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Tecnologia você programa, pessoas você desenvolve

por: Afonso Bazolli
em: Gestão
fonte: Valor Econômico
26 de março de 2019 - 18:00

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Por: Claudio Garcia

Não há dúvida que as novas tecnologias estão transformando o ambiente empresarial. A maioria das empresas está passando por relevantes mudanças seja pela adoção de uma nova tecnologia ou por mudanças estruturais em seus ambientes de negócio provocadas por alguma inovação tecnológica.

Escritórios de advocacia estão rapidamente implementando inteligência artificial para análise de casos. A computação em nuvem tem reduzido o investimento para novos entrantes em mercados estabelecidos. A primeira loja de varejo sem (nenhum) funcionário de atendimento foi recentemente inaugurada utilizando microssensores, entre outras tecnologias (internet das coisas). Esses são alguns exemplos de milhares de aplicações que diversas tecnologias estão encontrando no mundo dos negócios e que ampliarão a necessidade das organizações de melhorarem, inovarem ou se adaptarem continuamente.

A primeira reação da maioria das pessoas que olham essa realidade é querer associá-la à perda de empregos e a um futuro sem trabalho, tenebroso. Olhando para o passado tenho visto outra dinâmica. O advento de varejistas on-line, por exemplo. Na última década foram eliminadas milhares de posições de caixas, assistentes de lojas e profissionais de marketing direto, mas também foram criadas outras milhares de posições de entregadores, web-designers, marketing on-line, desenvolvedores de softwares, entre outras. E acredito que por aí vai.

O lado delicado dessa transformação, acredito, está na mudança das habilidades requeridas pelas organizações nesse futuro em que rapidamente a tecnologia se mostra hábil em executar infinitamente melhor tarefas antes realizadas por pessoas.

Líderes de empresas que adotaram tecnologias ou se adaptaram eficientemente à essa realidade têm uma mensagem bem clara. Ao eliminar posições a tecnologia força os humanos no longo prazo a se dedicarem cada vez mais a atividades essencialmente humanas. No recente documento “The Future of Jobs” o World Economic Forum cita que criatividade, gestão de pessoas, trabalho em times, inteligência emocional, capacidade de julgamento e decisão, negociação e orientação para ajudar os outros estão entre as habilidades que serão ainda mais requeridas pelas organizações (as outras duas são razão crítica e solução de problemas complexos). Atividades essencialmente humanas mas que para gerar efetividade demandam bastante investimento e tempo de desenvolvimento.

Isto está alinhado com minhas conversas com empresários e executivos. Você pode automatizar grande parte das tarefas, mas as transformações políticas, sociais e tecnológicas em um mundo extremamente conectado exigem respostas criativas, que demandam pessoas diferentes trabalhando juntas, usando sua diversidade para discutir, conflitar e encontrar respostas inéditas para problemas inéditos, dizem eles.

O outro lado da história é que o lado humano não é tão estável como as máquinas e é vulnerável às nossas antigas mazelas pessoais e problemas de convivência. Ou seja, a tecnologia você programa e ela obedece. Pessoas você desenvolve, e isso requer tempo, o que muitas vezes não é suficiente para permitir que a empresa possa usufruir delas. Não é a toa que as grandes consultorias globais de gestão vêm investindo e crescendo consideravelmente suas áreas especializadas em capital humano.

A evolução da tecnologia tem sido geométrica assim como seus impactos, mas as capacidades humanas não necessariamente acompanham com a velocidade necessária para criar diferencial competitivo dentro das empresas. Muitas já estão fazendo o seu dever de casa. De uma maneira mais ampla, um exemplo extremo é o nosso ambiente político no mundo: com elegância e sofisticação, as novas tecnologias poderiam estar resolvendo muitos de nossos problemas globais, mas elas estão bem distantes da maturidade da maioria dos líderes em exercício. O que isso significa: ainda temos muito o que fazer.

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