente o professor Gabriel Rossman, da Universidade da Califórnia em Los Angeles, decidiu “traduzir” a Bíblia para o que ele chama de “Terrible PowerPoint”, ou TP, cujas regras incluem bolinhas para sinalizar parágrafos e desenhos engraçadinhos. Na homenagem irônica, a 1ª carta de São Paulo aos Coríntios virou o 1º PowerPoint aos Coríntios.

Não é fácil encontrar alguém com o talento que São Paulo tinha para exposições, mas depois de tantos anos ensinando outros a fazerem boas apresentações, a Soap decidiu, agora, montar seu próprio time de pregadores.

O novo braço da empresa, o Soap Speakers, será uma consultoria para a contratação de palestrantes profissionais. O time inicial reúne o bicampeão de vôlei Giovani Gáveo, os pilotos de corrida Ingo Hoffman e Tony Kanaan, e o velejador Beto Pandiani. Também integram a equipe o empresário Fabrízio Fasano, o presidente do instituto de pesquisa Data Popular, Renato Meirelles, e o ex-comandante Diógenes Lucca, do Gate, da Polícia Militar de São Paulo.

“Até agora, as empresas contratavam [os palestrantes] pelo nome. Queremos mudar esse processo”, diz Adas. A ideia é conversar com os clientes sobre que assuntos eles querem ver abordados e, então, indicar o palestrante que refletir melhor essa necessidade. A empresa também pretende aplicar sua metodologia às palestras dos profissionais, tanto na elaboração dos roteiros como no visual das apresentações.

Os palestrantes passam a ser exclusividade da Soap, mas a empresa pode negociar com agências especializadas. “Fica mais fácil para o palestrante organizar sua agenda, porque ele passa a ter um único interlocutor”, afirma Adas.

Paralelamente, a companhia vai continuar a fazer o trabalho que deu origem ao negócio. A tarefa começa na definição dos propósitos do cliente e pode levar horas ou semanas inteiras. “Recentemente, passamos apenas duas horas com um cliente que tinha uma reunião de conselho no exterior. Eles mesmos prepararam a apresentação, e disseram que o resultado foi impressionante”, diz Chequer.

Ensaiar é fundamental e mesmo os mais tímidos podem se sair bem, afirmam os especialistas da Soap. Quanto ao PowerPoint, a recomendação é só usá-lo nos “últimos 15 minutos do segundo tempo” e, dependendo do caso, até dispensar o programa.

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