Um dos assuntos mais abordados pela imprensa neste ano de 2016 é a evolução galopante e preocupante da taxa de desemprego no país, atrelada à situação econômica que ainda não deu sinais claros sobre quais passos seguiremos para retomar a confiança do consumidor e restabelecer níveis mínimos de crescimento econômico.

Como nas outras oportunidades, não faria qualquer sentido escrever sobre este tema se já não tivesse vivenciado tal situação.

No último mês de abril, tive a oportunidade de completar 22 anos ininterruptos de trabalho formal em empresas, e sem qualquer dúvida, em dado momento precisei fazer algumas escolhas que para muitos profissionais podem representar retrocesso ou downgrade de carreira, mas que dependendo das suas convicções, podem gerar muitas oportunidades no futuro.

Na rede profissional LinkedIn é muito comum identificar no feed de notíciais colegas do mercado lamentando estar meses sem atuação em empresas por não aparecer uma oportunidade de trabalho, e em paralelo, muitos Coachs e especialistas em Recursos Humanos aconselham que o profissional jamais tem que ceder numa negociação quando interferir nas conquistas da sua carreira.

Seria utópico afirmar aqui que o mercado está favorável para se recolocar, mas por outro lado, entendo que é válido o profissional pesar se é melhor esperar uma posição no mercado compatível com a sua trajetória ou se é melhor aceitar uma condição abaixo da sua expectativa ou ainda outro tipo de função que não esteja habituado a exercer.

Para filosofar um pouco, quando analisamos a história recente da humanidade, que sempre viveu grandes crises, no final do século XIX até a metade do século XX, pessoas de várias partes do mundo vieram para o Brasil fugindo de guerras e hostilidade de governos repressivos, com a esperança de poder encontrar numa nova terra totalmente desconhecida um pouco de paz para poder trabalhar e sustentar a prole, independente qual fosse o labor, e como é de conhecimento pela maioria, grande parte da evolução do nosso país se deu pelo trabalho árduo e honesto dos imigrantes que semearam a terra e colheram bons frutos, perpetuando suas famílias por décadas, compostas hoje por muitos de nós, seus descendentes.

Já no contexto atual, basta lembrar dos milhares de refugiados do Oriente Médio e da África que chegam na Europa, em condições totalmente degradantes, na esperança de um futuro melhor. No Brasil, estas pessoas que ainda aportam por aqui possuem uma garra e gratidão tamanhas que logo na primeira oportunidade que recebem de trabalho ou de iniciar um negócio, prosperam de tal maneira a ponto de provar que o nosso país tem uma vastidão de oportunidades se realmente lamentássemos menos e agíssemos mais.

Em resumo, atribuo alguns pontos importantes para reflexão sobre o assunto:

• Paciência e resiliência são fundamentais neste momento de dificuldade; não deixar se abater e ter esperança são os primeiros passos para analisar todas as possibilidades de recolocação;

• Humildade ou “baixar a guarda” nos contatos com a sua rede e eventuais entrevistas de emprego podem ajudar a transmitir que você está disposto a ceder algo na negociação, sendo a prioridade uma oportunidade de trabalho;

• Por premissa básica, as empresas mantêm atualmente em seus quadros as pessoas mais comprometidas com o negócio e não necessariamente as melhores somente sob o aspecto técnico ou intelectual. Caso tenha uma oportunidade de recolocação, tenha sempre em mente que o resultado deve acontecer pelo valor que você agrega.

Por fim, há uma frase que aprecio muito e tem relação com as ideias expostas: “Nosso pior momento é o momento de melhorar”.

Abraços e até a próxima!

CADASTRE-SE no Blog Televendas & Cobrança e receba semanalmente por e-mail nosso Newsletter com os principais artigos, vagas, notícias do mercado, além de concorrer a prêmios mensais.