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19 de março de 2019 - 18:00

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No trabalho, o americano é bem diferente do brasileiro. Veja como se dar bem com chefes, colegas e subordinados nascidos nos EUA

Por: Claudia Gasparini

Se você é como a maioria das pessoas, a cultura dos Estados Unidos está presente no seu cotidiano desde que você nasceu. No Brasil, ou em (quase) qualquer canto do planeta, o que não falta é influência norte-americana em campos tão diversos quanto cinema, televisão, música, literatura, esporte, moda, culinária ou tecnologia.

A popularidade do “american way of life” cria uma inegável sensação de familiaridade com esse estilo de vida — o que pode até facilitar a adaptação de brasileiros que tentam construir uma carreira internacional no país. Mas só até certo ponto.

“O que aparece nos filmes de Hollywood não representa a diversidade de hábitos, características e costumes de outras regiões dos Estados Unidos”, explica Bruno Drummond, sócio da consultoria Drummond Advisors. “O estilo de ser é completamente diferente numa metrópole da Califórnia ou numa pequena cidade do Texas, por exemplo”.

Há também outro detalhe fundamental: a cultura pop norte-americana, da qual o mundo inteiro se sente “íntimo”, é completamente diferente da cultura de trabalho vigente no país.

Quem não consegue compreender essa distinção pode se frustrar quando decide se aventurar profissionalmente na terra do tio Sam. “Já vi muita gente desistir de fazer carreira nos Estados Unidos porque não conseguiu se integrar à cultura do país”, diz Leonardo Freitas, sócio-diretor da Hayman-Woodward, empresa especializada na entrada e saída de pessoas físicas e jurídicas do Brasil.

A principal queixa dos brasileiros, segundo ele, tem a ver com uma suposta frieza dos norte-americanos no contato com chefes, subordinados e colegas de trabalho. Para Drummond e Freitas, não é bem assim: os nativos apenas têm um “ritmo” diferente e demoram mais do que nós para construir amizades.

Essas e outras diferenças culturais precisam ser bem estudadas e compreendidas para uma carreira de sucesso nos Estados Unidos — ou mesmo para uma convivência tranquila com profissionais norte-americanos em multinacionais instaladas no Brasil.

Veja a seguir 7 conselhos indispensáveis sobre o assunto:

1. Perguntar ou falar sobre vida pessoal? Só fora do escritório

De forma geral, o norte-americano é relativamente informal no seu ambiente de trabalho. É comum se tratar pelo primeiro nome, por exemplo, ao contrário do que acontece entre europeus. O contraste com os brasileiros é que a informalidade não se traduz em intimidade, diz Drummond.

“Você até ouve piadas e faz amizades na equipe, mas dificilmente as pessoas revelam detalhes sobre sua vida pessoal no ambiente de trabalho”, afirma o especialista. Fora do escritório, a proximidade pode ser maior, mas leva muito mais tempo para ser estabelecida. Uma vez que a relação se consolidou, contudo, pode-se esperar um laço duradouro.

2. Tempo vale mais do que dinheiro

De acordo com Freitas, muitos brasileiros se surpreendem com a velocidade do trabalho nos Estados Unidos. Desde o nível operacional até o estratégico, as decisões são tomadas mais rapidamente do que no Brasil. Isso é resultado de um traço típico da mentalidade do país, consagrada na célebre frase “time is money”.

Segundo Drummond, o tempo é ainda mais precioso do que o dinheiro para eles. “Todas as relações profissionais são pautadas pela ideia de que não se pode desperdiçar o tempo do outro”, explica.

Daí a gravidade com que se enxergam os atrasos, por exemplo. Chegar pontualmente aos compromissos e prezar por uma comunicação sucinta e objetiva são compromissos básicos para quem quer trabalhar nos Estados Unidos.

3. Ter uma opinião “errada” é melhor do que não ter nenhuma

Segundo Freitas, quem é neutro demais não costuma ser bem visto em reuniões e conversas profissionais de forma geral no país. “Eles esperam que você diga o que pensa, exponha sua opinião, deixe um posicionamento”, explica. A única premissa é que o seu comentário seja pautado pelo princípio da eficiência, tão caro aos norte-americanos.

Na hora de expor uma objeção ou queixa, orienta o especialista, é importante enfatizar que aquilo é a sua opinião e não uma verdade absoluta, e tentar embasar ao máximo possível o que você está dizendo com base em dados objetivos.

4. Patriotismo é regra

Não é segredo nenhum que os norte-americanos são orgulhosos de seu país, mas ouvir discursos no trabalho sobre a superioridade dos Estados Unidos sobre outras nações frequentemente incomoda profissionais brasileiros.

Contudo, o nacionalismo é tão arraigado na cultura do país, diz Freitas, que o jeito é saber que as coisas são assim, e tentar se adaptar. Estudar a história dos Estados Unidos, como o processo de independência da Inglaterra e sua política externa no século 20, ajuda a compreender melhor o que está por trás desse patriotismo.

5. Chefes dão muito mais autonomia (mas não aceitam desculpas)

Comparados aos gestores brasileiros, os norte-americanos concedem mais independência aos seus subordinados, segundo Drummond. Funciona assim: desde que cumpra o seu escopo de atividades (“job description”), você terá relativa liberdade para trabalhar. “Há bem menos cobranças e microgerenciamento do que no Brasil”, afirma o especialista.

A contrapartida é que tudo aquilo que ficar combinado será obrigação. Cabem menos justificativas para erros, por exemplo, e os problemas precisam ser comunicados com antecedência e clareza. A relação com o chefe costuma ser mais distante, embora seja possível derrubar a barreira da formalidade com o tempo. Feedbacks são constantes.

6. Colegas jamais falam sobre salário

Entre companheiros de trabalho, a regra é a discrição e o profissionalismo. “Ninguém questiona seu estado civil, se você tem filhos, nem nada de cunho pessoal, muito menos qual é a sua remuneração”, diz Freitas.

A diferença é que, no Brasil, os colegas gostam de saber sobre a vida particular uns dos outros para trabalharem mais à vontade. Nos Estados Unidos, a ordem é inversa: as pessoas convivem profissionalmente por um longo tempo até se sentirem confortáveis para trazer assuntos pessoais.

7. Clientes e fornecedores não fazem “pechincha”

A forma de fazer negócios no país também tem particularidades importantes. Diferentemente de como ocorre no Brasil, ninguém questiona preços sem oferecer contrapartidas. Se achar muito caro, a outra parte vai negar o acordo ou então vai tentar barganhar o escopo do negócio, isto é, vai propor uma redução no serviço ou um pagamento à vista, por exemplo.

Dificilmente alguém vai pedir um desconto pelo mero esporte da pechincha. O natural é que se ofereça algo em troca, já que o objetivo da barganha é um cenário do tipo “ganha-ganha”. “Lá, o sentido da negociação é que ocorra um ‘match’ perfeito entre as necessidades e expectativas de cada lado”, afirma Drummond.

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