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Erro é valorizado em companhias que buscam inovação

por: Afonso Bazolli
em: Gestão
fonte: Valor Econômico
22 de outubro de 2017 - 14:00

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Por: Vívian Soares

A tentativa e o erro estão no centro da cultura de inovação de muitas companhias – é conhecida no mundo corporativo a história do post-it, que foi criado a partir do fracasso de uma cola que não grudava o suficiente, até que um executivo da 3M encontrou no produto um excelente marcador de páginas. “Empresas com essa cultura consideram a falha como parte do aprendizado – quem trabalha com criatividade e inovação precisa assumir riscos e experimentar”, afirma Mara Turolla, diretora da Career Center.

Empresas como a 3M trabalham com um índice que mede a porcentagem da receita proveniente de novos produtos: a meta é que, em 2021, 40% das vendas venham de itens criados há menos de cinco anos. Para garantir esse ritmo de lançamentos, a companhia trabalha em um sistema que acolhe tentativas e erros, explica o diretor de RH Fernando do Vale. “É natural que muitos produtos não deem certo, e o modelo de negócios está preparado para isso. Mas não se trata de um estímulo ao fracasso – o erro honesto e os primeiros erros são bem-vindos”, diz.

O diretor de RH afirma que, para que o modelo de inovação floresça, é preciso também revisitar e até mesmo descontinuar produtos que já não dão os resultados esperados para a empresa. “Parte do processo é matar produtos – já saímos do mercado de filmes fotográficos, fitas cassete, projetores multimídia, seja por estratégia de negócio ou para focar em recursos e mercados mais interessantes para a empresa”, explica Vale.

A estratégia de reavaliar produtos e serviços também faz parte da cultura da Sodexo Benefícios e Incentivos. O diretor de RH Rogério Bragherolli explica que a empresa trabalha com projetos-piloto testados internamente antes de lançá-los no mercado. Quando o produto é comercializado e não atinge os resultados esperados, ele volta para ser reformatado – o insucesso, porém, é visto como parte do aprendizado de toda a equipe.

“O julgamento de erros reprime a inovação. Isso exige uma liderança madura, que tenha confiança no time e coragem para experimentar”, afirma Bragherolli. Ele ressalta que não se trata de estimular o erro deliberado, mas de criar um ambiente controlado onde as falhas são contornáveis e contribuam para o desenvolvimento de novos produtos e processos.

Na Natura, que trabalha com um índice de 70% das vendas provenientes de produtos criados há menos de dois anos, a inovação está “no coração da estratégia”, afirma o diretor de pesquisa avançada Daniel Gonzaga. Uma equipe de 250 pesquisadores trabalha no desenvolvimento de novos produtos, em parceria com outras unidades de negócio como marketing e criação. Os projetos, porém, passam por uma espécie de filtro para que tenham viabilidade comercial e técnica avaliadas. “As ideias menos atrativas vão ficando pelo caminho, seja porque não têm potencial de negócio ou porque não atingem os interesses do consumidor”, afirma o diretor.

Gonzaga explica que é esperado que de 15% a 20% dos projetos não cheguem até o final desse processo – para ele, é exatamente esse “índice de fracasso” que demonstra que a organização vem atingindo as fronteiras da inovação. O insucesso de uma ideia, porém, não costuma gerar frustração entre os seus criadores. O diretor afirma que os pesquisadores estão acostumados com o método e trabalham com muitos projetos ao mesmo tempo, o que garante também o triunfo de muitos deles.

O importante, segundo ele, é evitar o impacto negativo da frustração e a repetição das mesmas falhas. “Temos que motivar a pessoa a se desafiar e a usar todo o potencial da tecnologia. Quem não erra, provavelmente não arriscou o suficiente”, diz.

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