Acredito que os leitores têm percebido que a velocidade de informações e notícias que chegam pelos diversos meios de comunicação vem aumentando de forma acentuada, fruto do avanço tecnológico, derivado da inteligência humana.

Tragédias de degradação da natureza, notícias policiais, deterioração da economia, atentados terroristas, etc. despertam um sentimento de preocupação geral para qual direção caminha a humanidade, dando a impressão que estamos muito impotentes diante de tudo isto.

Mas, se a lógica da vida nos induz para a caminhada sempre com olhar para frente, quais são as lições que podemos extrair destes fatos? Em minha opinião, a maioria de nós está com dificuldade de enxergar que todos os nossos atos geram lastros, por menores que sejam ou mais inofensivos que pareçam.

Explico melhor: se observarmos com mais atenção, qualquer acidente doloso, assaltos, gravações de conversas sigilosas e demais atos ilícitos estão sendo registrados por câmeras de segurança com boa resolução de imagem ou por aparelhos celulares, e conforme as últimas estatísticas, o número de aparelhos ativos no Brasil já superou em 2015 mais de 280 milhões, ou seja, 39% maior que o total da população brasileira.

Outro ponto importante é que as pessoas ainda não se deram conta que todas as ações na internet também geram lastros, onde os comentários agressivos, xenofóbicos, raciais, etc. em páginas ou e-mails podem ser rastreados pela inteligência das polícias, chegando facilmente ao autor.

Atualmente, na jurisprudência trabalhista, temos inúmeras evidências deste assunto tanto na defesa do trabalhador como nos assédios morais e também na defesa do empregador como a utilização indevida das redes sociais, gerando efeitos reais para as partes envolvidas.

Como a lógica diz que a tecnologia estará cada vez mais sofisticada, e a maioria dos nossos atos, tanto lícitos como ilícitos serão registrados, acredito que daqui alguns poucos anos, os flagrantes e registros dos atos ilícitos forçarão as pessoas a refletirem melhor antes mesmo de cometê-los, desde o papel jogado no chão que polui os rios, o uso indevido de vagas e assentos para idosos, o desperdício da água já escassa até o desvio milionário de dinheiro público.

Sob o ponto de vista corporativo, as empresas exigirão cada vez mais dos seus líderes e colaboradores a transparência necessária para manutenção e evolução dos negócios, onde o erro justificado passa a ter valor relevante em detrimento de afirmações falsas que escondem a verdade dos fatos.

Para o seu cliente, valerá a mesma situação, pois sem dúvida a aceitação de um pedido de desculpas por um erro numa transação comercial terá um grande valor em relação à tentativa de levá-lo a erro e lesá-lo.

Qual é a boa notícia para tudo isto? Se você se esforça para que a ética e a transparência sejam parte integrante da sua vida, comemore, pois os seus bons atos também serão registrados, e quem sabe, reconhecidos.

Abraços e até a próxima!

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