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Votorantim e BB reveem parceria no BV

por: Afonso Bazolli
em: Notícias
fonte: Valor Econômico
05 de setembro de 2013 - 21:00

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Por Carolina Mandl

Os planos do Banco do Brasil de ter no Banco Votorantim uma plataforma robusta para as atividades de mercado de capitais não ficaram para trás, apesar do anúncio feito em agosto de “postergação por tempo indeterminado” das negociações para o BB aumentar sua participação no Votorantim.

Nos bastidores, segundo o Valor apurou, BB e Votorantim Finanças trabalham em cima de um novo modelo de parceria para o desenvolvimento de um banco de investimento mais fortalecido dentro do Votorantim, voltado para operações de fusões, aquisições e mercado de capitais.

Depois de o BB ter feito uma proposta para investir R$ 2 bilhões para ficar com 75% do banco da família Ermírio de Moraes, os sócios agora querem partir para um modelo de comissionamento. A cada operação que o BB levar – como uma debênture ou uma oferta de ações -, o Votorantim pagará uma comissão para o sócio.

Na prática, o BB terá uma receita extra por gerar as operações. Receberá a parte do resultado do Votorantim que cabe ao banco – já que tem 50% do capital total da instituição – mais uma comissão pelas transações que encaminhar.

Na área de crédito, atualmente ambos os bancos já trabalham na criação de um desenho baseado em comissão. Só que no caminho inverso ao que é traçado para o banco de investimento. Ainda neste ano, o Votorantim passará a atuar como originador de financiamentos de veículos fora de agências bancárias para o BB.

O Votorantim funcionará como uma espécie de correspondente bancário do BB. Por essa atividade, o banco da família Ermírio de Moraes receberá uma comissão pelos serviços prestados por meio da chamada BV Originadora.

Hoje, sozinho, o BB não consegue desenvolver um banco de investimento capaz de fazer frente a Itaú BBA, Bradesco BBI e BTG Pactual. O principal motivo é a limitação trazida pela necessidade de concursos públicos para a contratação de executivos, já que é um banco controlado pela União. Por outro lado, o BB tem uma extensa rede de clientes que acessa o mercado de capitais.

Por isso é importante para o BB transformar o Votorantim em uma espécie de “pilar de mercado”, unindo sua carteira de clientes à flexibilidade de um banco privado. Também é do interesse da família Ermirio de Moraes ampliar os negócios do Votorantim ao lado do maior banco do país.

Em meio às tratativas para o desenvolvimento de um novo banco de investimento dentro do Votorantim, o Valor apurou que um dos objetivos do BB é negociar com a Votorantim Finanças um novo acordo de acionistas. Procurado pela reportagem, o banco não comentou.

Não agrada ao BB não ter as rédeas do Votorantim. Hoje, o BB detém 49,9% das ações ordinárias (com direito a voto) e 50% das ações preferenciais. Em outras parcerias já feitas, o BB tem nas mãos o comando das empresas. É o caso, por exemplo, da BrasilPrev, na qual o BB possui 74,9% das ações totais, e a Principal Financial, o restante.

O interesse do BB não é estatizar o Banco Votorantim, já que isso anularia a vantagem de ter essa perna em um banco privado e engessaria a gestão deles. Mas, por meio de acordos de acionistas, o Banco do Brasil busca ter o controle em questões que considera vitais para os negócios, algo que hoje não acontece no Votorantim.

É um anseio do Banco do Brasil ganhar mais espaço nas diretorias do Votorantim, colocando inclusive seus executivos em postos que considera chave – o que poderia trazer mudanças no comando do banco. No conselho de administração, o comando já é compartilhado com três integrantes de cada lado, sendo que a presidência é revezada anualmente. As decisões são tomadas por maioria absoluta.

Também incomoda o BB não ter poder de veto sobre alguns temas, como análise de risco de crédito. Recentemente, desagradou ao banco o fato de o Votorantim ter uma exposição ao grupo do empresário Eike Batista. Em seu balanço, o BB não tem esse risco.

A Votorantim Finanças, porém, afirma que mudanças no acordo de acionistas não fazem parte das discussões. “Não haverá mudança no acordo de acionista em vigor desde 2009″, informa o grupo por meio de uma nota enviada ao Valor. Segundo uma fonte próxima à negociação, a família Ermírio de Moraes avalia que mudanças no acordo só seriam possíveis se ocorressem alterações societárias que levassem o BB a ampliar sua participação no banco.

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