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Empresas buscam executivos que sabem fazer mais com menos

por: Afonso Bazolli
em: Gestão
fonte: Valor Econômico
09 de março de 2014 - 14:02

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Por: Letícia Arcoverde

Momentos de estagnação econômica e incertezas geralmente significam, nas empresas, desaceleração de investimentos e a necessidade de manter a produtividade com menos recursos. É hora de olhar para dentro e arrumar a casa. No mercado executivo, isso se reflete na maior valorização de determinados profissionais e a mudança no perfil dos executivos contratados.

Para o diretor da empresa de recrutamento Michael Page em Campinas, Ricardo Basaglia, algumas empresas estão correndo para preencher um espaço que não era prioritário. “Muitas pegaram carona no recente crescimento do Brasil, e os bons resultados escondem as deficiências. Como o objetivo era expansão, preocupar-se com o custo era perda tempo”, diz. Agora, a ordem é reduzir despesas e gerar mais eficiência internamente.

Desse modo, empresas de recrutamento já notam aumento na procura por profissionais para posições ligadas à otimização de recursos, como gestores de facilities – os administradores da estrutura física da empresa, responsáveis por gastos em energia, telefone e manutenção – e profissionais de controladoria e tributação.

No caso da área de facilities, parte dessa valorização vem da profissionalização do cargo. Segundo Caio de Mase, gerente da empresa de recrutamento Robert Walters no Rio de Janeiro, antes essa função era descentralizada em razão da infraestrutura da companhia. Hoje, a tendência é a “seniorização” do cargo, e muitas companhias estão investindo na posição de gerente de facilities com o objetivo de diminuir custos indiretos. “Em uma companhia com volume de pessoal expressivo, trocar o contrato de telefonia, por exemplo, pode ter um grande impacto”, diz.

O engenheiro civil Alessandro Lima é um dos profissionais que aproveitaram o momento para fazer mudar de emprego. Há pouco mais de um ano, ele é gerente de facilities de uma empresa nacional do mercado financeiro, após deixar o mesmo cargo na incorporadora Hines, onde tinha sob sua responsabilidade as operações do Brasil e Chile. Com experiência de 12 anos na área e pós-graduação em gerenciamento de facilities pela Universidade de São Paulo (USP), Lima recebeu a proposta após uma fusão na nova companhia. Os dois gerentes da área tinham perfil administrativo, e a empresa preferiu substituí-los por alguém mais especializado. “É um cargo com viés de redução de custos, que em alguns momentos fica mais forte”, diz.

Lima considera que a necessidade de profissionais mais especializados na área acontece também por conta dos avanços tecnológicos dos prédios e estruturas que precisam ser administradas. “Não se trata mais daquele antigo síndico”, diz. Hoje, a função exige competências como saber idiomas e ter um perfil multitarefas, além de saber gerir os contratos com empresas prestadoras de serviço.

“É uma área que não é muito vista enquanto está tudo bem, mas que geralmente é lembrada quando há algum problema”, diz. Assim, um dos aspectos mais importantes é saber mostrar os resultados do trabalho. Hoje, Lima administra uma equipe de 40 pessoas, de diversas formações, e diz que é difícil achar mão de obra qualificada – que acaba tendo que ser treinada – e retê-la. Segundo consultorias, o aumento na procura por profissionais como Lima chegou a 60%, dependendo do setor e da região.

Além da área de facilities, o gerente executivo de finanças e impostos da consultoria de recrutamento Talenses, Paulo Moraes, vê uma valorização de profissionais da área financeira que possam fazer uma “varredura” nos custos para saber o que pode ser diminuído no orçamento da empresa. “Se você contrata um executivo durante um momento em que a proposta é investir, quando isso não se confirma é necessário substituir o profissional por alguém com perfil de manutenção”, diz.

A tendência é buscar alguém mais conservador, com experiência contábil e mais capacidade de controle, mas ainda assim com criatividade e habilidades de relacionamento e tato com o resto da empresa. “Não é fácil pressionar os outros para produzirem mais com menos”, diz. Para achar esse profissional, a busca geralmente acontece em grandes indústrias, setor habituado a avaliar custos e logística, ou nas principais empresas de consultoria e auditoria, onde os profissionais têm contato com diferentes segmentos.

Basaglia, da Michael Page, também vê mais procura por profissionais de controladoria e da área tributária. Para ele, o cenário não é de aumento no número de vagas, mas de trocas em posições que não exigiam um olhar tão crítico do profissional. Há também casos de aumento na senioridade da posição, o que demanda um novo profissional com mais experiência. O consultor considera que o cenário também influencia no perfil de profissionais de áreas que não estão necessariamente ligadas a custos, como vendas. “Vejo um movimento em que o perfil de relacionamento perdeu espaço para um profissional mais consultivo”, diz.

Afinal, a cobrança é maior em todas as áreas para que elas mantenham ou aumentem a produtividade mesmo com menos recursos. “Em um momento em que a empresa está com pé atrás nos investimentos, ela tenta ganhar competitividade por meio da otimização de processos”, diz Igor Schultz, headhunter e sócio da Flow. Para isso precisa entender, controlar e cortar os custos da operação. Isso faz com que profissionais com perfil mais analítico sejam valorizados. “É ainda mais importante ter uma visão sistêmica da organização e entender como seus recursos afetam o orçamento da companhia inteira.”

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