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Inovação: artigo em extinção nas empresas de todo o mundo

por: Afonso Bazolli
em: Gestão
fonte: Consumidor Moderno
06 de janeiro de 2016 - 18:02

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Empresas globais estão apostando seu futuro na sua capacidade de inovação, mas um novo estudo mostra que elas enfrentam grandes barreiras, como a falta de habilidades e a presença de uma cultura corporativa caracterizada pelo medo de se compartilhar ideias.

Empresas globais podem não conseguir capitalizar em seus investimentos para impulsionar a inovação devido a problemas nas habilidades de comunicação, de acordo com estudo da unidade de inteligência da The Economist. O estudo mostra uma queda na confiança dos funcionários quando compartilham ideias fora de seus departamentos e quando colaboram com colegas de outros países, departamentos e hierarquias.

O estudo “A empresa inovadora: como as multinacionais liberam seu potencial criativo” descobriu que a confiança dos entrevistados, que fica em 96% quando se comunicam com colegas em seu departamento, cai para 72% ao interagir com colegas em outros países. Cerca de 87% das empresas concordam que a colaboração entre diferentes culturas produz ideias inovadoras, mas 50% disseram que isso dificulta o compartilhamento de ideias com colegas em outros países.

“Sempre escutamos a frase ´inovação ou morte´”, disse Peter Burman, Presidente da EF Corporate Solutions. “Os CEO´s sabem que isso é verdade e dizem que inovação é prioridade, mas eles claramente enfrentam um gargalo na inovação pelo fato dos funcionários não terem confiança ao se comunicarem com colegas de outros países. As empresas precisam reconsiderar as habilidades necessárias para que as pessoas se sintam confiantes em compartilhar ideias com diferentes hierarquias, departamentos e países.”

Na pesquisa, 81% dos 350 entrevistados disseram que o aprimoramento das habilidades de comunicação dos colaboradores para além das fronteiras melhoraria a capacidade de inovação de sua empresa. Entretanto, quase 30% das empresas entrevistadas admitiram que seus gastos nessa área são inadequados ou inexistentes. O estudo concluiu que, ao passo que os CEO´s usam bastante os processos de compartilhamento de ideias (95%), essa taxa cai entre os gerentes (78%) e chefes de departamento (77%). Isso lança dúvida se tais processos formais podem envolver todos em inovação.

Inovação é a prioridade de negócios globais

O estudo verificou que as empresas globais estão apostando seu futuro na capacidade de inovação. A criação de novos produtos e serviços ficou entre as três principais prioridades para 54% dos entrevistados, mais importante do que corte de custos (42%) ou investimento em talentos (33%).

76% das empresas planejam aumentar o investimento em inovação ao longo dos próximos três anos e destas, quase 1/3 (31%) esperam que o aumento seja significativo. Mais de 2/3 (71%) aumentaram seu investimento em inovação nos últimos três anos e 1/4 (25%) o fez de maneira significante (definido como 20% ou mais).

Afinal, de quem é a responsabilidade?

“Duas habilidades chave são consideradas fundamentais para o desenvolvimento de uma cultura corporativa inovadora: criatividade e comunicação internacional”, acrescentou Burman. “A opinião de governos e empresas difere no que diz respeito a quem pertence a responsabilidade por esse tipo de treinamento.”

Cerca de 55% dos executivos disseram ser unicamente sua responsabilidade fornecer treinamento para incentivar inovação e mais de 1/3 (37%) afirmou que as habilidades disponíveis em seu país não são adequadas para melhorar a capacidade de inovação da força de trabalho.

Contudo, 75% dos oficiais de governo entrevistados disseram que não é seu trabalho abordar as dificuldades de inovação das empresas, considerando ser somente responsabilidades destas. Os oficiais públicos acreditam que o maior problema é conscientizar os adultos dos treinamentos já disponíveis.

“Os governos não se sentem responsáveis por treinar a força de trabalho existente”, disse Claes Ceder, Vice-Presidente Executivo da EF Corporate Solutions. “Mas sabem que têm que abordar a questão da habilidade de comunicação para garantir que os estudantes prestes a se formar estejam mais preparados para inovar no mercado de trabalho do futuro. A boa notícia é que muito pode ser feito, em um período de tempo relativamente curto, para se consertar isso, mas os governos têm que estar preparados para agir agora”.

Falta de cultura inovadora

As empresas desejam criar uma cultura de experimentação, mas frequentemente não conseguem fazê-lo. Na pesquisa, 30% dos entrevistados disseram que falta em sua empresa uma cultura que incentive ideias novas de todos; 30% afirmaram que falta uma cultura que permita falhas; e 34% falaram que sua empresa não permite tempo para que os colaboradores testem seus próprios projetos. Muitas empresas têm processos formais de compilação de ideias, mas que costumam ser ineficientes.

O estudo concluiu que cultura criativa é aquela em que todo colaborador se sente incentivado a sugerir ideias e onde há grande tolerância a falhas. Mas muitas empresas não tomam ações para garantir que as condições existam. Em entrevista para o estudo, Tammy Lowry, Chefe Global de Aprendizado e Eficiência Organizacional da Roche, disse: “Infelizmente, muitos treinamentos focam em definir ideias como ´certas ou erradas´; desse modo, as pessoas podem perder a confiança mesmo que seu conhecimento aumente.”

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