Por: Alberto Komatsu
Durante a primeira quinzena de junho, a decisão da Telefónica de cancelar a oferta inicial pública de ações (IPO) da Atento já dava uma amostra de como a crise econômica da Europa estava afetando os planos do seu braço de call center. Sob a alegação de “desfavorável situação dos mercados”, a empresa espanhola de telefonia esperava, naquela época, levantar € 527 milhões com a negociação de 51% do capital da Atento, ou o equivalente a 30,6 milhões de ações.
Em janeiro, a Atento Brasil, responsável por 54% da receita global da companhia de call center, divulgou planos de pulverizar sua atuação, concentrada no eixo Rio-São Paulo, que respondeu por em torno de 55% de suas vendas no país. Este ano, a meta era a de reduzir essa fatia para 40%.
No mundo, a Atento revelou ao Valor seu terceiro processo de reestruturação, motivado pela nova realidade da empresa, após a suspensão do IPO. Para se preparar para esse processo, a companhia chegou a montar uma equipe de relações com investidores com 140 empregados. Após o cancelamento, foram dispensados 40 funcionários, com reaproveitamento de 25% do quadro. Também houve a fusão das áreas de marketing e estratégia.
Ainda em janeiro deste ano, a Atento anunciou como meta reconquistar o crescimento de dois dígitos, após ter visto seu resultado desacelerar, em 2011. Entre 2005 e 2010, a Atento Brasil apresentou crescimento médio anual de 14%.
Para Daniela Pineiro, analista da Frost & Sullivan, a venda para a Bain Capital permitirá à Atento reforçar o caixa para acelerar o seu processo de expansão fora do Brasil. Atualmente, a companhia lidera o seu segmento na América Latina, com 25% de participação. A Bain Capital já havia adquirido este ano a indiana GenPact e a americana Stream International. “O investimento da Bain Capital indica o potencial de expansão do setor.”
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As fusões vem para acrescentar ou diminuir custos ao processo,este já sem credibilidade .